Desejo Mortal. Amy Blankenship
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O mundo dos demônios ainda estava tentando encontrá-lo, mas muitos acreditavam que ele estava morto. Depois de sua última tarefa, que era roubar uma esfera espiritual a partir de uma original, ele desaparecera rapidamente, levando consigo a esfera. Ninguém fora capaz de encontrá-lo desde então⦠e eles haviam procurado, disso Lacey que não tinha nenhuma dúvida. Mal sabiam que a esfera espiritual em questão estava depositada em um cofre de concreto no meio de L.A., cercada por uma ala de demônios.
Por conta disso, Lacey sabia que teria sido perigoso entrar em contato com algum membro de sua famÃlia, com medo que os demônios encontrassem seu avô. Ela sabia uma forma melhor do que entrar em contato com ele pessoalmente. Ele não teria entendido e, provavelmente, viria encontrar-se com ela, certamente sendo morto nesse processo.
Ela mantivera o silêncio por mais de um ano, jamais pronunciando uma palavra sequer sobre seu paradeiro, à medida que ela ficava cada vez mais envolvida com o sofisticado cÃrculo do roubo. Assim que ela percebeu que não estava mais sendo observada tão de perto, começou a planejar sua grande fuga. Ela ainda avisara Vincent que ia fazer isso na primeira oportunidade que tivesse.
Ele a havia lembrado sobre o sÃmbolo que Masters colocara em seu ombro, mas ela já havia imaginado o que fazer quanto a isso. Ela lhe havia assegurado que sua próxima etapa seria arrombar um determinado cofre que ela sabia que guardava um livro de magia que iria ajudá-la com o sÃmbolo do demônio... ela simplesmente não lhe disse que se tratava do cofre de seu avô. Até onde Vincent sabia, ela nem sequer tinha mais avô.
As duas últimas missões para as quais eles haviam sido enviados foram tão perigosas que ela quase tinha sido morta nas duas vezes e teria sido, caso Vincent não estivesse lá para receber as lesões no lugar dela. Ele se entregara para que ela pudesse fugir. Nas duas vezes, ele foi brutalmente assassinado e seu corpo padeceu apenas enquanto ele se recuperava, reerguendo-se, curado.
Finalmente concordando que estava ficando perigoso demais para ela ficar ali, Vincent tinha-se oferecido para ajudá-la na fuga. Só houve a coincidência de que a missão seguinte os levou de volta exatamente ao mesmo museu onde haviam se conhecido. A tarefa os incumbia de roubar um dispositivo que supostamente incapacitava todos os demônios que estivessem em um raio de centenas de metros dele quando era ativado. Perfeito.
O plano era que apenas um deles voltaria desse trabalho. A esperança deles era que, quando Vincent entregasse o dispositivo a Masters, o demônio estaria concentrado no dispositivo que, obviamente, era uma arma contra sua espécie, e não viria atrás dela de imediato, dando-lhe tempo de obter o feitiço de que ela precisava para neutralizar o sÃmbolo que Masters havia colocado nela.
Eles haviam roubado facilmente o objeto que, para ela, lembrava muito um Cubo de Rubik metálico de dez lados que era coberto de sÃmbolos dourados em vez de cores. Enquanto estavam lá, eles abateram os guardas e roubaram suas armas. Vincent tinha, então, se virado e feito um pequeno discurso de "adeus, querida amiga", dando-lhe um rápido beijo na bochecha.
O problema surgiu quando eles fizeram o trajeto até a saÃda do museu, apenas para darem de cara com Masters e uma horda de demônios esperando por eles. Masters dera uma risada, dizendo que o sÃmbolo que ele deixara nela tinha lhe servido como aviso sobre o que ela estava planejando⦠remetendo diretamente ao fato de que ela era neta do Camaleão e estava correndo de volta para ele, onde havia toda uma série de fatores nos quais ele agora estava interessado⦠inclusive na esfera espiritual.
Masters havia, então, concordado com Vincent, agradecendo-lhe por mantê-la distraÃda e alheia ao verdadeiro poder do sÃmbolo.
Ela levantara os olhos para Vincent acusatoriamente, depois, arrancou o dispositivo da mão dele e torceu para ter certeza do que ela estava fazendo, quando começou a girá-lo rapidamente. Ela ficara obcecada por uma imagem do cubo antes de chegar ao museu para roubá-lo e utilizou essa memória para vincular rapidamente os dois sÃmbolos.
Um por um, os demônios começaram a cair agonizantes, menos o Masters⦠não, esse filho da mãe começou a caminhar bem na direção dela com um brilho furioso nos olhos.
Foi nesse instante que Vincent tinha se movido. Ela não percebera que ele havia retirado uma antiga lâmina do mesmo cofre secreto onde estivera o cubo, mas lá estava a lâmina na mão dele, que a comprimia contra a garganta do demônio. Em um movimento rápido, o demônio esticou completamente a mão para envolver o peito e as costas de Vincent.
"Corra", Vincent rosnou para ela, logo antes que ele fechasse os olhos e a cabeça do demônio caÃsse no chão ao lado dele.
Todos os outros demônios estavam olhando furiosamente em suas posições de decúbito ventral; então, ela pôs o cubo no chão perto dos pés e fez exatamente o que Vincent tinha mandado⦠ela correu feito louca.
Ela não tinha como saber se Masters tinha contado a ninguém o que ele sabia sobre ela e rezou para que o ganancioso filho da mãe não tivesse compartilhado seus segredos, temendo que outro demônio o atacasse por conta da lendária esfera espiritual. Seus pensamentos continuavam desviando-se novamente para Vincent, imaginando se ele estava bem ou se estava sendo torturado por sua participação quando a ajudou fugir.
Eles não poderiam matá-lo permanentemente, mas ela estava bem ciente de que havia muitas coisas piores do que permanecer morto⦠ser brutalmente assassinado por várias e várias vezes seria uma delas.
Ela olhou novamente para o próprio ombro, sabendo que precisava conseguir aquela magia e neutralizar o sÃmbolo para que o sacrifÃcio de Vincent não fosse em vão. Ela deixou que a água quente do chuveiro lavasse as lágrimas silenciosas de seu rosto enquanto ela renovava sua determinação.
No andar de cima, Ren parou de andar subitamente e olhou diretamente para baixo, ouvindo o bombeamento de água através do sistema. Um sorriso malicioso apareceu em seu rosto, quando ele percebeu que estava em pé bem acima do banheiro do térreo, onde Lacey estava. Seu olhar seguiu o som através da parede onde as tubulações que conduziam a água por todo o local desciam até o piso e entravam no abrigo antiaéreo.
Ela já ficara naquele banho por tempo suficiente e ele estava pronto para tentar novamente o interrogatório.
Caminhando sobre as tubulações, ele colocou a mão sobre a que ele queria e fechou os olhos, concentrando-se no medidor de temperatura do aquecedor de água. Seus lábios se descontraÃram em um sorriso satisfeito quando a camada de gelo apareceu sob seus dedos na tubulação de cobre. O grito que soou através do abrigo antiaéreo fez com que todos pulassem surpresos, exceto Ren.
No vapor do chuveiro, a temperatura da água tinha passado de escaldante para fria congelante em menos de um segundo, fazendo com que Lacey se encolhesse sob os jatos de água. No processo, ela deslizou pelo fundo escorregadio da banheira e tropeçou para fora, quase levando consigo a cortina do chuveiro.
"Lacey!", gritou Gypsy, apreensivamente.
Lacey desvencilhou-se da cortina de chuveiro e empurrou-a para o lado, grata porque ela não havia sido derrubada.
"Estou