Paixão cruel - Três semanas em atenas. Janette Kenny

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Paixão cruel - Três semanas em atenas - Janette Kenny Ómnibus Geral

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em conta que fora educada para dar prazer aos homens. Sim, antes de tudo aquilo acabar, Kira suplicaria que a levasse para a cama e fizesse amor com ela.

      Era inevitável e Bellamy tinha de ter consciência disso. Então, porque é que o seu mais acérrimo inimigo e rival não lhe telefonara?

      – Fica confortável – disse ele, dirigindo-se para o bar. – Queres beber alguma coisa antes de zarparmos?

      – Água, por favor – disse ela.

      Kira sentara-se no sofá circular que dominava a sala, com as pernas dobradas, e pusera uma almofada enorme sobre a barriga. André percebeu que estava ainda mais pálida do que antes e isso preocupou-o.

      – Sentes-te bem?

      – Só tenho sede – garantiu ela, embora o seu olhar expressasse receio e inquietação. – Já passou muito tempo desde a última vez que bebi alguma coisa e não queria desidratar.

      André franziu o sobrolho. Era outra táctica para ganhar a sua compreensão? Para despertar os seus remorsos por a ter levado para a ilha contra a sua vontade? Com irritação, ele serviu-se de um copo de água.

      Depois de lhe entregar o copo, André preparou um daiquiri de rum com umas gotas de lima. Imagens de Kira a fazer amor com Bellamy passaram pela sua mente e deixaram uma onda de raiva amarga no seu caminho.

      Em vez de saborear o sabor forte e doce a rum, André sentiu o sabor amargo da vingança na língua. Kira tentava fazer-se passar por uma ingénua, mas não era inocente. Não, não conseguiria enganá-lo. Observou a sua expressão preocupada quando achava que ninguém olhava para ela. Era como se tivesse algum segredo.

      – Tens internet na ilha? – perguntou ela, depois de beber um gole de água.

      – Sim, tenho uma ligação privada no meu escritório – disse ele, atravessando a sala com o copo na mão e olhando para ela com desconfiança. – Porquê? Pensas que Peter virá salvar-te da situação que criaram? Ou precisas das suas instruções para me espiar melhor?

      As faces femininas coraram de raiva.

      – Preciso de gerir o hotel.

      – Oh, referes-te ao meu hotel.

      – És o accionista maioritário, mas o Château será sempre meu.

      Oh, estava tão errada!, pensou ele, mas não disse nada. Não era seu costume gozar com alguém em situação de fraqueza. As olheiras sob os olhos mostravam que estava muito cansada, por muito que tentasse escondê-lo enquanto defendia o Château com unhas e dentes.

      André bebeu o daiquiri e, depois de deixar o copo no balcão com um golpe seco, parou à frente dela sem esconder a sua irritação, que aumentou ainda mais ao vê-la erguer o queixo e olhar para ele com os olhos esbugalhados, mas sem se deixar intimidar. André apoiou o joelho no sofá e as mãos também.

      – O Château Mystique é meu e tu também. Não o duvides, estão os dois sob o meu controlo.

      – És um selvagem.

      – Não me digas que não sabias que nas minhas veias tenho sangue de pirata? – perguntou ele, ao mesmo tempo que lhe tirava a almofada das mãos e apoiava a mão na barriga feminina, tocando-lhe nos seios com os dedos.

      Kira, com os olhos muito abertos e as pupilas dilatadas, conteve uma exclamação. Nos seus olhos não havia medo, mas desejo, um desejo tão intenso como o seu. Não, ela não o receava. Desejava-o tanto como ele a ela.

      – O que foi? – continuou ele, com um sorriso devastador. – Não tens nada para dizer?

      – Nada que tu consigas acreditar – declarou ela.

      – Não te faças de inocente comigo – disse ele.

      Endireitou-se novamente e atravessou a sala. Saiu para a coberta consciente de que, se continuasse perto dela, não conseguiria evitar estendê-la sobre o sofá e demonstrar-lhe como ela desejava que a possuísse. Render-se-ia facilmente a ele.

      Mas aquele não era o momento. Da coberta, observou o horizonte em silêncio durante alguns minutos e, depois, foi para o quarto principal, de onde fez uma chamada.

      – Bellamy continua no Château? – perguntou, assim que o seu interlocutor atendeu o telefone.

      – Não, saiu uma hora depois de o senhor sair.

      – Voltou para a Florida?

      – Não, foi para a Califórnia inaugurar um novo hotel – informou-o o homem. – Deseja que continue com a vigilância?

      – Sim. Quero saber tudo: com quem fala, o que faz, com quem se relaciona.

      – Está bem – disse o detective.

      André desligou o telefone e analisou a situação. Porque é que Bellamy continuava com as suas ocupações profissionais como se não tivesse acontecido nada? E mais depois de o ver com Kira no elevador do Château?

      Haveria a possibilidade de ela ter sido apenas um peão no seu plano para o humilhar publicamente? Talvez fosse isso e não podia descartar que lhe pagara com acções do Château. Era uma possibilidade que devia ter em conta.

      O seu confronto com Edouard fora pessoal, uma simples vingança carregada de emoções de um David contra Golias. No entanto, o confronto com Peter era exclusivamente profissional e, enquanto considerara Edouard apenas um incómodo, estava decidido a destruir Peter Bellamy. E Kira ficara do lado do seu inimigo para o arruinar.

      No entanto, ele desejava-a com todo o seu ser.

      André atirou a caneta para a mesa e voltou novamente para a sala. Lá, encontrou Kira, aninhada no sofá, a dormir, com as madeixas frisadas sobre a almofada, toda a inocência e provocação na mesma mulher. Como podia ter aquele aspecto e, pior ainda, como é que ainda a desejava tanto, sabendo que ela fazia parte do plano para o destruir?

      No entanto, ao vê-la, o seu coração acelerou e desejou passar os dedos pelo cabelo espalhado sobre a almofada. Como reagiria às suas carícias? Derreter-se-ia nos seus braços? Suspiraria de prazer ao senti-lo dentro dela?

      Com uma mão, deslizou o nó da gravata e tirou-o. Em breve saberia.

      Capítulo 3

      Kira mexeu-se ao ouvir a voz aveludada dos seus sonhos. Mal entendia francês, mas o seu corpo reconheceu a promessa de prazer das sensuais palavras que se filtravam nos seus sonhos.

      Como sempre, foi incapaz de evitar o desejo que se apoderou do seu corpo e, ensonada, arqueou-se em sonhos, como se suplicasse as suas carícias, os seus beijos.

      A mão masculina deslizou sob a sua saia e subiu pela coxa, aproximando-se de onde ela mais a desejava. Uma gargalhada suave destruiu o sonho e Kira ficou paralisada, sabendo, mesmo antes de abrir os olhos, que aquela carícia íntima era tão real como o homem que estava junto dela. André estava ao seu lado, olhando para ela intensamente, com uma expressão indecifrável e os dedos a poucos centímetros da união das suas pernas.

      – O que estás a fazer?

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