Gravidez por contrato. Maya Blake

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Gravidez por contrato - Maya Blake Sabrina

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te extraviou um punhado de milhões, deu um pontapé ao teu cão ou seja o que for que te deixou que tão mau humor, mas estás a um passo de levar com a minha bebida na cara, portanto, sugiro que feches a boca agora. Além disso, como te atreves a falar de trios? Não estás noivo?

      Nesse momento Luis apareceu com a garrafa de champanhe e três copos.

      – Meu Deus! Demorei assim tanto tempo? – perguntou. – Juraria que demorei menos de cinco minutos e volto para vos encontrar quase aos murros. Surpreendes-me, pequenina. Não o esperava de ti – disse a Suki.

      Ela abanou a cabeça.

      – Garanto-te que não…

      – Estava a deixar algumas coisas claras à tua namorada – interveio Ramón.

      Luis arqueou as sobrancelhas e desatou a rir-se.

      – A minha namorada? De onde tiraste essa ideia?

      Ramón relaxou levemente o queixo antes de encolher os ombros.

      – Queres dizer que não é?

      Suki cerrou os dentes.

      – Podiam parar de falar de mim como se não estivesse aqui?

      Ramón ignorou-a e ficou a olhar para o irmão, à espera de uma resposta. Luis pousou os copos e a garrafa na mesa para se sentar à frente deles.

      – É como uma irmã para mim e preocupo-me com ela – respondeu Luis. – É minha amiga e, como amigo dela, considero-me no direito de dar um pontapé no rabo de quem tentar magoá-la. É…

      – Está bem, está bem, entendi – interrompeu Ramón.

      – Bom. Fico contente por o termos esclarecido – redarguiu Luis.

      Suki virou a cabeça para Ramón.

      – Ficou claro? – perguntou.

      Ramón esboçou um sorriso, como se, agora que o irmão o explicara, o achasse divertido.

      – Parece que interpretei mal a situação – concedeu.

      – Isso é um pedido de desculpas? – inquiriu ela, com aspereza.

      Os olhos dele toldaram-se.

      – Se queres que me desculpe, terás de me dar um pouco mais de tempo para encontrar as palavras adequadas.

      Suki não conseguia acreditar que alguém tão seguro de si próprio pudesse ficar sem palavras. Transformara o negócio dos pais, que tinham começado com alguns hotéis em Cuba, na cadeia internacional prestigiosa Acosta Hotéis, ao mesmo tempo que se entregava à sua paixão: A arte. De facto, conforme Luis lhe contara, da noite para o dia, os seus quadros e esculturas eram muito solicitados.

      – Pareces de pior humor do que de costume, mano – observou Luis, enquanto retirava o alumínio que cobria a rolha da garrafa. – Quase consigo ver o fumo a sair-te pelas orelhas.

      Ramón cerrou os dentes.

      – É assim que queres passar o resto do teu aniversário? A fazer piadas às minhas custas?

      – Só tentava relaxar um pouco o ambiente, precisamente porque é o meu aniversário, mas se não quiseres contar-me o que se passa, pelo menos, atende o maldito telemóvel. Deve estar há cinco minutos a vibrar-te no bolso.

      Ramón lançou-lhe um olhar irritado, tirou o telemóvel do bolso e mal olhou para ele, antes de o desligar.

      Luis ficou boquiaberto.

      – Desligaste o telemóvel? Sentes-te mal? Ou estás a ignorar as chamadas de alguma pessoa em concreto?

      – Luis… – murmurou Ramón, num tom de aviso.

      O irmão, no entanto, não fez caso.

      – Meu Deus! Não me digas que há problemas no paraíso? Os saltos de agulha fizeram a grande Svetlana tropeçar na passarela e caiu em desgraça?

      As feições de Ramón endureceram.

      – Ia esperar para te contar, mas, já que puxas o assunto… Desde esta manhã, já não estou noivo.

      Um silêncio ensurdecedor apoderou-se da mesa. As palavras de Ramón ricocheteavam como uma bala na mente de Suki. Já não estava noivo…

      O barulho brusco da rolha ao sair disparada fez Suki dar um salto. Luis passou-lhe um copo.

      – Bebe, pequena. Agora, temos duas… Não, três razões para celebrar – declarou.

      – Ena, alegra-me que o fim da minha relação te faça tão feliz – murmurou Ramón, num tom gélido.

      Luis ficou sério.

      – Desde o princípio, respeitei a vossa relação, mas sabes que sempre pensei que não era a mulher adequada para ti. Não sei se foste tu que decidiste acabar ou se foi ela, mas…

      – Fui eu.

      Luis sorriu.

      – Então, celebra connosco ou aproveita para afogar as mágoas.

      Ramón levantou o copo, desejou-lhes novamente um feliz aniversário e bebeu-o de um gole. Suki só bebeu alguns golinhos, mas Luis começou a servir um copo atrás de outro, enquanto a tensão entre Ramón e ela aumentava.

      – Hora de começar muito bem o meu segundo quarto de século – anunciou Luis, de repente, levantando-se, com os olhos fixos numa ruiva espantosa, que não parava de sorrir de outra mesa.

      Suki, aliviada, empurrou o copo.

      – Acho que vou para casa – murmurou.

      – Fica – pediu Ramón. E, antes de conseguir responder, virou-se para o irmão. – Tenho a minha limusina à espera lá fora. Diz ao motorista onde queres que vos leve.

      Luis pôs-lhe a mão no ombro.

      – Agradeço a oferta, mas vou ter cuidado com aquela florzinha. Não quero incomodá-la com os nossos luxos de milionários e fazer com que fuja.

      Ramón encolheu os ombros.

      – Tanto me faz se quiseres apanhar o autocarro. Desde que, na segunda-feira de manhã, chegues ao escritório a horas, sóbrio e inteiro…

      – Vou fazê-lo, se me prometeres que garantes que a Suki chega a casa sã e salva.

      Ela abanou a cabeça, agarrou na mala e levantou-se.

      – Não é preciso, a sério. Chegarei bem.

      E ela iria de autocarro. Tinha de vigiar os seus gastos. Pelo menos, o telemóvel não tocara desde a última vez que ligara para o hospital, há quatro horas, portanto, a mãe devia estar a passar a noite tranquila. Ou, pelo menos, era o que esperava.

      – Senta-te,

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