Paixão cruel - Três semanas em atenas. Janette Kenny
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Ela abanou a cabeça, sem conseguir acreditar que André tentara aproveitar-se dela enquanto dormia e muito menos que ela estivesse prestes a render-se a ele.
– Não cometerei esse erro outra vez.
– Mas desejas-me – declarou ele, com firmeza.
– Não.
– Sei quando uma mulher finge – disse ele, – e quando o desejo a domina.
Um dedo deslizou sob a renda que debruava as cuecas de seda e Kira não conseguiu reprimir o calafrio que a percorreu. Com um sorriso de satisfação, André acariciou o tecido húmido da roupa de roupa interior com o dedo e ela teve de morder o lábio inferior para sossegar um gemido de prazer.
– Sabia que estavas pronta antes de te tocar – disse ele, num tom grave.
– André, não, por favor – suplicou ela.
– Porquê? Não temos nada a perder.
– Enganas-te.
Ela já estava prestes a perder o seu coração, o que era ridículo, tendo em conta que o causador a raptara no seu hotel e a levava para a sua ilha com intenções que não estavam muito claras.
André deslizou a palma da mão para baixo, acariciando-lhe lentamente a coxa e a barriga da perna, perdendo-a num mar de prazer. Depois, segurou no seu pé e acariciou-lhe a planta com os dedos.
– Não! – exclamou ela, de repente, afastando o pé. – Estás a magoar-me!
Era um exagero, mas a verdade era que o pé lhe doía. André examinou-o em silêncio e passou os dedos pelas marcas e pelas bolhas que as sandálias lhe tinham deixado.
– Há quanto tempo tens os pés assim? – perguntou, furioso.
– Começaram a doer-me quando saí do carro.
– Devias ter-me dito.
– Não estavas precisamente de muito bom humor – respondeu ela, tentando afastar o pé.
Mas ele mexeu-se à velocidade da luz e, deitando-a no sofá, pôs-se sobre ela. Apoiou os braços ao lado da cabeça feminina, mantendo a metade superior do corpo no ar, mas não a barriga. Kira conseguia sentir o sexo duro contra a barriga e teve de conter um gemido, receando que a fizesse dele ali mesmo e, ao mesmo tempo, que não o fizesse.
– Descobrir que a amante do meu pior inimigo me enganou deixa-me de muito mau humor – disse ele, com a boca muito perto da dela.
– Não sou a amante de Peter! – protestou ela.
– Porque te empenhas em continuar a mentir?
O rosto masculino estava mais tenso do que nunca.
– Porque te empenhas em não acreditar em mim?
– Porque sei o que és – respondeu ele, – e o que queres.
Kira ficou vermelha de raiva e de impotência.
– Não, só achas que sabes.
– Então, diz-me, como conseguiste o controlo do Château?
Kira teve a verdade na ponta da língua e quis poder revelá-la de uma vez por todas. Já não havia motivo para manter a promessa que fizera a Edouard há anos, mas o que devia ponderar com supremo cuidado eram as possíveis consequências de confiar em André. Porque se a odiava naquele momento, o seu ódio e desprezo multiplicar-se-ia por mil quando soubesse toda a verdade.
– O que foi? Custa-te organizar as mentiras?
Não as mentiras, mas a verdade, podia responder ela.
– Claro que não – declarou ela, desviando o olhar e decidindo que, por enquanto, era melhor calar-se.
Estava cansada de trabalhar muitas horas para conquistar o lugar que lhe correspondia por direito no Château, cansada de estar sempre à margem da vida de Edouard Bellamy para que a sua família não tivesse de saber que ela era a sua filha ilegítima. Cansada de receber apenas migalhas de afecto de Edouard e cansada de ter de discutir sobre o mesmo assunto com André.
– Sou apenas uma trabalhadora que soube investir na sua empresa – disse ela finalmente, repetindo a desculpa que o próprio Edouard inventara para explicar os seus actos.
– Recebeste um prémio por vires à minha ilha seduzir-me? – perguntou ele.
– É claro que não. Vim falar contigo – defendeu-se ela.
– Foi o que disseste, mas encontraste uma forma de te meteres na minha cama.
– Foi uma sedução mútua – recordou-lhe Kira.
– Oui, mas não fui eu que convidei o mundo para ser testemunha da nossa aventura na manhã seguinte.
Kira abanou a cabeça, sem poder alegar nada em sua defesa. Ela fora apanhada desprevenida pelo alvoroço, tal como ele. De qualquer forma, dissesse o que dissesse, ele também não acreditaria.
– Nem eu.
– Talvez tu não tenhas dado a ordem – insistiu ele, – mas estavas a par das intenções de Peter.
– Se soubesse, garanto-te que não teria vindo – declarou ela, furiosa com tanta desconfiança. – E, digo-to pela última vez, o meu advogado garantiu-me que tu tinhas marcado esse encontro entre os dois.
– Tens jeito para manter as mentiras – disse ele, com cinismo. – Talvez depois possas entreter-me enquanto me contas como uma simples empregada conseguiu comprar quarenta e nove por cento de um hotel de Las Vegas como o Château Mystique.
Antes de conseguir responder, a sirene do barco avisou-os de que tinham chegado a Petit Saint Marc. André endireitou-se e vestiu o casaco. Com um suspiro, Kira apanhou as sandálias do chão, pôs a mala ao ombro e, descalça, saiu para a coberta do iate.
A paisagem que se abria à frente dela deixou-a boquiaberta. Uma selva tropical exuberante cobria as ladeiras e a cratera do vulcão extinto que dominava a ilha de Petit Saint Marc. As palmeiras desciam até à água e deixavam-se balançar pela brisa suave das Caraíbas, na qual se sentia o cheiro a sal e a fragrância embriagadora das flores exóticas que povoavam a ilha.
– É linda – comentou ela, ao sentir a presença de André junto dela.
– Oui – disse ele. – Vamos, faz-se tarde.
Sem lhe pedir permissão, André pegou nela ao colo e, sem fazer caso dos seus protestos, tirou-a do iate e levou-a até um dos carrinhos de golfe que havia no barco, onde a depositou com supremo cuidado.
Depois, tirou o casaco, arregaçou-se as mangas da camisa e sentou-se ao volante.
Pôs o veículo a trabalhar e Kira observou o complexo turístico luxuoso com admiração. Deliciosos bangalós de telhados vermelhos adivinhavam-se meio escondidos entre a vegetação exuberante. Ao longe, viu uma