Malícia de Mulher. Barbara Cartland
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—Não é dinheiro. Pelo menos, diretamente.
—Pare de falar por enigmas, Caroline, e vá direto ao assunto. O que Jeremy fez que a perturbou?
A Condessa de Brora deu um suspiro.
—Ele está com mania de grandeza, e talvez com uma certa razão, porque tenciona casar com Lucretia Hedley.
O Marquês tentando lembrar quem era.
—Hedley? Você quer dizer...
—Quero dizer a moça que mora com o pai em Dower House, que agora é dona, não só da casa que nos pertenceu por muitas gerações, como também de quinhentos acres de terra no centro da propriedade.
Fez uma pausa, respirou fundo e continuou:
—Entende o que isso quer dizer, Aléxis? Você vai ter Jeremy à porta de casa. Vai se gabar que é proprietário de uma parte de Merlyncourt. Ele já pensa que é! Se casa com essa moça, então, se tornará um espinho permanente em sua carne, não tenha a menor dúvida.
—Tem razão. Por que não me disseram nada antes?
—Porque você nunca se interessa por nada que se passa no condado e eu tenho estado no Norte, com William— olhou para ele, com ar suplicante—, Aléxis, não pode deixar que isso aconteça! Já foi um desastre papai ter permitido que esse Hadley comprasse Dower House. Isso já foi péssimo! Mas ainda por cima termos que aturar Jeremy, é demais!
O Marquês não estava nada surpreso com o horror da irmã. Nenhum dos dois gostava do primo Jeremy Rooke, que era herdeiro presuntivo do título, e vivia permanentemente cheio de dívidas.
O Marquês já o havia salvo da cadeia várias vezes. A depravação de Jeremy não tinha limite e não havia falcatrua financeira que não cometesse. Sua ida para Merlyncourt seria realmente muito desagradável.
—Conte-me exatamente o que aconteceu, Caroline.
—Foi a Duquesa de Devonshire que me contou, assim que cheguei a Londres. Resolvi perguntar a outros amigos nossos, e todos confirmaram a história. Jeremy anda se gabando de que será dono de quinhentos acres de Merlyncourt e um homem extremamente rico.
—Sei que Sir Joshua Hedley está bem de vida— disse o Marquês calmamente.
—Ele é riquíssimo, não há dúvida nenhuma a esse respeito! A moça é jovem, não deve saber como Jeremy é, ou talvez queiram arranjar laços mais fortes com Merlyncourt. Como é que papai pôde fazer uma coisa tão estúpida como vender Dower House? Nunca hei de entender!
—Acho que o preço que pagaram e os problemas que foram resolvidos com esse dinheiro justificaram a atitude dele— respondeu o irmão.
—Lembro como fiquei aborrecida na época e até escrevi para você. Embora a resposta não tivesse sido muito eloquente, tenho certeza de que sentia o mesmo que eu.
O Marquês foi até a janela, pensando que Caroline tinha razão.
—Diabos! Não vou admitir que Jeremy me espie atrás de cada árvore ou que ande por lá como se tudo lhe pertencesse.
—Ele vai ser proprietário de uma parte— lembrou a irmã.
—Como é que essa garota, seja lá como for, pode querer casar com um homem como Jeremy?
—Acho que não é ela quem quer. Deve ter sido o pai que arranjou tudo. Afinal, foi ele que conseguiu convencer papai a fazer aquela loucura. Além disso, não conhece Jeremy como nós conhecemos, e se você não casar, ele será o quinto Marquês de Merlyn.
Ficaram em silêncio por um instante.
—Garanto, Caroline, que não tenho a menor intenção de deixar Jeremy herdar nada.
A Condessa deu um gritinho de alegria e levantou do sofá.
—Oh, Aléxis, era exatamente isso que esperava ouvi-lo dizer! É a única solução, mas eu tinha medo que você não concordasse.
—Concordar com o quê?
—Em casar com a tal moça! Não vê que é uma solução perfeita?
—Casar com quem?— perguntou o Marquês, sabendo de antemão a resposta.
—Lucretia Hedley! Já andei sondando e me disseram que é muito atraente. E seja lá o que for que a gente pense sobre o comportamento de Sir Joshua, a moça é bem-nascida. Afinal, a mãe era uma Rathlin.
—Não foi certamente um casamento adequado para a filha de um Duque.
—Disparate! Tenho certeza de que o Duque ficou encantado em ter um genro com uma sólida situação financeira. Os Rathlin, como a maioria das famílias nobres, sempre estiveram à beira da falência. Além disso, ouvi dizer que Lady Mary Hedley adorava o marido. Seja como for, está morta, e o que importa é que a garota tem sangue azul.
Diante do silêncio do irmão, a Condessa continuou:
—Os Hedley são plebeus do Norte, mas, quando Sir Joshua herdou várias plantações na Jamaica, já se esperava que casasse com alguma nobre.
O Marquês saiu da janela e veio para junto da irmã.
—Está realmente sugerindo que a única maneira que temos de evitar que Jeremy se instale em Dower House… é eu casar com essa moça? Que ideia maluca!
—Por quê maluca? Você tem que casar com alguém, algum dia. Tem que ter um herdeiro, a não ser que queira ver Jeremy de posse de tudo! De qualquer maneira, é a única solução para termos de volta Dower House e os quinhentos acres.
—Em troca da minha liberdade.
—Em troca de nos livrarmos de Jeremy— corrigiu Caroline—, quando penso como esse homem se tem comportado, as coisas que diz e faz, não posso me conformar com a ideia de ver seu horrível rosto olhando para nós através dos arbustos de Merlyncourt!
O Marquês deu uma gargalhada completamente desprovida de humor.
—Você o odeia, Caroline.
—Ele me repugna e eu o detesto, mas tenho que admitir que desta vez está sendo esperto.
—Em que sentido?
—Pelo menos, arranjando uma herdeira. Não esqueça que Lucretia Hedley é apenas uma mocinha, e sei de fonte segura que Sir Joshua fica mais rico a cada ano que passa. Contaram-me que o dote será de aproximadamente quinhentas mil libras.
—Santo Deus!
Até mesmo o Marquês pareceu por um momento sair de sua indiferença habitual.
—É uma fortuna, não é, Aléxis? É uma fortuna que você poderia perfeitamente administrar. Nesta sala continuam faltando alguns quadros. A salva