Um amor sem palavras. Lucy Monroe

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Um amor sem palavras - Lucy Monroe Sabrina

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um programa que tinham descartado no ano anterior como inviável quando sentiu uma mão no ombro. E soube imediatamente a quem pertencia.

      – Estou ocupada, Andreas.

      – Não estás a trabalhar num programa de desenvolvimento.

      – Sou a diretora de Desenvolvimento e Investigação. Isso significa que eu escolho os programas em que trabalho.

      – E em que estás a trabalhar?

      – Num programa com que o Sebastian Hawk ganhará outros cem milhões de dólares, se conseguir fazer com que funcione.

      – Ainda não vendemos a empresa.

      Virou-se para olhar para ele.

      – Não brinques comigo, Andreas. Sei que queres vender.

      – Sim, quero vender – assentiu ele, com um ar aflito.

      – E quando tencionavas dizer-me?

      Kayla estava prestes a gritar, a perguntar como era capaz de lhe arrebatar o seu trabalho e a sua segurança com um só golpe, mas não o fez. Para começar, porque Andreas não entenderia. O facto de estarem a ter aquela conversa deixava-o bem claro.

      – Depois da nossa reunião com a menina Patterson.

      – Porque me fizeste entrar no teu escritório?

      – Porque ela queria fazer-te algumas perguntas.

      – Porquê?

      Andreas fez uma careta.

      – És a minha melhor amiga.

      – E vai entrevistar todas as tuas amigas?

      – Não, todas não.

      – Não costumas separar a vida pessoal dos negócios?

      – Tu e eu trabalhamos juntos, mas continuamos a ser amigos.

      Até àquele dia.

      Andreas saberia como parecia arrogante ou como as suas palavras eram dolorosas? Não, claro que não.

      – Tão bons amigos que não te incomodaste em dizer-me que tinhas intenção de te casar e que tinhas contratado uma casamenteira muito cara para que te ajudasse a fazê-lo. Não me falaste desse plano e também não falaste do plano de vender a empresa. Sim, somos muito amigos – troçou, sarcástica.

      – Falei-te da Genevieve. – Andreas franziu o sobrolho, ignorando a venda da KJ Software. – Hoje.

      Kayla sentia que a cabeça ia explodir.

      – Os amigos falam dessas coisas antes de as fazer.

      – Como sabes?

      – Porque sei – respondeu Kayla. – Sei como ser uma boa amiga.

      – Estás a dizer que eu não sou?

      – Começo a pensar que não.

      – Vou fingir que não ouvi isso. Sei que estás triste com a venda da empresa.

      Que magnânimo da sua parte.

      Kayla passou uma mão pela têmpora, mas isso não serviu para lhe tirar a dor de cabeça.

      – Sei que o Bradley me teria dito.

      – Pago-lhe bem, mas não o suficiente para contratar os serviços da Genevieve Patterson. Não teria puxado o assunto – troçou Andreas.

      – Não precisa dela – afirmou ela. Quando Bradley decidisse assentar, fá-lo-ia ao estilo antigo: Encontraria alguém e apaixonar-se-ia.

      – Isso é relevante?

      Kayla apertou o lápis que usava para tomar notas.

      – Para ti? Provavelmente, não.

      – O Bradley não é meu amigo, é meu empregado – disse Andreas.

      – Saberá depressa, assim que estiver desempregado.

      – Tenciono levar o Bradley comigo.

      – Ótimo. Fico contente por ele.

      Andreas esboçou um sorriso de vencedor, o que esboçava quando tinha a certeza de que ia correr tudo como ele queria.

      – Com o dinheiro da venda da KJ Software poderás investir na empresa nova.

      – Não – disse Kayla.

      – Somos uma boa equipa.

      – Não.

      Pela primeira vez, Andreas pareceu perturbado.

      – Ainda não ouviste a minha proposta.

      – Não há nada para ouvir. Não estou interessada em mudar de carreira. Adoro o que faço e quero continuar a fazê-lo.

      – Abririas uma empresa para competir com o Hawk? Preciso de te recordar que a gestão comercial não é a tua especialidade?

      Ai, se fosse uma mulher violenta… Andreas teria a marca dos cinco dedos na cara só para apagar esse sorrisinho de satisfação.

      – Se quisesse abrir a minha própria empresa de desenvolvimento de software, procuraria outro sócio, mas não vejo nenhuma razão para deixar esta. O Sebastian Hawk respeita o meu talento e sabe que, sem mim, o departamento de desenvolvimento de software seria menos bom.

      Especialmente, se levasse a equipa com ela.

      – Vejo que tens uma grande opinião sobre ti própria.

      – Também costumavas pensar assim.

      – Continuo a pensar.

      Ela não respondeu. De facto, estava cansada de falar, de modo que pôs os auriculares e começou a inserir uma nova série de códigos.

      – Kayla…

      – Vai-te embora, Andreas.

      – A Genevieve quer falar contigo.

      – Não sei para quê. Se quiser alguma coisa, pode enviar-me uma mensagem de correio eletrónico. Vai-te embora.

      Se o repetisse, acabaria por se ir embora. Todos o faziam, até ele.

      Ficou muito mais tempo do que esperara, mas, uns minutos depois, desapareceu finalmente e Kayla deixou cair os ombros. No ecrã do computador, desenhadas para serem visíveis apenas para a pessoa que estava a trabalhar, havia várias linhas de códigos. Todas diziam o mesmo: «Preciso que te vás embora.»

      Por muito que tentasse, não conseguia concentrar-se no trabalho. Precisava de saber o que o futuro ia proporcionar-lhe quando Andreas Kostas vendesse a empresa. Suspirando,

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