Caçador Zero. Джек Марс
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— Agora, espere aí. — Noles balançou a cabeça, ainda atordoado pela súbita intrusão e rápida explicação. — Você não pode simplesmente entrar aqui e assumir...
— Este homem é um informante do departamento — interrompeu Watson. Ele manteve a voz baixa, como se estivesse compartilhando um segredo conspiratório, embora Reid soubesse que era uma artimanha da CIA. — Ele faz parte do WITSEC.
Os olhos de Noles se arregalaram ao ponto de parecer que eles saltariam de sua cabeça. A WITSEC, Reid sabia, era um acrônimo para o programa de proteção a testemunhas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Mas Reid não disse nada; ele simplesmente cruzou os braços sobre o peito e encarou o detetive com um olhar penetrante.
— Ainda assim... — disse Noles hesitante — Vou precisar de mais do que um distintivo chamativo para liberá-lo... — O celular do detetive tocou de repente.
— Suponho que essa seja sua confirmação do meu departamento. — Disse Watson, quando Noles pegou o telefone. — Você vai querer atender. Sr. Lawson, por aqui, por favor.
Watson se afastou, deixando um confuso detetive Noles gaguejando em seu telefone. Reid levantou a bolsa e seguiu, mas parou no SUV.
— Espere — disse ele antes que Watson pudesse subir no banco do motorista. — O que é isso? Para onde vamos?
— Podemos conversar enquanto dirigimos, ou podemos conversar agora e perder tempo.
A única razão pela qual Reid poderia conceber para Watson estar lá era se a agência o enviasse, com a intenção de pegar o Agente Zero para que eles pudessem ficar de olho nele.
Ele balançou a cabeça.
— Eu não vou para Langley.
— Nem eu — respondeu Watson. — Estou aqui para ajudar. Entre no carro. Ele deslizou para o banco do motorista.
Reid hesitou por um breve momento. Ele precisava estar na estrada, mas não tinha destino. Ele precisava de uma pista. Reid não tinha motivos para acreditar que ele estivesse mentindo; Watson era um dos agentes mais honestos e dentro das regras que ele já conheceu.
Reid sentou no assento do passageiro ao lado dele. Com seu braço direito em uma tipoia, Watson teve que estender o outro braço sobre seu corpo para conduzir e guiar o volante com uma mão. Eles se afastaram em segundos, indo a mais de vinte acima do limite de velocidade, movendo-se rapidamente, mas evitando a fiscalização.
Ele olhou para a bolsa preta no colo de Reid.
— Onde você estava planejando ir?
— Eu tenho que encontrá-las, John. — Sua visão se turvou com o pensamento delas lá fora, sozinhas, nas mãos daquele louco assassino.
— Sozinho? Desarmado, com um celular de civil? — Agente Watson sacudiu a cabeça. Você deveria ter pensado melhor.
— Eu já conversei com Cartwright — Reid disse amargamente.
Watson zombou.
— Você acha que Cartwright estava sozinho na sala quando falou com você? Você acha que ele estava em uma linha segura, em um escritório em Langley?
Reid franziu a testa.
— Eu não tenho certeza se entendo. Parece que você está sugerindo que Cartwright quer que eu faça a coisa que ele acabou de me dizer para não fazer.
Watson balançou a cabeça, sem tirar os olhos da estrada.
— Está mais para ele saber que você vai fazer a coisa que ele acabou de lhe dizer para não fazer, quer ele queira ou não. Ele te conhece melhor que ninguém. Do jeito que ele vê, a melhor maneira de evitar outro problema é garantir que você tenha algum apoio desta vez.
— Ele mandou você — Reid murmurou. Watson não confirmou nem negou, mas ele não precisou. Cartwright sabia que Zero estava indo atrás de suas filhas; a conversa deles foi em benefício de outros ouvidos em Langley. Ainda assim, conhecendo a tendência de Watson em seguir o protocolo, não fazia sentido para Reid por que ele iria ajudar. — E quanto a você? Por que está fazendo isso?
Watson apenas deu de ombros.
— Há duas crianças lá fora. Assustadas, sozinhas, em mãos erradas. Não gosto muito disso.
Não era realmente uma resposta, e pode até não ter sido a verdade, mas Reid sabia que era o melhor que ele conseguiria tirar do agente estoico.
Ele não pôde deixar de pensar que parte da anuência de Cartwright em ajudá-lo era uma medida de culpa. Por duas vezes, enquanto estava fora, Reid pediu ao diretor adjunto que colocasse suas filhas em um local seguro. Contudo, em vez disso, ele inventou desculpas sobre a mão de obra e a falta de recursos... E agora elas estavam desaparecidas.
Cartwright poderia ter evitado isso. Ele poderia ter ajudado. Mais uma vez Reid sentiu seu rosto ficar quente quando uma onda de raiva cresceu dentro dele, e novamente ele a reprimiu. Agora não era hora para isso. Agora era a hora de ir atrás delas. Nada mais importava.
Vou encontrá-las. Vou resgatá-las. E eu vou matar o Rais.
Reid respirou fundo, pelo nariz e pela boca.
— Então, o que sabemos até agora?
Agente Watson sacudiu a cabeça. Não muito. Descobrimos logo depois de você, quando ligou para os policiais. Mas a agência está agindo no caso. Nós devemos ter uma pista em breve.
— Quem está no caso? Alguém que eu conheço?
— O Diretor Mullen deu o caso para as Operações Especiais, então Riker está assumindo a liderança...
Reid zombou outra vez. Menos de quarenta e oito horas atrás, ele recuperou uma memória, uma de sua antiga vida como o agente Kent Steele. Ainda estava embaçada e fragmentada, mas era sobre uma conspiração, algum tipo de encobrimento do governo. Uma guerra pendente. Dois anos atrás, ele sabia disso - pelo menos sabia de alguma parte - e estava trabalhando para construir um caso. Independentemente de quão pouco ele sabia, ele estava certo de que pelo menos alguns membros da CIA estavam envolvidos.
No topo de sua lista estava a recém-nomeada Diretora Assistente, Ashleigh Riker, chefe do Grupo de Operações Especiais. Com sua falta de confiança nela, ele definitivamente não esperava que ela desse seu melhor para encontrar suas filhas.
— Ela designou um cara novo, jovem, mas capaz — continuou Watson. — O nome é Strickland. Ele é um ex-Ranger do exército, excelente rastreador. Se alguém pudesse descobrir quem fez isso, seria ele. Além de você, é claro.
— Eu sei quem fez isso, John. — Reid balançou a cabeça amargamente. Ele imediatamente pensou em Maria; ela era uma agente, uma amiga, talvez mais - e definitivamente uma das únicas pessoas em quem Reid podia confiar. Da última que ele ouviu, Maria Johansson estava em uma missão rastreando Rais na Rússia. — Eu preciso entrar em contato com a Johansson. Ela deve saber o que aconteceu. Ele sabia que, até que pudesse provar que era Rais, a CIA não a traria de volta.