Um amor sem palavras. Lucy Monroe
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Um amor sem palavras - Lucy Monroe страница 3
– Quer que o Andreas venda a empresa?
«Para comprar uma princesa?»
– É uma solução.
– Uma solução para quê?
Kayla não entendia o problema. Andreas tinha dinheiro suficiente para fazer o que quisesse sem lhe arrebatar tudo o que passara seis anos a construir.
– Não pode continuar a trabalhar dezasseis horas por dia – indicou Genevieve. – É parte do acordo que assinou comigo.
– Assinaste um acordo que limita as tuas horas de trabalho? – perguntou Kayla, atónita.
– Sim.
– Isso não significa que tenha de vender a empresa.
Andreas não cederia nesse aspeto em particular, pois não? Podia não a amar e talvez nunca se tivesse preocupado com ela senão como designer de software, mas importava-se com a empresa. Não era apenas ela que encontrava segurança económica e um propósito na KJ Software. A ideia de a vender era absurda, mas o brilho calculista dos olhos verdes fez com que Kayla cravasse as unhas nas palmas suadas das mãos.
Durante o último ano, mencionara algumas vezes a ideia de vender a KJ Software, mas Kayla não o levara a sério. Andreas era a seiva da companhia, sim, mas ela era o coração da KJ Software e não poderia continuar a sê-lo se o seu próprio coração parasse de bater. Não percebia isso?
– Sentes-te bem? – perguntou Andreas, observando-a com preocupação. Kayla não sabia o que responder. O seu mundo explodira. – Fizemos o que decidimos fazer – acrescentou ele, num tom satisfeito, como se as suas palavras não estivessem a rasgar-lhe o coração. – O Sebastian Hawk ofereceu-me uma fusão com a empresa de segurança dele.
– Uma fusão ou uma aquisição? – perguntou ela.
Andreas fez uma careta ao aperceber-se de que a notícia não era tão bem-vinda como esperara.
– Uma aquisição seria o mais provável.
– Porquê? – perguntou Kayla. Sebastian Hawk, dono de uma das empresas de segurança mais importantes do mundo, era um dos seus melhores clientes desde o começo. – Ele já tem a nossa licença de software para a sua própria empresa e, de modo acessório, para os seus clientes.
– Quer ser o dono – declarou Andreas.
– É um controlador compulsivo, como tu.
Ele encolheu os ombros.
– Tem três filhos e um legado para lhes deixar.
– E os teus filhos? – perguntou Kayla.
Presumivelmente, Andreas estava disposto a casar-se e a ter filhos. Não queria deixar-lhes um legado?
– Estou a pensar em dedicar-me a investimentos de capital de risco.
– Estiveste a ver aquele programa outra vez, não foi? – perguntou Kayla, referindo-se ao seu programa favorito de televisão sobre investidores de capital de risco que investiam em empresas emergentes. Costumavam vê-lo quando estavam juntos e Andreas orgulhava-se de adivinhar que investidores iam conseguir múltiplas oferta e quais não conseguiriam nenhuma.
– Por muito fascinante que seja tudo isso, temos de dar a reunião por acabada – anunciou Genevieve, enquanto olhava para o seu relógio de marca. – Tenho uma reunião com outro cliente.
A sério? Quantos milionários precisavam dos serviços de uma casamenteira?
– Quantos clientes tem? – perguntou Kayla.
– Isso é informação privilegiada – respondeu ela, num tom altivo.
– O dinheiro que o Andreas pagou dá-me o direito de saber.
Genevieve virou-se para ele.
– Tinha a impressão de que tinhas feito uma transferência da tua conta pessoal.
– É claro que sim – confirmou ele.
A casamenteira virou-se para Kayla.
– Então, isto não lhe diz respeito – declarou, num tom condescendente.
Esse tom podia tê-la irritado, mas Kayla tinha preocupações mais importantes.
– Tem razão, não me diz respeito – assentiu, levantando-se. – De facto, continuo sem entender o que raios faço aqui. Se vais vender a empresa, os meus cinco por cento não vão deter-te. E, se queres pagar uma fortuna a esta mulher para que te procure encontros quando sei que não tens o menor problema em encontrar companhia feminina, também não me diz respeito – acrescentou, decidida. – Não acho graça que me afastes do meu trabalho quando podias ter-me dito com uma mensagem de texto: «Vou contratar uma casamenteira.»
– Esperavas que te dissesse que ia vender a empresa através de uma mensagem de texto? – perguntou Andreas, surpreendido.
– Não esperava que vendesses a empresa e muito menos que mo dissesses numa reunião com uma terceira pessoa – indicou ela, olhando para ele nos olhos. – Mas, agora, percebo que estava errada em muitas coisas.
Aquela reunião era sobre a sua decisão de se casar. O assunto de vender a empresa aparecera apenas como parte da conversa, mas, aparentemente, estivera na sua agenda desde o começo.
Kayla virou-se e saiu do escritório, com o coração apertado. Sentira-se assim algumas vezes na sua vida.
No dia em que entendera que a mãe não ia voltar. Recusara-se a falar durante dois anos depois de a abandonar.
No dia em que a mãe de acolhimento morrera, obrigando-a a ir de casa em casa.
No dia em que entendera que Andreas se interessava mais pelas suas habilidades como designer de software do que por ter um espaço na sua cama ou até uma amizade.
O assistente pessoal de Andreas levantou-se quando Kayla saiu do escritório.
– Estás bem?
Ela abanou a cabeça.
– O que se passa?
– O Andreas vai casar-se.
Kayla não mencionou a possibilidade de vender a empresa. Afinal de contas, não fora por isso que marcara a reunião.
– Com ela? – Bradley esbugalhou os olhos.
– Não, com ela, não. É uma intermediária.
O jovem pôs uma mão no seu braço.
– Lamento muito.
Não disse mais nada, mas não era preciso. Para além de Andreas, Bradley conhecia-a melhor do que ninguém. Talvez melhor do que Andreas porque, desde o primeiro ano, percebera que estava apaixonada pelo grego distraído.