Sanidade Antes, Magia Depois. Brenda Trim

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Sanidade Antes, Magia Depois - Brenda Trim

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mas foi o seu lado Feérico que ampliou tudo. Quando você tinha três anos, eu lancei um feitiço em você que diluiu seu poder. Seus pais sentiram que você estava chamando muita atenção dos Feéricos e decidiram se mudar pouco antes do seu sexto aniversário.

      Aquilo pareceu sinistro. E se encaixava com o que estava acontecendo desde que voltei para Pymm's Pondside há alguns meses. Honestamente, minha cabeça estava nadando e eu tive dificuldade em aceitar tudo isso. Uma coisa que os últimos meses me prepararam foi para aceitar que o místico era real e que eu fazia parte desse mundo. Caso contrário, teria me internado num hospício.

      — Vamos dissipar a assinatura de energia dela — Camille interveio como se tivesse lido minha mente. Violet, Aislinn e Camille se reuniram ao meu redor. Camille desenhou um círculo de sal, cercando todas nós, então elas murmuraram: — Sors.

      Compartilhar? Eu estava aprendendo latim graças ao meu novo lado bruxa, mas a escolha do feitiço delas não fazia sentido. — Por que não dissipo ou dispergo?

      — Porque estamos compartilhando sua assinatura. — Minha boca se abriu com a explicação de Aislinn.

      Vovó suspirou e flutuou na minha frente. — Este é apenas o primeiro passo. Vejo que você já lançou feitiços de proteção sobre você e Pymm's Pondside. Esses escudos agora serão muito mais eficazes.

      — Você não me ouviu antes? Eu não quero colocá-las em mais perigo! — Eu não queria gritar com a minha vó, mas recusava fazer aquilo.

      Vovó colocou as mãos nos quadris da forma que sempre fazia e me prendeu com seu olhar. Aquele olhar que me levou de volta no tempo e me lembrou de como era ser punida por ela.

      Eu queria me contorcer sob a atenção da minha avó. — Você não está colocando-as em mais perigo. Só espero que não estejamos fechando a porta do celeiro depois que o cavalo saiu. A Rainha já te tem como alvo, mas isso vai impedir qualquer um de canalizar você. E você não tem escolha a não ser aceitar a ajuda delas. Sua luz fica mais brilhante e mais fácil de seguir quanto mais você desenvolve seu poder.

      Vovó flutuou até a janela e olhou para fora antes de virar para o grupo. — Temos que começar os trabalhos agora. Você precisa de mais prática com poções e começar a aprender as runas Feéricas.

      — Café primeiro, depois podemos voltar ao trabalho. — Fui até a porta, confiando que não perderia minha avó de novo. Não havia como eu continuar sem um impulso. E um pouco de comida.

      CAPÍTULO DOIS

      — Você acha que terei que devolver o quarto da vovó? Acabei de comprar um colchão novo. E criei um closet só para colocar as minhas coisas. — Quando minhas coisas finalmente chegaram em Pymm's Pondside, percebi que os armários não seriam grandes o suficiente para guardar todas as minhas roupas, então, com a ajuda de Violet e Aislinn, criamos magicamente um closet.

      Aislinn pousou sua xícara de café e ergueu os ombros. — Não faço ideia. Fantasmas dormem? Espera. O que você vai fazer quando seus filhos vierem visitar durante as férias no próximo mês?

      — Eu não acho que fantasmas dormem ou precisem de um quarto, mas essa é a menor das suas preocupações. Você é uma… você sabe o quê, e precisa ter certeza de que isso continuará em segredo. Mas agora você tem Isidora para ajudá-la a aprender tudo o que você precisa saber. — Se eu não estava enganada, Violet parecia chateada.

      — Isso não muda em nada o Bruxas Quarentonas. Somos uma equipe, certo? Não consigo nem imaginar enfrentar toda essa merda com a Rainha sem vocês. Não me interpretem mal. Estou feliz por ter a vovó de volta e estou ansiosa para aprender com ela, mas preciso de vocês duas.

      Violet sorriu e Aislinn cutucou meu ombro. — Não esqueça o Bas. Você precisa dele também.

      Revirei os olhos, mas não consegui impedir o sorriso de se espalhar pelo meu rosto. — Verdade. Ele é útil durante uma luta. — Eu já tinha desistido da ideia de namorar e pensei que meu “porto” estava fechado para sempre quando perdi Tim, mas Sebastian mudou isso.

      — Entre outras coisas… — disse Violet, mexendo as sobrancelhas. — A campainha sobre a porta tocou e todas se viraram naquela direção para ver a nossa fofoqueira favorita, Mae, entrar na livraria de Violet.

      A cicatriz espessa e elevada ao longo de sua garganta estava à mostra, um lembrete brutal de que ela tinha sido violentamente atacada em algum ponto e que suas cordas vocais estavam permanentemente danificadas. Isso havia tornado suas habilidades de sereia inúteis, o que significava que ela não poderia mais sobreviver no oceano.

      De repente, me perguntei se escapar da minha casa e da minha avó tinha sido uma boa ideia, afinal. Claro, minha avó morta tinha retornado para mim como um fantasma e passou a maior parte do dia me importunando para dominar meu poder para que eu pudesse usá-lo contra meus inimigos, mas isso não era tão ruim, não é? Afinal de contas, Mae nunca trouxera boas notícias nas outras vezes que veio até a loja.

      Violet se virou para a recém-chegada com um sorriso no rosto. — Boa tarde, Mae. O que a traz aqui?

      — Você estava fechada mais cedo. Zreegy foi chamada para a casa de Tunsall e Tierny, mas ela chegou tarde demais. Ela precisou chamar Gardoss. — A voz de Mae falhou no final e seu olhar saltou ao redor da sala como se ela estivesse verificando se não foi ouvida.

      Eu bati na lateral da minha xícara e considerei o que ela disse. Meu coração disparou quando ela disse o nome de Tunsall. Tierny tinha que ser amiga dela, ou talvez irmã. — Quem é Tierny e Gardoss?

      Mae se aproximou de mim e disse em voz baixa: — Tierny era irmã de Tunsall. E, Gardoss é irmão de Bruce e o equivalente Feérico de Lance.

      Meu coração acelerado parou de bater e meu peito apertou. Esfreguei a área distraidamente. — Então, ele é um policial?

      A cabeça de Aislinn balançou para cima e para baixo, e ela acrescentou antes que Mae pudesse dizer mais alguma coisa: — Ele investiga crimes aos quais os policiais não conseguem atender.

      — Por que ele está aqui? — A voz de Violet vacilou enquanto ela falava.

      Mae baixou o olhar e passou um dedo sob o olho. — Houve outra morte. Tunsall não pôde ligar para Lance quando encontrou sua irmã, então ela ligou para Gardoss. Os assassinatos não mostram nenhum sinal de ter fim. Só espero que Gardoss possa fazer algo antes que outra pessoa se machuque.

      Violet engasgou e sua mão voou para cobrir a boca. Seu olhar estava preocupado quando encontrou o meu. — Nós pensamos que haviam parado.

      Aislinn estreitou os olhos e lançou a Violet um olhar que dizia, mantenha sua boca fechada, a menos que queira que todos estejam na sua porta pedindo sangue. Eu apreciei o apoio. Seria fácil para as duas se voltarem contra mim e me culpar pelas mortes recentes na cidade. Afinal, foi por minha causa e por meu bat-sinal que os assassinatos começaram. Bem, ao menos era isso o que eu suspeitava. E eu já podia ver Mae contando a todos o que eu era e incitando uma revolta com os Supes pela minha cabeça.

      Mae jogou suas longas mechas cinzas sobre um ombro. — Parece que nosso breve adiamento acabou. Gostaria que sua avó ainda estivesse aqui. Ela saberia o que fazer. Vou ver se Bruce tem mais informações. — Na porta, Mae se virou para mim e me examinou por

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