Apenas negócios? - O segredo de alex. Maureen Child

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Apenas negócios? - O segredo de alex - Maureen Child OMNIBUS DESEJO

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suas aventuras extra conjugais fariam com que acabasse por ser como a sua mãe, ciumenta e possessiva até ao ponto de afastá-lo da sua vida? Tinha-a visto sofrer até ao primeiro ano da secundária, quando pediu o divórcio e se mudou para Los Angeles. Nunca tinha voltado a casar-se, apesar de Emma não saber se era por medo a perder a pensão que lhe dava o seu pai ou por medo a arriscar o seu coração outra vez.

      Recordando os jogos de Nathan com a loura na biblioteca, Emma tinha as suas dúvidas.

      – Expetativas pouco realistas? – repetiu. – Como a fidelidade, por exemplo?

      – Quero que o nosso seja um casamento a sério – replicou ele. – Serás a única mulher na minha cama.

      Mas e no seu coração? Como podia ser real um casamento sem amor?

      Emma imaginou o turbilhão emocional que a esperaria como esposa de Nathan. Quando o seu pai lhe impediu o acesso ao seu fideicomisso dez meses antes, dizendo que o dinheiro que gastava em roupa demonstrava que era uma irresponsável, Emma pensou que estava a tentar dar-lhe uma lição, mas jamais pensou que a forçaria a casar-se com alguém.

      Nervosa, levantou uma mão para brincar com o seu brinco, mas em seguida se lembrou que Nathan os tinha guardado no bolso. Eram um dos seus primeiros desenhos, de safiras e diamantes. Desenhava joias desde que terminou a licenciatura, mas dois anos a trabalhar como ajudante de um joalheiro tinham anulado o seu entusiasmo por executar os desenhos de outros.

      Quando o seu pai começou a pôr-lhe entraves com o dinheiro, tinha decidido viver do que ganhasse a fazer a sua própria linha de joias, mas seis meses depois apercebeu-se de que mesmo vivendo sem luxos como a roupa de design ou as visitas ao spa, teria de trabalhar muito mais do que tinha feito até então para pagar o empréstimo, pôr gasolina no carro e ter comida no frigorífico. E não apenas durante um ano, mas durante o resto da sua vida.

      Ou poderia recuperar o seu fideicomisso. Se fizesse o que o seu pai queria e casasse. Nesse mesmo ano. Essa era a condição que tinha imposto.

      Estava cansada de lutar contra os desejos do pai, contra a tentação de gastar dinheiro, farta de não poder pagar as faturas. Aquele ano tinha sido um inferno. Seria tão fácil render-se, fazer o que o seu pai queria e casar-se com Nathan. Então não teria que estar doze horas sentada em frente à secretária, não teria de poupar cada cêntimo para conseguir ir às aulas de ioga.

      Emma encolheu os ombros.

      – Devolves-me os meus brincos?

      – Não, acho que os guardarei durante mais um tempo.

      – Porquê?

      – Desapareceste da minha vida há três semanas e não quero que isso volte a acontecer.

      – Não desapareci – disse ela. Mas sim, tinha desaparecido. O desejo que sentia por ele tinha-a feito fugir espavorida qual coelho assustado. – Por favor, Nathan, não podemos falar amanhã? Estou cansada e necessito tempo para pensar. Podemos tomar o pequeno-almoço juntos amanhã.

      O seu tom cansado devia tê-lo afetado porque afastou as mãos da porta e manteve-se em silêncio enquanto ela subia o fecho do vestido.

      – Venho buscar-te às dez – disse Nathan, poderoso e seguro de si mesmo, perigoso e sexy: tudo isso sabotando a sua resolução de se afastar sem olhar para trás.

      – Sim, claro.

      Emma saiu do estúdio antes de poder detê-la. Não tinha forças suficientes para resistir nem mais um minuto. Tinha de sair dali, nessa mesma noite.

      Correndo pelas escadas acima, com o coração a bater a toda a velocidade por medo a que Nathan a seguisse, deteve-se no segundo andar para respirar.

      O patamar do segundo andar rodeava o salão de quatro andares terminando numa cúpula pintada com nuvens. O seu pai tinha gasto cinquenta milhões de dólares para recrear uma mansão de estilo francês numa quinta de noventa hectares ao norte de Dallas. A mansão, de oito mil metros quadrados, estava inspirada em Versalhes em estilo e grandiosidade e mobilada com antiguidades francesas. Tinham demorado quase três anos em construí-la, graças à obsessão do seu pai por comprovar pessoalmente cada detalhe, mas assim pelo menos tinha-se esquecido do divórcio da sua quarta mulher e, durante um tempo, tinha deixado de meter-se na vida de Emma.

      Infelizmente, nada durava para sempre. E quando chegou o último móvel a finais de fevereiro, Silas tinha voltado a intrometer-se na sua vida.

      – E queixa-se de que eu gasto muito dinheiro – murmurou, irónica.

      A festa continuava em todo o seu apogeu no andar de baixo, como um mosaico de elegantes vestidos e joias que a deixavam tonta.

      – Ah, estás aqui.

      Emma voltou a ouvir a voz do seu pai, que se dirigia a ela pelo corredor. Aos sessenta e três anos, tinha o aspeto atlético e a energia de um homem vinte anos mais jovem. Silas Montgomery usava a sua estatura e a sua personalidade para intimidar tanto os seus adversários como os seus familiares.

      – Olá, papá.

      – Vi-te com o Nathan – disse ele, olhando para o seu cabelo despenteado com a sobrancelha franzida. – Falaram?

      – Sim, falámos – respondeu Emma, sentindo que lhe ardia a cara.

      – Maravilhoso. Anda, vamos ao salão. Quero anunciar a toda a gente.

      Emma odiava os confrontos e desde pequena tinha aprendido a afastar-se quando os seus pais discutiam. Mas nesta ocasião não estava disposta a ceder.

      – Agora não, papá. Estou cansada.

      – Patetices. Será um anúncio rápido e um brinde, mais nada.

      Mesmo não gostando de discutir com o seu pai, Emma estava decidida a manter-se firme.

      – Não há nada para anunciar.

      Silas Montgomery cravou nela os seus brilhantes olhos azuis.

      – Não te pediu que te cases com ele?

      – Disse-me que vamos casar-nos e eu disse-lhe que não – respondeu Emma, com o ressentimento a dar-lhe coragem. Devia encontrar a forma de escapar dos planos do seu pai porque não tinha intenção de tornar-se na esposa de Nathan Case. – Não vou casar-me com ele como parte de um acordo entre vocês os dois.

      – No dia de São Valentim dei-te um ano para encontrares marido, Emma. O prazo está quase a finalizar e ainda não encontraste ninguém. Mas eu encontrei alguém para ti.

      – Não quero casar-me com o Nathan – insistiu ela. O seu pai e o Nathan tinham em comum a arrogância e a total despreocupação pelos sentimentos dos demais. – De facto, é o último homem do mundo a quem eu teria escolhido.

      Silas franziu a sobrancelha.

      – Essa não foi a minha impressão quando ouvi uma conversa entre Jamie e tu este Natal.

      Emma conteve um suspiro. Como se tudo aquilo não fosse suficientemente humilhante, agora descobria que o seu pai tinha ouvido a conversa entre ela e a sua cunhada depois do que se passou na festa de Grant.

      –

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