Gravidez por contrato. Maya Blake

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Gravidez por contrato - Maya Blake Sabrina

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por cima da mesa para lhe dar um abraço e sussurrou-lhe ao ouvido:

      – É o teu aniversário e a vida é demasiado curta. Faz uma pausa e vive um pouco. Vai fazer-te feliz e a mim muito mais.

      E, antes de conseguir responder, Luis afastou-se em direção à mesa da ruiva, com aquele sorriso que fazia com que as mulheres se derretessem.

      – Disse-te para te sentares – insistiu Ramón.

      Dificilmente conseguiria sair da mesa com ele a bloquear a saída. Com as palavras de Luis a ecoar na sua mente, voltou a sentar-se muito devagar.

      – Não sei porque queres que fique – disse. – Não tenho nada para te dizer.

      Ramón voltou a estudar o seu rosto com esse olhar intenso que a deixava nervosa.

      – Pensava que tinhas dito que te devia… alguma coisa.

      – Um pedido de desculpas. Custa-te assim tanto dizer a palavra?

      Ramón encolheu os ombros e abriu a boca para responder, mas os ocupantes de uma mesa próxima desataram a rir-se, sem dúvida, levados pelo álcool.

      Ramón fez um ar de nojo, levantou-se e, desviando-se para que ela pudesse sair, disse:

      – Vem comigo, podemos continuar a conversa noutro lugar.

      Suki obedeceu, não porque lho ordenara, mas porque, quando estivessem fora do local, poderia inventar alguma desculpa e escapulir-se. A última coisa que queria era ter de continuar a aguentar o seu mau humor.

      As experiências que tivera com o sexo oposto, incluindo o próprio pai, tinham-na levado a desconfiar dos homens em geral. Contudo, depois de conhecer Luis, pensara que devia haver mais exceções à regra como ele e, ignorando os conselhos da mãe, começara a sair com o ex-namorado, Stephen, há seis meses. Infelizmente, era um canalha que saía com várias mulheres ao mesmo tempo. E a parte dela, que ainda estava magoada, avisava-a de que devia evitar Ramón.

      Por isso, ao sair do pub para o ar frio do mês de outubro, respirou fundo e começou a andar, mas, antes de ter dado três passos, Ramón agarrou-a pelo cotovelo para fazer com que parasse.

      – Onde achas que vais? – inquiriu, parando à frente dela.

      Embora lhe tremessem as pernas por causa da sua proximidade e da ferocidade da sua expressão, Suki olhou para ele nos olhos e respondeu:

      – É tarde.

      – Sei perfeitamente que horas são – murmurou ele e, quando deu um passo para ela, as suas coxas encontraram-se.

      Suki perdeu a força nas pernas.

      – Tenho de… Devia ir.

      Ramón deu mais um passo, encostando-a contra a parede do pub, e pôs as mãos ao lado da cabeça dela, impedindo-lhe a fuga.

      – Sim, talvez devesses. Mas sei que não queres ir.

      Ela abanou a cabeça.

      – Quero, sim.

      Ramón inclinou-se para ela e sentiu a respiração quente no rosto.

      – Não podes ir. Ainda tenho de me desculpar.

      – Ou seja, admites que me deves um pedido de desculpas?

      Ramón observou-a com olhos famintos, antes de baixar o olhar para os seus lábios.

      – Sim, mas não vou oferecer-te as minhas desculpas aqui, no meio da rua.

      Embora não o achasse possível nessa situação, Suki deu por si a rir-se.

      – Sabes quantos anos faço hoje. Já não chupo o dedo.

      Ramón afastou uma mão da parede para lhe acariciar a face.

      – Posso dizer-te o que queres ouvir e deixar que te vás embora… Ou podes deixar que te leve a casa, como prometi ao Luis e, a caminho, desculpar-me como é devido. Imagino que queiras que o meu irmão fique tranquilo, não é?

      – Já sou crescidinha para voltar sozinha. Tenho a certeza de que o Luis entenderá. E a única coisa que quero é um pedido de desculpas – insistiu.

      – Queres mais do que isso. Queres deixar-te levar, arrancar a fruta proibida da árvore e dar-lhe uma dentada. Não é verdade, Suki?

      «Não.» Abriu a boca para o dizer, mas a palavra ficou presa na garganta.

      Ramón tirou a outra mão da parede e recuou lentamente, como se a tentasse com o que ia perder, e Suki não percebeu que o seguira até à beira da calçada onde uma limusina preta se aproximava e parava atrás dele. Ramón abriu a porta traseira.

      – Vais entrar no carro e deixar que te leve a casa, Suki. O que acontecer depois, depende de ti. Só de ti.

      Capítulo 2

      – Está bem – murmurou Suki.

      Assim que pronunciou essas palavras, o seu instinto disse-lhe que já não podia voltar atrás.

      Ramón ajudou-a a entrar no carro, sentou-se ao seu lado e, quando se fechou a porta, perderam-se num silêncio carregado de tensão sexual.

      – Onde vives? – perguntou.

      Deu-lhe a morada e Ramón repetiu-a ao motorista, antes de fechar a divisória que os separava dele para que pudessem ter intimidade.

      – Deve haver duas dúzias de pubs entre onde tu vives e onde o Luis vive. Porque escolheram encontrar-se num bar nos subúrbios? – perguntou, enquanto se punham a caminho.

      – Um amigo da universidade acabou de herdar o pub dos seus pais. O Luis prometeu-lhe que viríamos celebrar os nossos aniversários aqui – explicou ela, aliviada com aquele tema inofensivo de conversa.

      Infelizmente, no entanto, aquela pausa não durou muito tempo.

      – E fazes sempre o que o meu irmão diz? – perguntou Ramón, num tom muito diferente.

      Os dedos de Suki apertaram a alça da mala no colo.

      – Estás a tentar causar outra discussão? Porque, se bem me lembro, ainda me deves um pedido de desculpas.

      Ramón arrancou-lhe a mala, atirou-a para um lado e afundou os dedos no seu cabelo. Ao ver o brilho decidido nos seus olhos, Suki sentiu a boca seca. Ramón ficou a olhar para ela durante uma eternidade e estava tão perto dela que a respiração de ambos se misturava.

      – Lamento – murmurou. – Lamento que tenha errado nas minhas conjeturas a respeito do meu irmão e de ti. E embora não esteja de muito bom humor esta noite, não é desculpa para o comportamento que tive, portanto, espero que aceites as minhas desculpas.

      As suas palavras pareciam sinceras e silenciaram momentaneamente o alarme que disparou no seu cérebro.

      –

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