Um amor sem palavras. Lucy Monroe
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Um amor sem palavras - Lucy Monroe страница 6
Suspirando, Kayla ligou para o número privado de Andreas.
– Onde raios estás? – perguntou ele, num tom ensurdecedor.
– Disse-te que ia tirar o dia.
– Não estavas em casa esta manhã.
– E então? Talvez tenha ido para a cama com alguém – respondeu ela. Não sabia porque dissera isso, mas não o lamentava. Houve um silêncio do outro lado e Kayla até verificou o telemóvel para ver se a chamada caíra. – Andreas?
– Não vais para a cama com desconhecidos. Nem sequer falas com desconhecidos.
– O sexo ocasional não exige conversas longas.
– E como sabes?
– Falas como um amante ciumento.
E, embora tivessem sido amantes há anos, Andreas nunca fora ciumento. Desde o começo, tinham combinado que não veriam outras pessoas, não porque a sua relação era romântica, mas por uma questão de saúde.
– Falo como um amigo preocupado.
– Sou uma adulta.
– E o que raios fazes em Nova Iorque?
– Como sabes onde estou?
– Usei o localizador do teu telemóvel.
– Não te dei a palavra-passe para que possas seguir-me como se fosse uma criança.
– Sou um amigo e um sócio preocupado.
– Bom, agora, já sabes onde estou.
– Mas não porquê. Vais ver o Hawk?
– Sim.
– Mas está fora do país.
– Vou encontrar-me com ele depois de amanhã. Vou tirar o resto da semana.
– O quê? Não podes fazer isso!
– Claro que posso.
– Nunca o tinhas feito.
– Há uma primeira vez para tudo.
– O que vais fazer se o Hawk está fora da cidade?
– O que quiser, tal como tu.
– Eu não tiro dias sem avisar.
– Vais vender a empresa, isso é muito pior. Vais abandonar os teus empregados.
– Não vou abandonar ninguém. Parte do acordo de aquisição com o Hawk é uma garantia de trabalho para todos os empregados da KJ Software.
– Que bom…
– Não tinhas de ir vê-lo a Nova Iorque para confirmar isso – disse Andreas, aparentemente magoado.
– Não vou ver o Hawk para que os outros empregados não percam o seu emprego.
– Então, porque vais vê-lo?
– Tenho de fazer planos para o meu futuro.
– Eu já tenho planos para o teu futuro!
– Que interessante que não me tenhas contado nada.
– Fi-lo, sim. Quero que sejamos sócios noutra empresa.
– Não.
– Não falas a sério.
– Claro que falo – afirmou Kayla. E falava completamente a sério. – Fizeste planos para o teu futuro e a tua casamenteira tem razão, não me diz respeito, mas o meu futuro diz.
– A Genevieve estava enganada.
– Talvez devesses tê-lo dito à frente dela. Então, talvez tivesse acreditado.
– Eu não minto.
– Só me escondes coisas. Coisas importantes.
– Disse-te que tencionava falar contigo.
– Se a minha opinião ou os meus sentimentos te importassem, terias falado comigo antes de falares com o Sebastian Hawk.
E antes de contratar Genevieve.
– É por isso que vais falar com o Sebastian, para me castigar?
– Não sou assim tão mesquinha. Trata-se da minha sobrevivência.
Andreas não entenderia, claro. Por muito difícil que tivesse sido perder a mãe, por muito que desprezasse o hipócrita do pai, ele sempre tivera uma casa, uma segurança. Não fora uma menina de três anos abandonada num bar de estrada. Não sabia o que era ver o mundo a afundar-se por baixo dos seus pés, não uma vez, mas duas vezes antes de fazer os dezoito anos.
Se soubesse, não estaria disposto a vender a única coisa que lhe dera uma sensação de segurança desde a morte da sua mãe de acolhimento.
– Eu não te deixaria sem recursos. Não to demonstrei?
– Não, demonstraste-me o contrário – replicou ela, com um nó na garganta. Mas não ia chorar.
– Não, Kayla… Não se trata disso.
– Tenho de ir, Andreas.
– Para fazer o quê?
– Vê lá se percebes, poderoso Andreas Kostas: A minha vida já não te diz respeito.
– Porquê? O que está a acontecer?
– Estou a acabar uma relação que é tóxica para mim.
– Eu não sou tóxico, sou teu amigo.
Kayla não queria ouvir mais nenhuma palavra porque sabia que perderia a paciência.
– Adeus, Andreas.
Desligou antes de ele conseguir responder. Não havia mais nada para dizer. Passara seis anos à espera que Andreas Kostas se apercebesse de que tinham sido feitos um para o outro, mas isso acabara. Nem sequer eram amigos. Se fossem, ter-lhe-ia contado que estava a planear comprar uma esposa.
– Bradley! – gritou Andreas, ao ouvir o assobio funesto. Kayla voltara a deixá-lo sem acabar a conversa.
O assistente entrou a correr no escritório.
– Sim?