Mais do que um filho secreto. Кейт Хьюит
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– Era alguém que conduzia a toda a velocidade ou…?
– Sim – interrompeu ele, num tom seco. – Alguém que ia a demasiada velocidade.
Maisie percebeu que não queria falar disso.
– Lamento – repetiu, pondo impulsivamente uma mão no seu braço. Tinha a manga da camisa arregaçada até ao cotovelo e tocou no braço nu, na pele quente e suave. Sentiu um arrepio e quase afastou a mão o mais depressa que podia, mas, por alguma razão, não o fez. Não conseguia fazê-lo.
Continuaram assim, imóveis, durante uns segundos tensos, até Antonio se virar. Maisie viu um brilho nos seus olhos azuis penetrantes e sentiu uma corrente de calor e de desejo que arrasou todo o pensamento racional. Devia disfarçar, pensou. Só quisera consolá-lo, mas, agora, sentia algo completamente diferente. E avassalador.
Olhava para ele, sustendo a respiração, sentindo-se presa, mas de um modo maravilhoso e excitante.
– Quantos anos tem o seu irmão? – perguntou Antonio.
Maisie conseguiu respirar fundo enquanto afastava a mão do seu braço.
– Vinte e dois.
– Então, tinha dezassete quando os vossos pais morreram.
– Sim.
– E o que fizeram sem pais?
– Trabalhar – respondeu ela. Não queria contar-lhe o desgosto e a surpresa que sentira ao descobrir que não tinham economias e que a casa estava hipotecada. O dinheiro sempre fora uma preocupação durante a sua infância, mas, depois da morte dos pais, transformara-se num medo avassalador. Claro que um homem como Antonio Rossi, com o seu iate e as suas casas por todo o mundo, não quereria saber nada disso.
– Trabalhar – repetiu ele, olhando para ela nos olhos. – Cuidou do seu irmão?
– Sim, claro.
Max fora tudo para ela depois da morte dos pais e continuava a custar-lhe não o ver todos os dias. Sentia a falta de precisar dela, mas há muito tempo que não precisava. Emocionalmente, pelo menos.
– Como se chama? – perguntou ele.
– Max – respondeu Maisie. – Acabou o curso agora e está a estagiar em Wall Street.
– Wall Street. – Antonio assobiou. – Parece que as coisas estão a correr bem.
– Sim, parece que sim. Mas estávamos a falar de ti. Como se chamava o seu irmão?
Antonio hesitou e Maisie percebeu que não queria falar disso.
– Paolo – disse Antonio, finalmente, deixando escapar um suspiro. – Tinha menos cinco anos do que eu. Faz hoje dez anos que morreu.
– Hoje…
– Daí o uísque – esclareceu ele, deixando escapar uma gargalhada amarga. – O dia dezasseis de janeiro é o dia mais terrível do ano.
– Lamento muito.
Antonio encolheu os ombros.
– Não é culpa tua.
– Não, mas sei como dói e não o desejo a ninguém.
Adoraria tocar nele novamente, oferecer-lhe algum consolo, mas receava a sua resposta e a dela própria.
– Não, claro. – Antonio voltou a olhar para ela em silêncio. – É uma pessoa muito amável, Maisie. Tem um coração generoso, dá muito aos outros e, certamente, recebe muito menos.
– Fala de mim como se fosse um capacho.
– Não, claro que não. É assim que se sente?
Torceu o nariz, surpreendida, porque, no fundo do seu coração, sempre sentira que era assim. O irmão e ela só tinham dois anos de diferença, mas transformara-se em mãe e pai para ele. Tivera de o fazer. E fizera-o com prazer, mas… às vezes, a vida parecia-lhe tão cinzenta, tão ingrata. E questionava-se se havia mais qualquer coisa.
– Talvez um pouco – admitiu, finalmente. E, depois, sentiu-se mal. Como podia estar ressentida com o irmão? – Não, bom, não queria dizer isso…
– Cale-se. – Antonio pôs um dedo nos seus lábios. – Não tem de se desculpar pelos seus sentimentos. É evidente que se importa com o seu irmão e que sacrificou muito por ele.
– Como pode sabê-lo? – sussurrou Maisie.
Ele apertou os seus lábios. Foi um toque suave como uma pena e, no entanto, o toque mais íntimo que alguma vez experimentara.
– Porque exsuda amor. Amor e generosidade.
O tom de Antonio era sincero, com um toque de melancolia. Ninguém lhe dissera isso antes. Ninguém reparara no que fizera por Max e em tudo aquilo a que renunciara. Mas, por alguma razão, aquele desconhecido sabia.
– Obrigada – sussurrou.
Antonio empurrou o dedo contra os seus lábios, uma carícia que Maisie sentiu até ao centro do seu ser. E ele percebeu.
– Tão carinhosa… – murmurou, enquanto traçava a comissura dos seus lábios com a ponta do dedo. – E tão encantadora…
Maisie estava transfigurada com essa carícia. O toque do seu dedo parecia estar a deixar uma marca na sua alma. Tivera alguns namorados, mas nada sério porque tinha sempre de pensar em Max e estava muito ocupada, a trabalhar e a tentar não se atrasar com os seus estudos de Música. Os beijos e abraços desses namorados não a tinham afetado como um toque simples de Antonio Rossi.
Sabia que tinha de pôr fim àquela tolice e voltar a trabalhar. Acabar o seu turno, voltar para casa e esquecer a magia perigosa daquele encontro inesperado.
Antonio deslizou o dedo pelo seu queixo e pelo seu pescoço, onde a pulsação batia de modo frenético. Deixou-o lá por um instante, olhando para ela com o sobrolho franzido. Depois, desabotoou o primeiro botão da bata e passou o dedo pela t-shirt simples de algodão que tinha por baixo, com a insígnia da empresa no bolso.
A surpresa de Maisie foi tal que o copo de uísque escorregou dos seus dedos e caiu ao chão, sujando a carpete.
– Oh, não…
– Não importa – disse Antonio.
– Claro que importa. Não posso deixar o escritório assim, tenho de o limpar.
– Então, não o deixaremos assim.
Antonio sorriu, irónico, como que dizendo que isso não ia distraí-lo do seu propósito. Mas o que é que o multimilionário de olhos magnéticos queria dela?
Embora a resposta fosse evidente. Maisie pestanejou, colada ao chão, enquanto Antonio tirava um pano do carrinho para limpar a mancha da carpete.
Queria sexo. Era o que os homens ricos e