A esposa do Siciliano. Kate Walker

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A esposa do Siciliano - Kate Walker Sabrina

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àquele momento.

      E agora, Megan era muito mais adorável. A beleza que já se previa aquando adolescente, tornara-se realidade na mulher que tinha diante de si. Possuía o cabelo acobreado e os olhos verdes mais lindos que jamais vira em toda a sua vida. Era alta e esbelta, com umas curvas perfeitas que declaravam a sua feminilidade. Tinha a pele suave como a de um pêssego e Cesare até sentia dores nos dedos de tanta necessidade que tinha em tocá-la.

      Mas fizera uma promessa ao pai dela e jurara-lhe que esperaria até Megan completar os vinte e dois anos.

      – Estás a gozar!

      – Não gozo com este tipo de coisas.

      – Cesare…

      Megan abanou a cabeça, desconcertada. Aquilo não podia estar a acontecer. Nada daquilo que ele dissera podia ser verdade. E o pior de tudo, a maior ironia de todas: aquelas palavras eram aquilo com que sempre sonhara, mesmo sabendo que se tratava de um sonho impossível.

      Estivera loucamente apaixonada por aquele homem desde a sua adolescência. Mas era oito anos mais velho do que ela; um homem de negócios sofisticado e cosmopolita. Dono de uma multinacional enorme na qual a empresa do seu pai era um minúsculo componente.

      – Pára de gozar comigo.

      – O que é que te leva a pensar que estou a gozar contigo?

      Ao olhar para o seu rosto moreno e indecifrável, quase podia acreditar que estava a dizer a verdade. Não existia nem um brilho de humor naqueles olhos abrasadores, nem rasto de um sorriso na sua boca sensual.

      – Mas tens…

      – Não, cara. Estou a dizer-te a verdade.

      – Não pode ser.

      Toda a força desapareceu das suas pernas e deixou-se cair na cadeira mais próxima.

      – Não acredito.

      – Acredita.

      Oh, aquilo era o pior que lhe podia acontecer!

      Cesare inclinou-se sobre ela com as mãos apoiadas nos braços da cadeira, aprisionando-a. Entreolharam-se, mas Megan sentiu que os olhos dele a queimavam como lava de um vulcão. Estava tão perto que o seu aroma a intoxicava. O coração batia a toda a velocidade e sentia dificuldade em respirar.

      – Não me faças isto, Cesare. O que é que se passa? É um novo jogo divertido? Diverte-te atormentar-me, mentir-me? Porque…

      – Que tal se te dissesse que agora não te estou a mentir, mas que já te menti?

      – Já?

      Parecia que, com cada palavra que dizia, a situação se tornava mais e mais estranha. Era como se o Cesare Santorino que ela conhecia tivesse desaparecido, sendo substituído por uma pessoa totalmente diferente.

      – Quando?

      Sentiu a boca seca e dificuldade em falar.

      – Quando te disse que não me interessavas. Quando agi como se me aborrecesses. Quando…

      – Não…! Chega…! Não, não, não!

      Megan tapou os ouvidos com as mãos e depois cobriu o rosto.

      – Chega! – murmurou atrás das mãos. – Isto não é justo…

      No ano anterior, quando cumpriu vinte e um anos, teria adorado ouvir aquelas palavras. Durante as festas e até durante aquela festa horrível de Nova Iorque, o seu coração teria saltado de júbilo. Mas agora… era demasiado tarde.

      Naquela altura, não podia sonhar com nada melhor. Mas agora, era o pior que lhe podia acontecer. Porque se aquilo que Cesare dizia era verdade, deixaria de sê-lo assim que ele descobrisse que…

      – Chega! – repetiu com mais energia.

      – Mi dispiace… Lamento.

      Agira demasiado rápido, pensou Cesare. Mas depois de a ver, após seis meses, perdera todo o controle. Andava há seis longos anos a controlar-se e já não aguentava mais.

      – Perdoa-me, Megan…

      O seu tom continha tanta emoção que ela afastou as mãos do rosto para o contemplar.

      – Tens razão – disse, enquanto se erguia. – Nunca devia ter brincado com isto.

      Era o que ela tinha pensado! Viu-o ir até à outra extremidade do quarto. Megan sabia que nenhuma daquelas declarações podia ser verdade.

      Ainda assim, sentia-se muito magoada. Muitíssimo. Sobretudo, depois do que acontecera com Gary; a maneira como este se comportara e as consequências dos seus actos.

      – Não importa – conseguiu ela dizer. – Agora que já te divertiste, por favor, deixa-me sozinha.

      – Divertir-me? Achas que me estou a divertir? Que ando a brincar contigo?

      Ela ergueu o queixo.

      – Que mais é que podias estar a fazer?

      – La venta! – disparou Cesare. – Estou a dizer-te a verdade!

      Aquilo era demasiado! Estava a levar a brincadeira demasiado longe e Megan não se encontrava em condições de suportar aquela nova forma de tortura.

      – Não me faças isto! – gritou com dor.

      – O que é que se passa? – perguntou ele, emocionado. Megan apenas conseguia negar com a cabeça; estava muda e sentia-se abatida. Então, Cesare aproximou-se dela e, com uma mão, ergueu-lhe a cara para que o olhasse nos olhos. Estava a chorar. As lágrimas corriam abertamente e iam cair por sobre o queixo.

      – Carina, porque é que estás a chorar? Meggie… – sem pensar, da sua boca escapou o diminutivo que ela usara aquando a sua infância. – Diz-me o que se passa.

      Foi o diminutivo que lhe arrasou com as forças que ainda lhe restavam. Senão a tivesse chamado de «Meggie»… daquela maneira. Senão tivesse utilizado aquele nome tão familiar que só as pessoas mais queridas utilizavam, talvez, então, conseguisse resistir.

      Mas proferira-o com um tom e uma expressão tão doce que a transportara até outra época. Um tempo no qual era sempre Verão, o sol brilhava no céu e parecia que nada podia correr mal.

      Um tempo no qual ela sonhava com um futuro feliz… com o dia em que aquele homem a amasse.

      Foi então que soube. Soube que lhe ia contar toda a história.

      Capítulo 2

      – Meggie, conta-me tudo – dessa vez, não pronunciou o seu nome com tanta doçura; a sua indecisão estava a fazê-lo perder a paciência. – Qual é o problema? Preciso de saber.

      Megan continuou muda, incapaz de dizer uma palavra. A expressão severa do

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