Amor italiano - Mistérios do deserto. Jennie Adams

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Amor italiano - Mistérios do deserto - Jennie Adams Omnibus Bianca

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no seu agradável apartamento de Melbourne.

      – Sim, vi o «senhor Diamante» em pessoa! Não o irmão mais velho. Quem o quereria? Mas Luc Montichelli… Oh, sim! – Karen riu-se tolamente.

      – O «senhor Diamante»? Luc Montichelli?

      Bella ficou sem fôlego. Luchino estivera em Nápoles? Pensara que estivera a salvo dele, que estivesse em Milão, onde vivia normalmente. Se não, não teria vindo. Sentiu-se mal ao pensar que poderia ter-se encontrado com Luchino, com a sua mulher e filha.

      Luchino era uma nódoa na sua vida, nunca mais voltaria a ser tão crédula com nenhum homem.

      – Devo dizer que não sei se quereria ter algo com ele – disse Lareen.

      – Porquê? – perguntou Karen.

      – Porque acho que deve ser muito inflexível, querida – prosseguiu Lareen. – Ouvi dizer que se divorciou da sua mulher e que conseguiu a custódia da sua filha, para depois mandar a menina para uma vila distante, tendo como única companhia uma ama. E nunca vai vê-la. Tens de admitir que isso implica ter sangue-frio.

      – A sério? – Karen deu um grito abafado. – Quando se divorciaram?

      – Não tenho a certeza, mas estiveram separados, pelo menos, alguns meses – Lareen fez uma pausa. – Agora, ele não parece a mesma pessoa. Isso foi o que me impressionou quando o vi. Tem uma espécie de aborrecimento reflectido nos olhos…

      Bella ficou rígida. Acelerou-lhe o coração.

      Mal podia acreditar no que ouvira. Impressionou-a que o casamento de Luc tivesse acabado, embora talvez devesse tê-lo esperado. Afinal de contas, ele não fora precisamente fiel. Mas arrebatar a menina dos braços da sua mãe, para depois a abandonar, era imperdoável. Partiu-lhe o coração… Porque ela sabia como aquilo doía.

      – Deve ter levado o bebé para castigar a sua esposa ou algo parecido – continuou a dizer Lareen, que não se deu conta de como Bella estava impressionada. – Os divórcios podem ser horríveis.

      – Tens a certeza de que isso tudo é verdade, Lareen? – perguntou Karen, hesitante.

      Bella apertou as mãos, ainda se sentia muito ferida pela recusa dos seus pais, para com ela e as suas irmãs, há dois anos. Apesar do engano de Luchino há um ano, quando a magoara, escondendo-lhe o seu casamento, uma parte da sua mente não queria acreditar que tivesse abandonado a sua filha. Não queria acreditar que alguém fizesse isso.

      Mas o desgosto que sentira em relação aos seus pais, durante os últimos dois anos, também começara a dirigir-se para Luchino. Ele magoara-a, tendo uma mulher e uma filha, e ela apaixonara-se perdidamente por ele. Quando a sua esposa aparecera e ela se dera conta de que Luc estivera, simplesmente, a brincar com ela, ficara destroçada.

      Aprendera com aquilo e construíra uma armadura à sua volta para proteger o seu coração. Mas nem mesmo sabendo tudo aquilo poderia ter imaginado que Luc pudesse abandonar a sua filha.

      – É verdade – disse Lareen, com uma voz profunda. – A minha prima, que andou a viajar pela Europa, conseguiu emprego nessa vila. Saiu com o rapaz que fazia entregas, que lhe contou tudo. Um dia, quando foi levar uma entrega à casa onde a menina vivia com a ama, esta estava com uma amiga, a contar-lhe que Luc simplesmente se mantinha afastado. Pagava as contas, mas não queria saber nada da menina.

      As raparigas começaram a falar de como se sentiriam se as abandonassem. Como se soubessem algo sobre isso!

      Com as mãos trémulas, Bella colocou os auscultadores para deixar de ouvir as suas companheiras. Mas nem sequer ouviu a música. Só conseguia pensar no asco que aquele homem lhe dava, o qual pensara não poder desprezar mais…

      Aproximou-se da Maria’s, em Melbourne, um minuto antes de fecharem, numa tarde quente de Verão. Era um homem mediterrânico, alto, que sobressaía entre os outros.

      – Boa tarde e bem-vindo à Maria’s. Posso ajudá-lo em algo? – perguntou Arabella Gable, de maneira profissional e educada.

      Mas quando o homem se virou para ela, uma rajada de memórias apoderou-se da sua mente; há seis anos, aquele homem tivera o seu coração nas suas mãos.

      Sentiu um nó na garganta, enquanto a fúria, a dor e a desilusão lhe percorriam o corpo. Perguntou-se porque estaria ali.

      – Quando te explicar o que se passa, não te vai restar outro remédio, senão ajudares-me.

      O sotaque italiano marcado de Luc fez com que Bella estremecesse…

      – Luchino – sussurrou ela, que o achara fora da sua vida para sempre.

      Olhou-o como fizera em Milão há tantos anos; analisou o seu cabelo escuro, os seus olhos castanhos e aquela boca feita para seduzir. Luchino Montichelli emanava sensualidade e poder.

      – Sim, sou Luc, o próprio e insubstituível. Passou muito tempo, Arabella – disse, analisando-a com o olhar. – Parece que os anos te favoreceram.

      O coração de Bella disparou e perguntou-se como se atrevia a olhar para ela daquela maneira. Nervosa, passou uma mão pelo seu coque loiro.

      – Também te favoreceram – admitiu. – Estás… com bom aspecto.

      Então, recordou que arrebatara a sua filha à sua mãe, para depois a abandonar.

      – O que fazes aqui, Luchino? Como posso ajudar-te?

      – Nunca planeei voltar a ver-te, Arabella – Luc esboçou uma expressão dura. – Garanto-te que preferia não estar aqui.

      – Preferias não me ver? Receio que o sentimento seja mútuo – espetou ela.

      Mas, então, viu uma expressão doce reflectida nos olhos de Luc e recordou algo que lhe parecera muito especial e correcto. Uma leve vulnerabilidade apoderou-se dela. Mas tudo aquilo era uma ilusão!

      – Estou quase a fechar, portanto, seja qual for a razão pela qual vieste…

      Maria, a sua chefe, matá-la-ia por tentar expulsar um cliente, mas ela estava fora e Luc não estava ali na qualidade de cliente.

      – Fecha a loja – Luc apontou para a porta principal. – Melhor ainda, dá-me a chave e eu fá-lo-ei por ti, enquanto tu fazes a caixa. O que tenho para te dizer é melhor que to diga em privado.

      – O que sabes tu de fazer a caixa?

      Mas a família dele era dona de joalharias ao longo de toda a Europa e outras partes do mundo. E, certamente, seguiam o mesmo procedimento de fazerem a caixa.

      – De qualquer forma, não sei se quero falar contigo a sós. Caso te tenhas esquecido, não ficámos precisamente amigos.

      – Não me esqueci de nada – disse ele, olhando para ela. – Tenho uma loja a alguns quarteirões daqui – então, dirigiu o olhar para a roupa da loja. – Acho que sei como assegurar este lugar.

      Bella sabia que uma loja de Diamantes Montichelli abrira perto dali há duas semanas, mas afastara-o da sua mente.

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