Manual de biometria para avaliaçao do desempenho humano. Fernando Pompeu

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Manual de biometria para avaliaçao do desempenho humano - Fernando Pompeu

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      Figura 1.1: Exemplo de correlação perfeita positiva (r=+1,0) entre o horário e a intensidade luminosa.

      Como exemplo de correlação perfeita negativa, podemos utilizar também a relação entre o horário e a intensidade da luz. Porém, quando as observações são feitas após o meio dia até o anoitecer. Neste caso, no decorrer de cada fração de tempo haverá um declínio da intensidade luminosa, ou seja, estas varáveis estarão inversamente relacionadas (Figura 1.2).

      Figura 1.2: Exemplo de correlação perfeita negativa (r=-1,0) entre o horário após o meio dia e a intensidade da luz solar.

      As correlações podem ser avaliadas segundo os critérios abaixo:

      •de 0,90 a 0,99 excelente

      •de 0,80 a 0,89 alta

      •de 0,70 a 0,79 moderada

      •de 0,60 a 0,69 fraca

      •de 0,50 a 0,59 muito fraca

      1.3.1. Validade

      A validade diz respeito à capacidade de um teste medir aquilo que esse destina-se. A validade, em muitos casos, é estabelecida de forma empírica e inquestionável. Isto ocorre quando queremos saber, por exemplo, o tamanho da circunferência do braço de um indivíduo e, para isso, passamos uma trena pelo ponto de maior volume do braço. Neste caso, não há dúvidas de que este procedimento é válido. Trata-se no último caso, de validade de conteúdo.

      Já a validade de constructo é dada quando a definição da variável descreve o processo de sua medição. Um exemplo desse método de validação pode ser quando define-se flexibilidade como a maior amplitude possível que é voluntariamente atingida no arco do movimento de uma articulação. Se o ângulo máximo é medido através de um flexômetro ou de um goniômetro a medida apresentará validade.

      Outra forma de se estabelecer a validade de um teste é quando comparamos o resultado desse teste com outro que sabidamente mede aquilo que nos propomos a medir, ou o “padrão ouro”. Como exemplo, podemos imaginar que você acredita que a circunferência de cintura em homens é um bom índice do peso gordo. Assim, você mede a cintura de um grupo de homens e no mesmo grupo você mede a densidade corporal através da pesagem hidrostática. Se os testes apresentarem resultados bem correlacionados, você acaba de validar o seu instrumento.

      Em alguns casos, a validade de um teste não é clara. Por exemplo, podemos perguntar: Será que um indivíduo que conduz uma bola de futebol de salão por um percurso sinuoso de seis metros em oito segundos é capaz de conduzir a mesma bola, com eficiência, durante uma partida?

      1.3.2. Confiabilidade ou fidedignidade

      Diz respeito ao erro intra-teste, ou ao grau em que esperamos que os resultados sejam constantes e reprodutíveis.

      Quando nós medimos cuidadosamente com uma régua, por duas vezes, o comprimento de nosso caderno, provavelmente encontraremos o mesmo resultado. Porem, quando se trata de medidas de funções fisiológicas, a margem de erro aumenta muito, especialmente se a variável for de difícil isolamento, como a coordenação motora, agilidade, e outras. Com o propósito científico, não devemos permitir erros superiores a 5%. No entanto, erros que chegam até 15 ou 20% podem ter utilidade no aspecto clínico.

      Para determinarmos a confiabilidade de um teste, devemos correlacionar os escores de um grupo de indivíduos submetidos a pelo menos duas vezes ao mesmo teste, sendo que estes devem ocorrer em momentos próximos.

      1.3.3. Objetividade

      É o grau de consistência dos resultados quando medidos por dois ou mais avaliadores.

      A objetividade diz respeito ao erro entre testadores. Já a confiabilidade diz respeito ao erro intra-testador.

      A forma de determinar-se a objetividade de um teste é correlacionando-se os escores de um grupo de indivíduos obtidos por dois ou mais testadores.

      Observamos que a segurança que podemos ter sobre as informações de um teste será informada pelos coeficientes de correlação, ou outros índices estatísticos tais como a correlação intra-classe ou o coeficiente de variação, para a prova da validade, confiabilidade e objetividade. Além disto, devemos considerar outros fatores para a escolha de um teste que não apresentam bons índices matemáticos que descrevam sua consistência. Estes critérios suplementares estão listados a seguir.

      1.3.4. Padronização

      É a descrição detalhada dos instrumentos e procedimentos empregados no teste.

      1.3.5. Viabilidade

      Diz respeito à possibilidade de tal teste ser aplicado, considerando os custos, equipamentos, instalações, entre outros.

      1.3.6. Discriminação

      É a capacidade do teste de separar indivíduos com características semelhantes.

      1.3.7. Ortogonalidade

      Recomenda-se não empregar mais de um teste para medir uma determinada variável.

      1.3.8. Historicidade

      Devem ser empregados os testes mais recentes ou aqueles que passaram pela prova do tempo.

      1.3.9. Pessoal qualificado

      Devem ser recrutados avaliadores que tenham experiência com os testes adotados.

      CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO À ANTROPOMETRIA

      Antropometria define-se como o estudo das medidas do homem. Sendo esse estudo empregado na antropologia física, com aplicações nas áreas de saúde pública, nutrição, e desempenho desportivo.

      Os componentes estruturais da aptidão analisados pela antropometria, são:

      •Proporções corporais;

      •Peso corporal;

      •Composição corporal;

      •Gordura corporal;

      •Somatotipo;

      •Postura.

      2.1. As principais referências anatômicas

      2.1.1. Plano de Frankfurt

      Linha imaginária que passa pelo ponto mais baixo do bordo inferior da órbita direita e pelo ponto mais alto do bordo superior do meato auditivo externo direito. Este plano deverá estar rigorosamente na horizontal quando tomadas as medidas antropométricas na posição em pé ou sentada.

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