Um amor sem palavras. Lucy Monroe
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Se Kayla não estivesse zangada com ele, poderia ter-lhe pedido ajuda. Ela entendia muito melhor esse tipo de coisas do que ele.
A reunião com Genevieve não poderia ter corrido pior e sabia que, quando ficava teimosa, não fazia sentido tentar comunicar com ela. Kayla era ainda mais teimosa do que ele quando o assunto era realmente importante. Estava zangada porque decidira vender a empresa e por o ter sabido naquele dia, à frente de uma desconhecida.
Contar os seus planos de vender a Genevieve antes de falar com Kayla fora um erro, apercebia-se agora. Kayla era a sua sócia e devia-lhe mais respeito e consideração.
Além disso, como amiga, devia ter-lhe contado que tencionava casar-se. Porém, Kayla devia ter imaginado que esse era o próximo passo. Ela era a única pessoa com quem partilhava os seus planos. E partilhara-os. Há muito tempo, quando a sua amizade incluía sexo e não era uma sociedade.
No entanto, não gostava que estivesse zangada com ele. Kayla Jones era a única pessoa cuja opinião era realmente importante.
Sim, ia precisar de uns éclairs de desculpa para o pequeno-almoço. Ou porque não resolvê-lo naquela mesma noite, convidando-a para jantar no restaurante vietnamita de que tanto gostava?
Kayla não estava na sala de informática e não atendia o telemóvel, mas ele não estava de humor para ser ignorado.
Iria ao seu apartamento, decidiu. Não era uma viagem muito comprida, só alguns andares abaixo das suas águas-furtadas. Depois de discutir muito, conseguira convencê-la a mudar-se para o seu prédio, longe do bairro perigoso em que vivia antes.
Quarenta e cinco minutos depois, enviou-lhe uma mensagem de texto:
«Onde raios estás?»
Quando não respondeu em cinco minutos, enviou-lhe outra mensagem.
«Posso continuar assim toda a noite, até ficares sem bateria de tantos alertas.»
Também não houve resposta, mas Andreas não ameaçava em vão, de modo que se dedicou a enviar mensagens a cada cinco minutos. Começava a preocupar-se realmente quando o telemóvel tocou quarenta e cinco minutos e oito mensagens depois.
– Para! – gritou Kayla, exasperada.
– Onde estás?
– Não tenho de te dar explicações.
– Eu sei, mas temos de falar.
– Talvez devesses ter pensado nisso antes, não achas?
– Podíamos ter falado esta tarde se não tivesses saído do meu escritório com uma birra.
– Nunca tenho birras de nenhum tipo.
O seu tom era frio, sem emoção, como quando estava a proteger-se. E Andreas não queria pensar que precisava de se proteger dele.
– Sê razoável, Kayla. Estás a fazer uma tempestade num copo de água.
– Ah, sim? Vais arrebatar-me a minha casa porque essa casamenteira diz que tens de o fazer!
– Não vou tirar-te o teu apartamento…
– Não te faças de parvo! Não me refiro ao meu apartamento e sabes.
O grito de Kayla surpreendeu-o porque ela não costumava perder a cabeça. Só a ouvira gritar quando iam para a cama juntos… e não sempre porque, por muito bom amante que fosse, Kayla era comedida nas suas demonstrações de prazer.
Contudo, recordar isso não era produtivo, como aprendera depois de a tornar a sua sócia. Não podia distrair-se dos seus objetivos e, naquele momento, o seu objetivo era entender o que se passava com a sua melhor amiga.
– Kayla?
– Amanhã, não irei trabalhar. Vou tirar um dia de folga.
– Porquê?
– Tenho coisas para fazer.
– Que coisas?
– O que disse a tua casamenteira? Ah, sim, já. Não te diz respeito, Andreas.
– Para. Não sei o que se passa…
Um assobio indicou que Kayla desligara a chamada. Maldita fosse. Devia saber que não venderia a empresa sem ter um plano para os dois.
Não esperara que estivesse interessada numa empresa de capital de risco, mas era uma designer de software brilhante e não só no que dizia respeito à segurança. Kayla seria uma conselheira extraordinária para qualquer empresa em que estivesse interessado em investir e, quando se acalmasse, perceberia. Até então, certamente, devia enviar-lhe uns éclairs da sua pastelaria favorita de manhã. Comprá-los-ia a caminho do escritório, decidiu. Ou talvez devesse reorganizar a agenda para passar algumas horas com ela.
No entanto, passar tempo com ela fora do escritório era uma tentação contra a qual tinha de lutar. A paixão incontrolável que tinham partilhado uma vez tinha de ser contida, pois esse tipo de atração não levava a nada de bom. Fora a perdição da mãe depois de uma aventura ilícita com o pai, um homem casado.
Conter essa atração devia ter sido mais fácil à medida que o tempo passava, mas não fora assim. Andreas dava por si a olhar para Kayla de um modo muito pessoal, muito sexual, nos momentos mais inconvenientes.
Contudo, não podia permitir que essa fraqueza danificasse a sua amizade. Esforçara-se muito para que o lugar de Kayla na sua vida fosse mais permanente do que o de uma simples companheira de cama.
Kayla ligou o telemóvel enquanto saía do aeroporto em Nova Iorque. Um assobio indicou-lhe que tinha várias mensagens, como esperara.
Quase chocou com uma mulher que empurrava um carrinho de bebé à velocidade de um raio e um homem de fato de treino chocou contra ela, empurrando-a contra a parede, mas Kayla não protestou, mais incomodada com a ideia de ter de falar com um desconhecido do que com a dor do ombro.
Odiava viajar sozinha e sentia a falta da presença de Andreas, que parecia sempre abrir-lhes caminho. O traidor.
Quando estava prestes a entrar num táxi, o telemóvel tocou. Era uma chamada da Segurança Hawk. Enviara uma mensagem de correio eletrónico a Sebastian na noite anterior, mas ainda não recebera resposta.
– Sim?
– Menina Jones? – Ouviu uma voz feminina.
– Sim, sou a Kayla Jones.
– Ligo da parte do Sebastian Hawk.
Kayla sentiu um nó no estômago de esperança e inquietação.
– Sim?
Sebastian estava de viagem, mas tinha muito interesse em vê-la e estava disposto a almoçar com ela dois dias depois. A secretária deu-lhe o nome do restaurante e Kayla não fez nenhum