Caçador Zero. Джек Марс

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Caçador Zero - Джек Марс

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a pia — a mulher disse a ele.

      — Claro.

      Maya ouviu as batidas dos sapatos contra o azulejo e, então, uma mulher apareceu parcialmente em seu campo de visão, de costas para ela enquanto abria a torneira. Ela parecia ter meia-idade, com cabelos loiros pouco abaixo da altura dos ombros e vestia-se de forma elegante.

      — Não posso dizer que te culpo — a mulher disse a Rais. — Normalmente eu nunca pararia em um lugar como este, mas eu derramei café a caminho de visitar minha família e... Ah... — Ela parou enquanto olhava para o espelho.

      No reflexo, a mulher pôde ver a porta da cabine aberta, e Maya sentada em cima do vaso sanitário fechado. Maya não tinha ideia de como ela poderia parecer para um estranho - cabelo emaranhado, bochechas inchadas de tanto chorar, olhos avermelhados -, mas ela podia imaginar que era provável que seria um motivo de alarme.

      O olhar da mulher voou para Rais e depois voltou ao espelho.

      — Ah... Eu simplesmente não conseguiria dirigir por mais uma hora e meia com as minhas mãos pegajosas... — Ela olhou por cima do ombro, a água ainda correndo, e então ela murmurou três palavras muito claras para Maya.

      Você está bem?

      O lábio inferior de Maya tremeu. Por favor, não fale comigo. Por favor, nem mesmo olhe para mim. Ela balançou a cabeça lentamente. Não.

      Rais deve ter se virado, outra vez, para a porta, porque a mulher assentiu devagar. Não! Maya pensou desesperadamente. Ela não estava tentando pedir ajuda.

      Ela estava tentando impedir que essa mulher sofresse o mesmo destino que Thompson.

      Maya acenou com a mão para a mulher e mandou uma palavra para ela. Vai. Vai.

      A mulher franziu a testa profundamente, as mãos ainda molhadas. Ela olhou na direção de Rais novamente.

      — Eu suponho que seria muito pedir toalhas de papel, hein?

      Ela disse muito forçadamente.

      Entã,o ela apontou para Maya com o polegar e o mindinho, fazendo um sinal de telefone com a mão. Ela parecia estar sugerindo que ligaria para alguém.

      Por favor, apenas vá.

      Quando a mulher voltou-se para a porta, houve um borrão de movimento no ar. Aconteceu tão rápido que a princípio Maya nem teve certeza de que algo tivesse, de fato, acontecido. A mulher congelou, arregalando os olhos em choque.

      Um fino arco de sangue jorrou de sua garganta aberta, borrifando contra o espelho e a pia.

      Maya apertou as duas mãos sobre a boca para reprimir o grito que tentava sair de seus pulmões. Ao mesmo tempo, as mãos da mulher voaram até o pescoço, mas não houve como impedir o dano que havia sido feito. O sangue escorria como um riacho entre os dedos enquanto ela caía de joelhos, um suave gorgolejo escapando de seus lábios.

      Maya apertou os olhos, ambas as mãos ainda sobre a boca. Ela não queria ver isso. Ela não queria ver essa mulher morrer por causa dela. Sua respiração veio pesada, soluços sufocantes. Da cabine ao lado, ela ouviu Sara choramingando baixinho.

      Quando ela se atreveu a abrir os olhos novamente, a mulher a encarava. Uma bochecha descansada contra o chão molhado e imundo.

      A poça de sangue que escapara de seu pescoço quase alcançou os pés de Maya.

      Rais inclinou-se para a cintura dela e limpou a faca na blusa da mulher. Quando ele olhou para Maya novamente, não era raiva ou angústia em seus olhos muito verdes. Era decepção.

      — Eu te disse o que aconteceria — ele falou suavemente. — Você tentou sinalizar para ela.

      As lágrimas obscureceram a visão de Maya.

      — Não. — Ela conseguiu soltar. Ela não conseguia controlar os lábios trêmulos, as mãos trêmulas. — Eu não fiz isso…

      — Sim — disse ele calmamente. — Você fez. O sangue dela está em suas mãos.

      Maya começou a hiperventilar, sua respiração entrando em tragadas ofegantes. Ela se inclinou, colocando a cabeça entre os joelhos, os olhos cerrados e os dedos nos cabelos.

      Primeiro senhor Thompson e agora essa mulher inocente. Os dois tinham morrido, simplesmente, por estarem muito perto dela, muito perto do que esse maníaco queria - e ele havia provado duas vezes que estava disposto a matar, mesmo indiscriminadamente, para conseguir o que queria.

      Quando ela finalmente recuperou o controle de sua respiração e se atreveu a olhar para cima novamente, Rais tinha a bolsa preta da mulher e estava a vasculhando. Ela viu quando ele pegou o telefone e arrancou a bateria e o cartão SIM.

      — Levante-se — ele ordenou Maya entrando na cabine. Ela se levantou rapidamente, prensando a si mesma contra a divisória de metal da cabine e prendendo a respiração.

      Rais jogou a bateria e o cartão SIM no vaso sanitário e deu descarga. Então ele se virou para encará-la, a poucos centímetros de distância no espaço estreito. Ela não conseguia encontrar seu olhar. Em vez disso, ela olhou para o queixo dele.

      Ele balançou algo diante do rosto dela - um molho de chaves de carro.

      — Vamos — ele disse baixinho. Ele deixou a cabine, aparentemente sem nenhum problema em andar pela grande poça de sangue no chão.

      Maya piscou. A parada de descanso não tinha nada a ver com deixá-las usar o banheiro. Não era sobre esse assassino mostrando um pingo de humanidade. Era uma chance para ele abandonar a caminhonete de Thompson. Pois a polícia pode estar procurando por ela.

      Pelo menos ela esperava que estivessem. Se o pai dela ainda não tivesse voltado para casa, havia poucas chances de que alguém soubesse que as Lawson estavam desaparecidas.

      Maya andou o mais cautelosamente possível para evitar a poça de sangue - e para evitar olhar para o corpo no chão. Cada junta de seu corpo parecia ser feita de gelatina. Ela se sentia fraca, impotente contra esse homem. Toda a determinação que ela reunira há poucos minutos na caminhonete se dissolvera como açúcar em água fervente.

      Ela pegou Sara pela mão.

      — Não olhe — sussurrou e guiou sua irmã mais nova ao redor do corpo da mulher. Sara olhou para o teto, respirando fundo através da boca aberta. Lágrimas frescas riscavam ambas as suas bochechas. Seu rosto estava branco como um lençol e sua mão fria e úmida.

      Rais abriu alguns centímetros da porta do banheiro e espiou o lado fora. Ele levantou uma mão.

      — Esperem.

      Maya olhou através dele e viu um homem corpulento com um boné de caminhoneiro se afastando do banheiro masculino, secando as mãos nas calças jeans. Ela apertou a mão de Sara e, com a outra, instintivamente alisou o próprio cabelo, que estava emaranhado e bagunçado.

      Ela não podia lutar contra esse assassino, a menos que tivesse uma arma. Não podia tentar pedir a ajuda de um estranho, ou eles poderiam sofrer o mesmo destino que a mulher morta atrás deles. Ela tinha apenas uma escolha agora, esperar e torcer para que seu pai viesse atrás delas... O que ele só

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