História Dos Lombardos. Paolo Diacono – Paulus Diaconus

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História Dos Lombardos - Paolo Diacono – Paulus Diaconus

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      16. Atravessado o rio, os Longobardos alcançaram novas terras e ali moraram por algum tempo. Como aqueles locais eram tranquilos e sem suspeita de más surpresas, se tornaram menos atentos e negligenciaram a segurança, coisa que é sempre mãe de calamidades e que trouxe-lhe uma desventura não pequena. De fato, à noite, enquanto todos repousavam relaxados e sem nenhuma precaução, inesperadamente caíram sobre eles os Burgúndios. Muitos foram feridos e muitos outros abatidos, como também o Rei Agelmondo, além disso arrastaram em escravidão a única filha.

      

      

      17. Depois desta desfeita, pensaram em recuperar as forças, pois os Longobardos deramse como Rei aquele Lamissione de quem tínhamos falado. Este último, com o ardor da idade juvenil, estava pronto a medir-se em guerra para vingar a morte de Agelmondo, aquele que o tinha criado. Voltou assim as armas contra os Burgúndios, mas no primeiro confronto os Longobardos voltaram as costas ao inimigo e se refugiaram no acampamento. Vendo isso, o Rei Lamissione, encobrindo tudo com a voz, gritou aos seus guerreiros que se lembrassem do ultraje sofrido, revendo a vergonha, como os inimigos degolaram o seu rei, de que modo tinham conduzido em escravidão sua filha, ela que eles tinham esperado ver sua rainha. Incitou-os a defender com as armas a si mesmos e os próprios caros, dizendo que é melhor morrer em batalha que suportar o escárnio dos inimigos como escravos sem valor. Gritando estas coisas, ameaçando e fazendo promessas, encorajou os ânimos para enfrentar a batalha, disse também que se tivesse visto alguém combater em condição servil, lhe teria dado além dos prêmios também a liberdade. Inflamados pelas incitações e pelo exemplo de seu chefe, que em frente a todos tinha se lançado na batalha, Longobardos irromperam fazendo massacres, assim colheram a vitória sobre os seus vencedores, vingando a morte do próprio rei e os males sofridos. Dos despojos dos inimigos mortos, recolheram também um grande saque e isto os tornou mais audazes para enfrentar os riscos da guerra.

      

      

      18. Morto Lamissione que tinha sido o segundo Rei dos Longobardos, subiu ao trono Lethu. Ele reinou por aproximadamente quarenta anos e deixou ou trono para Hildehoc que foi o quarto Rei e à sua morte, o quinto foi Godehoc.

      

      

      19. Naquele tempo, entre Odoacre, que há alguns anos reinava na Itália e Feleteo, chamado Feba, Rei dos Rugios, teve origem uma grande inimizade. Na época, Feleteo habitava as terras além do Danúbio, aquele que exatamente o Danúbio divide-se de Norico. Sempre naquele território, havia o mosteiro do beato Severino, que ali vivia em santa abstinência e, no tempo, já era digno de grande estima pelas suas muitas virtudes. E apesar de ter vivido naquele lugar até à morte, agora Nápoles é que conserva os seus míseros e pequenos despojos. O beato Severino tinha com frequência tinha advertido Feleteo e a sua mulher Gisa de abster-se da iniquidade, mas eles, desprezando as suas palavras, não o ouviram assim o beato previu a eles aquelas desventuras que depois os atingiram. Odoacre assim, recolhidos os povos sob o seu comando, Turcilingios, Erulos, parte dos Rugios a ele já submetidos e também outros da Illiria, entrou em Rugiland, derrotou os Rugios, realizou um massacre quase total e matou também o Rei Feleteo. Voltando para a Itália, depois de ter devastado toda a região, levou consigo muitíssimos prisioneiros, deixando aquelas terras quase desabitadas. Então, os Longobardos, aproveitando do momento, deixaram a sua região para ocupar o Rugiland. Em latim Rugiland significa "a terra avita dos Rugios”, esta era uma terra muito fértil e aqui os Longobardos moraram por muitos anos.

      

      

      20. No curso destes eventos, morreu Godehoc a quem sucedeu seu filho Claffone. Morto também Claffone, que era o sétimo, subiu ao trono o filho Tatone. Abandonado também os Rugiland, os Longobardos habitaram em campos abertos, em língua bárbara chamados “feld". Há três anos, os Longobardos moravam nestas terras quando irrompeu a guerra entre Tatone e Rodulfo, Rei dos Erulos. Os dois soberanos tentaram firmar um pacto de amizade entre Erulos e Longobardos, mas acendeu-se a discórdia entre eles. A causa foi esta, um irmão do rei Rodulfo tinha vindo oferecer a paz a Tatone, concluída a missão, enquanto voltava para a sua pátria, aconteceu de passar em frente à casa da filha do Rei, Rumetruda, esta, curiosa pelo grande exército que o acompanhava, perguntou quem era o homem circundado por uma nobre corte tão importante, lhe responderam que se tratava do irmão de Rodulfo Rei dos Erulos, que depois de ter instalado a embaixada em Tatone, voltava para a pátria. Rumetruda mandou um mensageiro para convidá-lo para vir até ele, oferecendo-lhe uma taça de vinho. Ele, de coração aberto como era, aceitou. A garota, vendo que era de pequena estatura, com a arrogância que nasce do orgulho, o humilhou com palavras de escárnio, o nobre homem, ardendo de vergonha e junto à raiva, lhe respondeu com palavras que na garota provocaram uma perturbação ainda maior. Rumetruda, acesa com furor feminino, não conseguindo segurar a dor no espírito, apressou-se a continuar o mal que a sua irresponsável mente tinha concebido. Simulou sentir-se ofendida, com o vulto sorridente e doces palavras adulou o seu hóspede, o fez sentar em um lugar com as costas voltadas a uma janela que tinha feito cobrir com um tecido precioso, como para render honrarias ao seu hóspede, na realidade não queria deixá-lo suspeito. Neste ínterim, a besta feroz, tinha dado ordem aos seus servos para tomarem posição por trás da janela, e ao seu sinal, ou seja, quando ela estivesse voltada ao mordomo, tivesse ordenado «misturar» de golpeá-lo com as lanças. E assim ocorreu. Assim que aquela cruel mulher deu o sinal, as ordens cruéis foram cumpridas. O irmão de Rodulfo, atravessado pelas lanças, caiu no chão e deu seu último suspiro.

      Quando foi contado a Rodulfo a cruel sorte do irmão, ele sofreu muito e se acendeu nele o forte desejo da vingança. Assim rompeu o pacto que tinha acabado de firmar com Tatone e declarou guerra. O que acrescentar a isso? O encontro ocorreu em campo aberto. Rodulfo, depois de ter implantado as suas tropas para a batalha (512 aproximadamente), certo da vitória, se retirou no seu acampamento onde jogava na mesa. Naqueles tempos, os Erulos eram treinados para a guerra e conhecidos por ter derrotado muitos povos. Os Erulos combatiam nus, tanto por serem mais ágeis quanto pelo fato de não dar importância às feridas feitas pelos inimigos; assim combatiam com coberto só aquilo que era preciso para o pudor. Rodulfo, enquanto jogava tranquilo na mesa, ordenou a um servo de subir sobre uma árvore ali próxima para comunicar-lhe do andamento da vitória. Tendo absoluta confiança nos seus, ameaçou o servo de mandar cortar-lhe a cabeça se ele ousasse dizer-lhe que os Erulos estavam em fuga. O servo, mesmo vendo logo que o exército do seu Rei se dobrava, não disse nada, aliás, interrogado sempre mais frequente pelo Rei, respondeu que eles combatiam magnificamente. Não ousou dizer nada mesmo quando viu as últimas tropas de Erulos voltar as costas aos inimigos, então mesmo se tarde, irrompeu em lamentos. «Aí de ti, miserável Erolia» disse, «que és perseguido pela ira do céu». Com estas palavras o Rei, perturbado, perguntou: «Não será em vez disso que os meus Erulos estão voltando fugindo?». E o servo: «Não eu, mas tu mesmo, oh senhor, o disseste». Assim como acontece com frequência nestes casos, incertos sobre o que fazer, colhidos de surpresa com a vinda dos Longobardos, foram massacrados. Também o Rei, mesmo realizando vãos atos de heroísmo, foi morto. No entanto, o exército dos Erulos fugia aqui e ali, disperso e a ira do céu os golpeou, eles correndo pela planície estendida, verdejante por plantas de linho, acreditaram que poderiam atravessar as águas a nado, assim tentaram atravessá-las e enquanto estendiam inutilmente os braços, foram cruelmente golpeados pelas espadas longobardas. Eles, completada a vitória, se dividiram com o grande saque no campo dos Erulos. Tatone pegou a bandeira de Rodulfo, por eles chamado “bando”

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