História Dos Lombardos. Paolo Diacono – Paulus Diaconus

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notavelmente em qualquer lugar a sua fama e o seu valor em batalha.

      

      

      21. Mas Tatone não pode se alegrar muito com este triunfo, pouco depois foi enfrentado e morto por Wacone filho de seu irmão Zuchilone, assim Wacone teve que enfrentar Ildichi, filho de Tatone. Wacone derrotou também Ildichi que foi obrigado ao exílio e refugiou junto aos Gepidos onde viveu até a sua morte. Por este motivo, entre Gepidos e Longobardos nasceu uma longa inimizade. Sempre nestes tempos, Wacone agrediu os Svevos e os submetidos. Se alguém colocasse isso em dúvida, releia-se o edito de Rotari sobre as leis longobardas e em quase todos os códigos encontrará aquele que nos falamos nesta pequena história.

      Wacone teve três mulheres: a primeira, Ranecunda, era filha do Rei dos Turingos, depois casou-se com Astrigosa, filha do Rei dos Gepidos e desta teve duas filhas, Wisigarda, que foi mulher de Teodeberto Rei dos Francos, Salderada, a outra filha casou com Cusupaldo, um outro Rei dos Francos, este porém tomou-se de ódio e a deu como esposa a um dos seus homens, um tal Gariboldo. Wacone teve depois uma terceira mulher, Salinga, filha do Rei dos Erulos, esta deu a Wacone um filho que ele chamou Waltari. Com a morte de Wacone, Waltari se torna o oitavo rei longobardo. Todos estes Reis eram Lithingos, uma nobre estirpe longobarda.

      

      

      22. Waltari manteve o reino por sete anos antes de morrer, depois dele o nono Rei a conquistar o reino foi Audoino que pouco depois levou o povo longobardo para Pannonia.

      

      

      23. A hostilidade entre Gepidos e Longobardos é enfim enfrentada e tanto uma parte quanto a outra se preparava para a guerra. Chegou assim o dia da batalha, os lados se enfrentaram obstinadamente e nenhum dos dois conseguia prevalecer sobre o outro. Aconteceu que, durante o combate corpo a corpo, se encontraram Alboino filho de Audoino e Turismondo filho do Rei Gepido Turisindo, Alboino, golpeando-o com a espada, o fez cair do cavalo e o matou, os Gepidos vendo o filho do Rei morto, perderam a cabeça. De resto, Turismondo sustentava a parte maior do cansaço em batalha, assim em breve, os Gepidos fugiram. Os Longobardos os perseguiram com obstinação, derrotando e matando-os quanto mais fosse possível, depois voltaram atrás a pegar os despojos dos mortos. Depois de ter desfrutado a fundo a vitória, os Longobardos voltaram às suas bases e sugeriram ao Rei Audoino de convidar ao seu convívio Alboino, aquele que com o seu valor tinha obtido a vitória, assim como foi companheiro do pai no perigo, assim o fosse no convívio. Audoino respondeu que não podia fazê-lo para não infringir a tradição de sua gente: «Vocês sabem» disse, «que entre nós não é permitido que um filho fique em convívio com o pai se antes não tiver recebido como presente armas das mãos de um Rei estrangeiro».

      

      

      24. Ao ouvir estas palavras do seu pai, Alboino pegou apenas quarenta guerreiros e foi a Turisindo Rei dos Gepidos, aquele com o qual pouco antes tinha combatido em guerra, e lhe expôs o motivo da visita inesperada. Este o acolheu com bondade e o fez sentar à sua direita onde geralmente costumava sentar Turismondo, o filho há pouco morto em batalha. Assim, acontece que enquanto a mesa variadamente arrumada ia se enchendo de comida, Turisindo foi oprimido pelo pensamento do filho morto que geralmente sentava-se naquele lugar onde agora estava o seu assassino, assim enfim, depois de dar profundos suspiros, deu voz à sua dor e disse: «Este lugar me é caro e para mim muito triste ver quem hoje está sentado». Então, estimulado pelas palavras do pai, o outro filho do Rei, que estava presente na sala, começou a insultar com injúrias os Longobardos, ridicularizando o seu hábito de cobrir-se com pequenas faixas brancas a parte baixa da perna, «são como aqueles cavalos que têm os pés brancos até o joelho», afirmou, «Não prestam para nada os cavalos aos quais vocês se parecem». Com estas palavras, um Longobardo respondeu:«Vá ao campo Asfeld e ali terá a prova do quanto chutam estes cavalos que fala; lá onde jazem dispersos os ossos do seu irmão, como aqueles de um jumento que não vale nada». Ao ouvir isto, os Gepidos, não suportando a humilhação, pularam de raiva e tentaram vingar-se da injúria. Os Longobardos, apesar disso, colocaram a mão no cabo das espadas prontos para combater mas o Rei, levantando da mesa, se colocou no meio, contendo os seus da ira e do combate e ameaçou punir quem por primeiro tivesse iniciado a batalha e também que «Não agrada a Deus a vitória de quem mata o hóspede na sua casa». Acalmada deste modo a disputa, retomou o convívio com ânimo alegre. Turisindo tomou as armas do filho Turismondo e as deu à Alboino e o reenviou incólume ao reino do pai. Ao voltar ao pai, Alboino desde então tornou-se seu conviva e enquanto recebia o luxuoso tratamento de Rei, contava de modo ordenado tudo que lhe tinha acontecido com os Gepidos no reino de Turisindo. Os presentes ficaram admirados e louvaram tanto a audácia de Alboino quanto a nobre lealdade do Rei Gepido.

      

      

      25. Neste período, Giustino Augusto regia com prosperidade o império Romano, concluiu vitoriosamente muitas guerras e também na legislação civil deixou a sua marca. Com o patrício Belisario derrotou definitivamente os Persas e, sempre por obra do general Belisario, apagou, exterminando-os, a estirpe dos Vândalos capturando também o seu chefe Gelismero. Assim, reconquistou o Império Romano, depois de noventa e seis anos de domínio dos bárbaros e toda a África Romana. Depois, ainda com o valor de Belisario, derrotou na Itália a estirpe dos Gotos, aqui também capturou o seu Rei Vitige e depois ainda os Mauros com o seu Rei Amtalan, que infestavam a África. Sempre com a guerra submeteu também outras pessoas e por isso mereceu o título de Alamannico, Gótico, Franco, Germânico, Antico, Alanico, Vandalico e Africano. Colocou ordem nas leis dos Romanos, que tinham se tornado muito prolixas e com frequência inúteis e contraditórias, aboliu as numerosas promulgações dos muitos princípios que o tinham precedido em só doze livros e chamou este volume de Código Justiniano. Também as leis de cada um dos magistrados e juízes, que alcançavam quase dois mil livros, os organizou em cinquenta e chamou esta obra de Código dos Digestos ou das Pandette. Na nova forma, compôs os quatro livros das Instituições que reúnem os princípios gerais de todas as leis. Dispôs também que as novas leis emanadas por ele fossem reunidas em um volume e o chamou de Código Delle Novelle. Dentro dos muros de Constantinopla fez erguer um templo a Crisostomo, à Sabedoria de Deus Pai e o chamou com o vocábulo grego Agian Sophian, ou seja, Santa Sabedoria. A construção é magnífica e audaz, tanto que em nenhuma parte do mundo pode-se ver uma semelhante. Giustiniano era de fé católica, dirigido a operar e justo nas sentenças e é por isso que tudo lhe saía bem. Sob o seu reino, em Roma, vivia Cassiodoro, excelente tanto na ciência humana quanto nas coisas divinas, em particular compôs, com espírito elevado e aguda interpretação, os Salmos mais obscuros. Cassiodoro foi primeiro cônsul, depois senador e enfim monge. No mesmo período, também o abade Dionigi se estabeleceu em Roma e com grande perícia calculou o ciclo Pascoal. E ainda, Prisciano compreendeu as mais profundas leis da arte da gramática e Aratore, subdiácono da igreja de Roma, colocou em versos métricos os atos dos Apóstolos.

      

      

      26. Neste mesmo tempo, também o nosso beato padre Benedetto brilhou pelos méritos da sua extraordinária vida e as virtudes apostólicos, antes em Subiaco, um lugar a quarenta milhas de Roma e depois na cidadela de Cassino chamada também “La Rocca”. Como é sabido, o beato Papa Gregorio nos seus Diálogos estendeu com belo estilo uma sua biografia. Eu também, elenquei em “metro elegíaco”

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