Amor italiano - Mistérios do deserto. Jennie Adams
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– Lágrimas de crocodilo, minha querida! – exclamou Luc, que não acreditava na sua tristeza.
– Não posso comprar os vestidos – disse Bella, olhando para as suas mãos. – Já tenho… já tenho problemas suficientes neste momento.
– Mesmo assim, não te importaste que fosse Maria a tê-los.
– Sabia que resultaria com o tempo – explicou ela, com o desassossego reflectido no olhar. – Talvez devesse ter estabelecido uma cláusula de escape para Maria. Não pensei nisso.
– Simplesmente, pensaste em usar Maria e, se as coisas não corressem bem, partir sem nenhuma responsabilidade. Achas que vou ficar de braços cruzados e deixar o futuro do negócio da minha tia nas tuas mãos, agora que sei o que fizeste, Arabella?
– Se Maria fosse tão rica como eu achava…
Bella levantou-se e agarrou na sua mala.
– Trabalharás comigo até resolvermos as coisas, Arabella – decretou Luchino. – Usarás os teus vestidos nas recepções mais importantes de Melbourne, no teatro, na ópera, nas festas… em qualquer lugar onde os teus possíveis clientes se reúnam.
– Uma coisa é usar um vestido bonito e ir ao teatro com as minhas irmãs – disse Bella, que adorava fazê-lo com elas e com o marido de Chrissy, que estava grávida. – Mas tu não podes decidir as coisas e dizer que tenho de as fazer. E, de qualquer forma, porque quererias estar comigo?
– Posso decidir e fazer com que o faças. Não quero estar contigo. Simplesmente, quero confirmar que cumpres as minhas exigências. Não quero que a minha tia sofra por tua causa – disse Luc, roçando no braço de Bella, enquanto saíam do restaurante. – Quero que faças tudo o que for necessário para que isto resulte e quero que o faças discretamente.
– Sem dizer a Maria – disse Bella, que queria falar com ela. – E se insistir em falar com ela?
Luc, simplesmente, continuou a andar e olhou para ela nos olhos.
– Se não cumprires algum dos meus requisitos, haverá represálias e arruinarei a tua reputação de estilista. Nunca mais conseguirás voltar a trabalhar nessa área.
– Farias isso? – perguntou ela.
Respondeu a si mesma ao ver o aborrecimento que os olhos escuros de Luc reflectiam.
– Não duvides, Arabella – disse ele, abrandando o passo. A angústia apoderou-se da sua cara.
– Luchino? O que…?
Parecia que ele não estava a ouvi-la. Bella seguiu com o olhar para onde ele estava a olhar e viu que estavam novamente perto do seu carro. E viu… uma menina pequena e uma senhora de meia-idade ao lado do carro. Uma menina de cabelo preto encaracolado, com pele morena.
A filha de Luc?
Ali? Com ele? Porquê? Bella tentou compreender, mas tudo o que viu foi uma menina assustada, que se agarrava àquela senhora ao ver que Luchino se aproximava.
Era a mesma expressão que as suas irmãs tinham tido várias vezes reflectida na cara, até que ela conseguira dar-lhes estabilidade e uma nova vida, depois do abandono dos seus pais. Dera às suas irmãs todo o amor que os seus pais se tinham recusado a dar-lhes…
– Papá? – a menina tentou dar alguns passos para a frente. – Estiveste fora muito tempo. A ama Heather tinha medo de que não regressasses.
– Grace – murmurou Luc, como se lhe doesse dizer aquele nome.
A emoção sentia-se no ambiente.
– Aceito as tuas condições – disse Bella, que sabia que não tinha outra opção. – Trabalharei para vender os meus vestidos o mais depressa possível. Irei aos eventos sociais contigo, até a situação económica de Maria melhorar e, então, fá-lo-ei sem ti.
– Uma escolha acertada.
– Tenho de ir ou perderei o eléctrico. É… é por ali – disse, assinalando uma direcção ao acaso. – Entrarei em contacto sobre o nosso… acordo.
– Não tens o meu número – disse Luchino, tirando um cartão do bolso e dando-lhe.
– Está bem. Agora já tenho. Adeus! – despediu-se Bella, saindo dali a toda a pressa.
Capítulo 3
Quando Bella chegou ao seu apartamento, tentou manter as suas emoções sob controlo, mas tinham acontecido demasiadas coisas muito depressa e não sabia como começar a assimilá-lo.
– Estou em casa – disse, em voz alta, ao entrar. A sua irmã, Soph, veio recebê-la.
– Olá! O que te parece esta cor de cabelo? Supõe-se que tenho de enxaguar, mas parece bastante… – Soph parou de falar. – Parece que viste um fantasma.
– Sim – Bella riu-se, mas conteve-se de continuar a fazê-lo, já que roçava a histeria. – Vi um fantasma. E, se não fizer o que ele quer, vai arrebatar o sonho da minha vida.
Soph ficou a olhar para a sua irmã e agarrou no telefone sem fios, telefonando com marcação rápida.
– Podes vir? Parece-me que temos de fazer uma assembleia familiar.
– Estou bem, Sophia. Não tens de te preocupar com nada – disse Bella.
Mas era demasiado tarde. Soph já telefonara e a irmã de ambas não demorou a chegar.
Chrissy chegou enquanto Bella estava a tentar esclarecer as ideias. As suas duas irmãs ficaram a olhar para ela e Bella soube que teria de lhes explicar o que se passava.
– Hoje vi Luchino Montichelli. A sua filha estava com ele. Não exactamente com ele, mas estava lá, à espera no carro quando regressámos, com uma ama ao seu lado.
– Voltou a cuidar da menina? – perguntou Soph, cujo tom de voz deixava claro que aquilo lhe parecia incompreensível. – Não disseste que a tinha abandonado após o seu divórcio?
– Também me custa a acreditar e não faço ideia se a menina está permanentemente com ele ou não.
– Pergunto-me se agora ama a menina – disse Chrissy, acariciando a barriga. – Porque uma criança precisa que a amem e, se os pais não conseguirem fazê-lo, não têm o direito nem de estar perto delas.
– Tu amas muito o teu bebé. Todas amamos. Tenho muita vontade de ser tia – disse Soph, abraçando a sua irmã pelos ombros.
Então, Bella explicou-lhes a ameaça a que estava submetida.
– O que vais fazer, Bella? – perguntou Chrissy. – Não podes aceitar este ultimato. Terias de o ver constantemente e suportar que considere que és ambiciosa, e que usaste Maria.
– Acho que não tenho outra opção – disse Bella, que começou a dar voltas pela sala.