Amor italiano - Mistérios do deserto. Jennie Adams

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Amor italiano - Mistérios do deserto - Jennie Adams Omnibus Bianca

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não devia fazê-lo. Elas sabiam que tivera um problema em Milão com um homem, mas não lhes contara os pormenores daquela experiência devastadora. Ela só tinha dezanove anos naquela época…

      – A prevaricação é uma perda de tempo, Arabella. O acordo favorece-te. Maria tem problemas financeiros porque tu exerceste pressão para conseguires desenhar os teus vestidos. Conhecendo os seus problemas económicos ou não, as tuas exigências eram inaceitáveis e espero que o remedeies. Estes são os factos. Agora, vou dar-te duas opções para reparares o mal que fizeste.

      A expressão de Luc endureceu enquanto olhava para Bella.

      – A primeira opção é que pagues cada cêntimo do que ela te emprestou e que, depois, partas.

      – Isto não é só uma questão de dinheiro, Luchino. Maria acedeu a lançar a minha marca, o meu nome. Se pedisse um empréstimo para pagar o que ela me deu, não conseguiria estabelecer-me noutro lugar. Já não tenho dinheiro. Investi-o em tecidos e ideias para novos vestidos.

      – Suponho que isso nos leva à segunda opção – disse ele, dando um passo em frente.

      – Oh? E qual é? – perguntou Bella, tentando não pensar no quão perto estavam um do outro, tentando não se sentir intimidada, nem confusa.

      – É bastante simples, Arabella. Tens de te certificar de que cada vestido que a minha tia te comprou se venda depressa e a um bom preço.

      – Claro! Farei com que isso aconteça – disse, pensando que procuraria uma fada madrinha nas Páginas Amarelas para que agitasse a sua varinha mágica por ela. – A rapidez não é o principal ingrediente no meu plano de trabalho. Maria sabia disso. Foi por isso que acordámos um prazo de cinco anos.

      – Esses cinco anos já não são válidos. Deves sair e atrair clientes das altas esferas para venderes até ao último desses vestidos… e depressa!

      – Lamento decepcionar-te, Luchino, mas não tenho acesso a esse tipo de gente.

      – Estando ao meu lado, abrir-te-ão essas portas – disse ele, esboçando um sorriso malvado. – Passear-te-ás entre eles até que as finanças de Maria se equilibrem. Colar-me-ei a ti para que o consigas.

      – Não. Nem sequer sei se estás a dizer a verdade.

      Bella irritou-se. Todo o aborrecimento que guardara na sua alma explodiu.

      – Afinal de contas, esconder a verdade é o que costumas fazer, não é, Luchino? Fingiste não ter esposa. Diz-me, doeu-te perdê-la? Ou, simplesmente, alegraste-te por te livrares dela, para assim continuares com os teus romances, sem que te pesasse a consciência?

      – Surpreende-me que saibas do meu divórcio – disse Luc, sem conseguir desviar a vista de Arabella.

      Enfureceu-o o renascer da antiga atracção por ela. Bella era tão má como Natalie, decidida a conseguir o que queria, fosse como fosse, e ele não ia deixar-se enganar pela segunda vez. Mas não entendia aquele interesse repentino que despertara nele por Arabella.

      Acariciou novamente a fotografia da sua filha que trazia ao peito e a culpa apoderou-se dele.

      – Há cinco anos, fui a Itália para uma passagem de modelos – disse Bella, desejando que fosse ele quem regressasse a Itália naquele preciso momento… mas para ficar. – Alguém falou de ti. Eu não tentei obter informação, acredita em mim.

      – Infelizmente, Bella mia, já não confio em ninguém e, certamente, também não confio em ti.

      A capacidade de confiar nas pessoas fora, irrevogavelmente, arrebatada a Luc e não uma, mas três vezes. Por Bella, pelo seu irmão e pela sua ex-mulher.

      Talvez Bella, com aquele cabelo maravilhoso loiro acinzentado e aqueles olhos castanhos, não sentisse nenhum remorso. A sua ex-mulher não sentira. E, perante as perguntas de Luc, o seu irmão também não o demonstrara.

      Luc disse para si mesmo que não devia permitir que a amargura do passado interferisse na sua nova vida. Escolhera, deliberadamente, ir para a Austrália. Pela… sua filha. Por Grace. Para recomeçar num lugar onde a traição pudesse ser, se não esquecida, pelo menos afastada. Escolhera Melbourne porque queria conhecer a tia esquiva, de quem a sua família sempre falara a sussurrar.

      – Tenho o carro estacionado a poucos quarteirões daqui. As provas da situação de Maria estão lá – resmungou Luc, lutando contra as lembranças de Arabella que ainda o perturbavam, mesmo sabendo que eram falsas. Dirigiu-se para a porta principal. – Vamos.

      – Estou mais do que preparada para ver essas provas – Bella saiu da loja e fechou a porta, ligando o alarme. – O quanto antes acabarmos com isto, melhor.

      – Concordo – concedeu ele, agarrando-a pelo braço e dirigindo-a para o seu carro. – Mas isto é só o princípio.

      Quando chegaram ao carro de Luc, este abriu-o com o comando.

      – Muito bem. Mostra-me os documentos.

      Luc tirou a sua mala do carro.

      – O restaurante Brique’s estará tranquilo. É aqui ao lado. Veremos juntos os documentos.

      – Porque não os vemos aqui? E se quiser confirmar se esses documentos são verdadeiros?

      – Se precisares de confirmar depois de os teres visto, podes ficar com eles. Tenho cópias – então, apontou para o carro. – Se preferires sentar-te no meio desta rua tão ocupada…

      – Suponho que será melhor irmos ao Brique’s.

      Quando entraram no restaurante, Luc pediu bebidas e um prato de queijo e fruta.

      – Muito bem, agora estamos num ambiente civilizado – disse Bella, bebendo um gole de água.

      – Eu gosto das coisas boas. Não me envergonho disso.

      – Hum, talvez não seja Pont l’Eveque, mas é igualmente bom – disse, provando o queijo.

      Luc abriu a sua mala, tentando desviar a sua atenção do movimento da boca de Bella, e tirou os documentos para que ela os visse.

      Bella leu alguns deles, durante alguns minutos, em silêncio. Então, olhou para ele, franzindo o sobrolho.

      – Disseste que o teu assessor financeiro arranjou isto?

      – São verdadeiros, Arabella. A informação chegou-nos de uma empresa de investigação respeitável. Como podes ver, a compra dos teus vestidos por parte de Maria foi uma operação financeira mais do que arriscada para ela.

      Indicou o papel que estava anexo ao documento.

      – Se quiseres, podes telefonar à empresa agora mesmo. Confirmar-te-ão tudo o que leste.

      – Não pode ser verdade! – sussurrou Bella, começando a rever os documentos. – Mas é verdade, não é? Maria excedeu-se de tal maneira que é difícil que consiga recuperar-se e levou com ela os meus vestidos e o começo da minha reputação como estilista. Deveria ter confirmado a sua situação financeira, não deveria, simplesmente,

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