Malícia de Mulher. Barbara Cartland

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Malícia de Mulher - Barbara Cartland A Eterna Colecao de Barbara Cartland

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quê. Para dizer a verdade, eu o acho asqueroso.

      —Acha mesmo, Lucretia?

      —Claro que acho. Por que haveria de mentir para você?

      Elizabeth hesitou um pouco, antes de dizer:

      —Pensei que soubesse que todo mundo está falando de você e de Jeremy Rooke.

      —De mim? Por quê, se o simples fato de falar com ele me dá alergia?

      Elizabeth deu uma gargalhada.

      —Lucretia, você diz coisas incríveis! Mas, desta vez, tenho que concordar com você. Com certeza, tem admiradores mais atraentes do que esse nauseabundo Jeremy Rooke.

      A outra não respondeu. Passando um momento, Elizabeth perguntou, meio encabulada:

      —Você não gosta deles, Lucretia?

      —Se está falando desses garotos corados e dos dom-juan de meia-idade que andam com um olho em mim e outro na minha fortuna, a resposta é NÃO!

      Elizabeth olhou para ela, interrogativamente.

      —Acha mesmo que estão mais interessados no seu dinheiro do que em você? Mas isso é ridículo! Você é linda e muito inteligente! Tenho certeza absoluta de que qualquer homem que a conheça vai amá-la pelo que é.

      —Você é muito amável e muito lisonjeira, mas creio que herdei o senso prático de meu pai. Posso lhe garantir, Elizabeth, que, se não tivesse um tostão, não sobraria nenhum admirador.

      —Claro que sobrariam dúzias e dúzias deles. Mas não Jeremy Rooke!

      As duas desataram a rir.

      —Pelo menos de uma coisa posso ter certeza— disse Elizabeth—, ninguém vai casar comigo por interesse. Com três irmãos, duas irmãs e o pobre do papai sempre fugindo dos credores, esse perigo eu não corro!

      —Mesmo assim, seu pai pode lhe oferecer um baile para quinhentas pessoas!

      —Isso é jogar a isca para apanhar o peixe. E eu sou a isca! Afinal, Anne casou com Lorde Bolton logo na primeira temporada que passou em Londres, e meus pais depositam grandes esperanças em mim.

      —E não se importa com a ideia de casar com alguém que mal conhece, só porque seus pais arranjaram esse casamento?

      Elizabeth encolheu os ombros.

      —Não há outra alternativa, a não ser ficar em casa e me tornar uma solteirona, há? Daqui a um ano, quando Belinda tiver dezassete, também terá seu baile. Se casar antes de mim, juro que morrerei de vergonha.

      Lucretia ia começar a dizer alguma coisa, mas mudou de ideia. Em vez de falar, despediu-se da amiga e, deixando a imponente, mas decrépita, residência do Conde de Munster, dirigiu seu elegante coche para casa.

      Ia pensativa através das vielas ladeadas de arbustos recobertos das primeiras folhinhas verdes da primavera. Tinha poucas amigas de sua idade e gostava de Elizabeth, embora soubesse que tinham pouca coisa em comum. A ideia de qualquer mulher ser atirada no competitivo mercado do casamento era-lhe insuportável e não compreendia como Elizabeth a aceitava tão tranquilamente.

      Ainda pensava em Elizabeth, na elegante e dispendiosa festa que o Conde e a Condessa de Munster iam lhe oferecer, embora dificilmente tivessem condições financeiras para isso, quando passou pelos portões de ferro forjado de Merlyncourt.

      Olhou para dentro, para a mansão grande e bonita, com pequenos lagos em volta, que pareciam formar um colar estranho com a luz do sol. Reparou que havia uma bandeira hasteada, isso significava, que o Marquês estava em casa.

      «Por que será que ele voltou?», pensou Lucretia. Talvez fosse dar uma de suas alegres festas, que causavam invariavelmente os mais maldosos mexericos no condado. Principalmente, porque ninguém de lá era convidado.

      Andou mais uns duzentos metros e entrou na pequena estrada que levava a Dower House.

      Dower House tinha sido construída durante o reinado de Carlos II e, embora não fosse tão imponente como Merlyncourt, era também uma bonita mansão. No alto dos portões estavam gravados leões heráldicos e, na parede da casa, podia-se ver o mesmo brasão de Merlyn.

      As reformas e melhorias que o pai de Lucretia tinha feito dobraram o tamanho da casa e a tomaram muito confortável e excecionalmente luxuosa.

      A moça desceu do coche em frente da porta principal e deu as rédeas para um dos criados.

      —Obrigada, Gerrie.

      —Vai montar a cavalo esta tarde, senhorita?

      —Acho que sim. Traga os cavalos por volta das duas horas.

      —Muito bem.

      O criado fez uma pequena reverência e outro apareceu para ajudar Lucretia a subir os degraus. Entrou no hall onde uma magnífica escada de carvalho contrastava com uma lareira em mármore.

      —Sir Joshua está na biblioteca, senhorita— disse o mordomo.

      Lucretia encontrou o pai sentado à escrivaninha.

      Levantou assim que a viu entrar e Lucretia deu-lhe um beijo carinhoso.

      —Comprou o cavalo que queria?— perguntou ela.

      —Comprei três. Acho que você vai gostar. Um deles é um campeão.

      —Se você ganhar mais corridas, o Jockey Club vai acabar convidando-o a se retirar do turfe. Você tem tanto sucesso, papai!

      —Costumo dizer que o sucesso que obtenho em tudo que faço é unicamente fruto do cuidado com que planejo e organizo as coisas.

      Enquanto falava, foi para junto da janela. Era um homem muito atraente e cheio de personalidade. O cabelo que começava a ficar grisalho dava-lhe um ar distinto que nunca teve na juventude. Vestia-se muito bem, e tudo nele transpirava sucesso e prosperidade, embora não fizesse alarde disso e só tentasse mostrar seu bom gosto.

      —Quero falar com você, Lucretia.

      —Aconteceu alguma coisa? O que foi?

      Era tão ligada ao pai desde a morte da mãe, que conhecia a menor entoação de sua voz e todas as expressões de seu rosto.

      Tirou o casaco e colocou-o cuidadosamente em cima de uma cadeira, soltou as fitas de seda que seguravam o pequeno chapéu e foi para junto do pai.

      —Você é muito bonita, Lucretia, e, como sabe muito bem, sempre quis para você tudo que há de melhor.

      —Você sempre me deu tudo.

      —Pelo menos, tentei. E agora, acredito que algo que planejei para você há muito tempo está prestes a se concretizar.

      —Planejou para mim? O que é?

      —Seu casamento!

      Lucretia ficou quieta, olhando para ele. Depois repetiu, incrédula:

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