Amor italiano - Mistérios do deserto. Jennie Adams

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Amor italiano - Mistérios do deserto - Jennie Adams Omnibus Bianca

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vez que as irmãs de Bella tinham sofrido durante os últimos anos, ela encontrara uma ligação com Luchino, já que ele também abandonara a sua filha. Também brincara com ela, enganando-a e divertindo-se às suas custas.

      – Agora, encarregas-te da administração? Estás aqui para deixares tudo preparado e, depois, deixares a loja a cargo de alguém? A loja de Sidney tem um gerente local…

      Bella desejou que assim fosse e que Luchino fosse partir.

      – Já não trabalho com a minha família. A Diamantes Montichelli é uma loja minha, uma entidade separada de todas as outras. Talvez partilhe o nome familiar, mas a loja terá sucesso pelo meu trabalho, pelos meus desenhos e pela minha reputação.

      Luc esboçou uma expressão dolorosa e baixou o olhar.

      – Tenho muitas funções para desempenhar aqui… proprietário, desenhador chefe, gerente, vendedor. Farei tudo o que for preciso fazer. Estou aqui para ficar.

      Luchino, agarrando na chave da porta principal, dirigiu-se para a porta.

      – Acaba o que estavas a fazer, Arabella, para que assim possamos falar.

      – Demoro um minuto – disse Bella, tentando controlar o tremor das suas mãos enquanto esvaziava a caixa registadora.

      Luc olhou para os manequins vestidos com roupas que ela desenhara e Bella, apesar do seu aborrecimento, susteve a respiração, esperando para ver qual era o seu veredicto.

      – És uma mulher de talentos ocultos, Arabella. São bons. Pelo menos, a tua destreza com os desenhos e com as criações deixa claro que há uma possibilidade de resolveres a confusão que criaste.

      – Confusão? Que confusão?

      – Passaste de modelo a obrigares mulheres de meia-idade a gastarem quantias enormes em negócios que não têm garantia de sucesso. Deves estar muito orgulhosa de ti.

      – Fui modelo para poder sustentar as minhas irm… – parou ao dar-se conta de que estava a tentar explicar-se diante dele. – O que queres dizer? Eu não obriguei ninguém e, de qualquer forma, o que tens a ver com isso?

      Bella fizera um contrato com Maria Rocco, através do qual apresentava na loja desta, em exclusivo, os seus trabalhos durante um prazo de cinco anos.

      – Maria Rocco é a minha tia – disse Luchino. – O que faz com que isto também seja o meu negócio.

      Bella ficou impressionada. Maria era milanesa, mas vivera na Austrália durante quase toda a sua vida adulta.

      – Maria é uma Rocco, não uma Montichelli, e ela mesma me disse que não tinha família.

      – A minha tia partiu de Milão, deixou a família e mudou o apelido há muito tempo. Sem dúvida, ela considerava que estava sozinha – disse ele, zangado. – Tenho a certeza de que pensaste que isso era uma vantagem, quando decidiste roubar-lhe uma grande quantia de dinheiro.

      – Eu não fiz isso! Como sabes sequer alguma coisa do acordo que fiz com ela?

      Mas estava claro que ele sabia algo. Bella observou como Luc levava uma mão ao peito, para se certificar de que ainda tinha algo no bolso da camisa. Talvez uma fotografia?

      – Disse ao meu novo assessor de negócios que queria conhecer Maria. Ele tinha ouvido dizer que Maria tinha uma protegida. Quando mencionou o teu nome, pedi-lhe que descobrisse pormenores sobre ti.

      – Isso é uma invasão da privacidade de Maria. E da minha!

      – Foi uma invasão muito oportuna. Embora estejamos afastados, não vou deixar que Maria tenha problemas financeiros por tua causa. De alguma forma, obrigaste-a a contratar-te para desenhares para ela, a um preço astronómico e sem nenhuma garantia de que os vestidos se venderiam.

      Bella franziu o sobrolho. Não era um acordo injusto, porque Maria sabia que o seu objectivo era que ambas tivessem sucesso.

      – Na verdade, é um acordo, não um contrato – esclareceu ela, que não quisera pagar a um advogado.

      Henry Montbank, antigo chefe de Chrissy, ajudara a realizar o acordo sem falhas.

      – É um roubo disfarçado de acordo de negócios.

      – Estás a chamar-me ladra? Como… te atreves? Investigaste a minha vida nas minhas costas, como se tivesses todo o direito de o fazeres. O que descobriste sobre mim e as minhas irmãs? Até onde foste?

      – Investiguei as tuas finanças, Arabella, o que fizeste durante estes anos, desde a última vez que te vi. E descobri tudo sobre o acordo a que chegaste com a minha tia. Não vou perdoar-te isso – disse, com uma expressão dura reflectida nos olhos.

      Então, continuou a falar.

      – Pretendo reclamar Maria como minha tia – disse Luc, suavizando um pouco a sua expressão. – É da família e… se for possível, quero ter essa ligação com ela. Teria vindo vê-la antes, se não tivesse estado fora da cidade.

      Aquele amor pela família, tendo em conta o seu historial, era estranho.

      – Apesar do que dizes, não deves ter investigado muito bem, Luchino, porque Maria não está em perigo financeiro por minha causa.

      – Pelo contrário, a aquisição da tua colecção quase a deixou na bancarrota.

      – A tua tia é muito rica, Luchino. Tem umas águas-furtadas na melhor zona da cidade, conduz o último modelo de um carro desportivo e vai, frequentemente, de férias para o estrangeiro. Não hesitou em aceder às minhas condições e pode seguir em frente até os meus modelos gerarem lucro.

      – Maria gastou mais do que devia durante anos. As águas-furtadas são alugadas, assim como o carro, e todas aquelas viagens fizeram-na ficar com dívidas. Não estava em condições de se meter numa aventura especulativa como a tua.

      – Os meus vestidos vender-se-ão. Maria fez um bom investimento e pretendo prová-lo.

      Bella sentiu um aperto no estômago. Nunca perguntara a Maria pela sua situação económica, simplesmente assumira pelo que tinha tido diante dela. Mas se realmente Maria não tivesse dinheiro…

      – Não posso falhar – afirmou, severamente.

      A palavra fracasso já não era uma opção para ela. Não era desde que os seus pais a tinham abandonada a ela, a Chrissy e a Sophia.

      – À medida que for criando uma carteira de clientes, vender-se-ão mais vestidos e Maria receberá lucros pelo investimento que fez.

      Mas nada daquilo resultaria se Maria entrasse na bancarrota…

      – Vou telefonar a Maria para descobrir como estão as coisas.

      Maria poderia dissipar o medo que estava a apoderar-se de Bella. Tudo ficaria novamente bem, excepto a intenção de Luc de fazer parte da vida da sua tia, o que faria com que tivesse contacto com Bella.

      – Não posso permitir que telefones à minha tia. Não quero que saiba que comprei… que a investiguei. Quero uma oportunidade de poder conhecê-la, sem que

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