Caçador Zero. Джек Марс

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Caçador Zero - Джек Марс

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passado. Reid se lembrava bem; ele havia tirado a foto alguns momentos antes de sua comida chegar. Maya tinha um daiquiri sem álcool a sua frente. Sara tinha um milk-shake de baunilha

      Elas estavam felizes. Sorrindo. Contentes. Seguras. Antes que ele tivesse trazido esse terror sobre elas, elas estavam seguras. Na época em que essa foto foi tirada, a ideia de serem perseguidas por radicais que pretendiam lhes fazer mal, ou serem sequestradas por assassinos, era fantasia.

      Isso é culpa sua.

      Ele virou a moldura e abriu a parte de trás. Ao fazer isso, ele fez uma promessa. Quando as encontrasse - e eu vou encontrá-las - ele pararia. Pararia com a CIA. Com operações secretas. Pararia de salvar o mundo.

      Para o inferno com o mundo. Eu só quero que minha família esteja protegida e que fique em segurança.

      Eles partiriam, se mudariam para longe, mudariam seus nomes se preciso for. Tudo o que importaria para o resto de sua vida seria a segurança e a felicidade delas. A sobrevivência delas.

      Ele tirou a foto da moldura, dobrou-a ao meio e enfiou-a no bolso interno da jaqueta.

      Ele precisaria de uma arma. Provavelmente, poderia encontrar uma na casa de Thompson, bem ao lado, se conseguisse entrar sem que a polícia ou o pessoal da emergência visse...

      Alguém limpou a garganta bem alto no corredor, um sinal de aviso óbvio, caso precisasse de um momento para se recompor.

      — Sr. Lawson. — O homem entrou pela porta do quarto. Ele era baixo, um pouco de volume na barriga, porém, tinha linhas duras gravadas em seu rosto. Ele lembrava a Reid um pouco do Thompson, embora isso pudesse ser apenas culpa. — Meu nome é Detetive Noles, do Departamento de Polícia de Alexandria. Eu entendo que este seja um momento muito difícil para você. Eu sei que você já deu uma declaração para os primeiros oficiais a chegarem ao local, mas eu tenho algumas perguntas que gostaria de deixar no registro, se você, por favor, puder vir comigo até a delegacia.

      — Não. — Reid pegou sua bolsa. — Eu vou encontrar minhas filhas. — Ele marchou para fora do quarto passando pelo detetive.

      Noles o seguiu rapidamente.

      — Sr. Lawson, nós desencorajamos veementemente que os cidadãos ajam em um caso como este. Deixe-nos fazer o nosso trabalho. A melhor coisa a se fazer seria ficar em algum lugar seguro, com amigos ou familiares, mas permanecer por perto...

      Reid parou no final da escada.

      — Eu sou um suspeito no sequestro de minhas próprias filhas, detetive? — ele questionou, sua voz baixa e hostil.

      Noles o encarou. Suas narinas se abriram brevemente. Reid sabia, por seu treinamento, que esse tipo de situação era tratado com delicadeza, para não traumatizar ainda mais as famílias das vítimas.

      Contudo, Reid não estava traumatizado. Ele estava irado.

      — Como eu disse, eu só tenho algumas perguntas — respondeu Noles cuidadosamente. — Eu gostaria que você viesse comigo, até a delegacia.

      — Eu rejeito suas perguntas. — Reid encarou de volta. — Eu vou para o meu carro agora. A única maneira de você me levar para qualquer lugar é algemado. — Ele queria muito que esse detetive robusto sumisse da sua frente. Por um breve momento, ele até considerou mencionar suas credenciais da CIA, mas não tinha nada para comprovar.

      Noles não disse nada quando Reid se virou e saiu da casa para a entrada de veículos.

      Ainda assim, o detetive o seguiu pela porta e atravessou o gramado.

      — Sr. Lawson, só pedirei mais uma vez. Considere por um segundo como isso parece, você fazendo as malas e fugindo enquanto investigamos ativamente sua residência.

      Um choque de raiva percorreu Reid, da base de sua espinha até o topo da cabeça. Ele quase largou a bolsa bem ali, tamanho era seu desejo de virar e acertar o detetive Noles na mandíbula por, mesmo que remotamente, ter implicado que ele poderia ter algo a ver com isso.

      Noles era um veterano; ele deve ter sido capaz de ler a linguagem corporal, mas ainda assim continuou.

      — Suas garotas estão desaparecidas e seu vizinho está morto. Tudo isso aconteceu enquanto você não estava em casa, ainda assim, não tem um álibi sólido. Você não pode nos dizer com quem estava ou onde estava. Agora está fugindo como se soubesse algo que nós não sabemos. Eu tenho dúvidas, Sr. Lawson. E eu irei obter respostas.

      Meu álibi. O verdadeiro álibi de Reid, a verdade, era que ele passara as últimas quarenta e oito horas correndo atrás de um líder religioso alucinado que possuía um lote, do tamanho do apocalipse, de varíola alterada. Seu álibi era que ele acabou de voltar para casa após salvar milhões de vidas, talvez até bilhões, apenas para descobrir que as duas pessoas com quem ele mais se importava em todo o mundo estavam desaparecidas.

      Mas ele não podia dizer nada disso, não importava o quanto ele quisesse. Em vez disso, Reid engoliu a raiva e segurou o punho e a língua. Ele parou ao lado do carro e se virou para o detetive. Quando o fez, a mão do homem mais baixo se moveu lentamente até o cinto - e suas algemas.

      Dois policiais fardados, do lado de fora, notaram a potencial discussão e deram alguns passos cautelosos para perto dele, também com as mãos se movendo para seus cintos.

      Desde que o supressor de memória foi cortado de sua cabeça, parecia que Reid tinha de duas mentes. Um lado, o lógico, o lado do professor Lawson, estava dizendo a ele: Ceda. Faça o que ele pede. Ou então você terminará na cadeia e nunca chegará às garotas.

      Todavia, o outro lado, o lado de Kent Steele - o agente secreto, o renegado, o caçador de emoções - era muito mais barulhento, gritando, sabendo por experiência que cada segundo contava desesperadamente.

      Esse lado ganhou. Reid ficou tenso, pronto para uma luta.

      CAPÍTULO QUATRO

      Pelo que pareceu um longo momento, ninguém se moveu - nem Reid, nem Noles, nem os dois policiais atrás do detetive. Reid agarrou-se à sua bolsa em um aperto forte que deixou as juntas de seus dedos brancos. Se tentasse entrar no carro e sair, ele não tinha dúvida de que os oficiais avançariam sobre ele. E ele sabia que reagiria de acordo.

      De repente, houve um derrapar de pneus e todos os olhos se voltaram para um SUV preto, quando ele parou abruptamente no final da entrada, perpendicular ao veículo de Reid, o bloqueando. Uma figura saiu e caminhou rapidamente para neutralizar a situação.

      Watson? Reid quase deixou escapar.

      John Watson era um colega de campo, um homem alto, afro-americano, cujas feições eram perpetuamente passivas. Seu braço direito estava suspenso em uma tipoia azul-escura; ele havia levado uma bala perdida no ombro bem no dia anterior, ajudando na guerra contra os radicais islâmicos de liberar o vírus.

      — Detetive. — Watson acenou para Noles. — Meu nome é Agente Hopkins, Departamento de Segurança Interna. — Com a mão boa, ele mostrou um distintivo convincente. — Esse homem precisa vir comigo.

      Noles franziu a testa; a tensão do momento anterior evaporara, substituída pela confusão.

      — O que disse? Segurança

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