O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas. Christina Hollis

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O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas - Christina Hollis Ómnibus Geral

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o trabalho que fizeste para ele, incluindo o orçamento. Um orçamento do qual eu não sabia nada.

      – O contabilista examinou as quantias e inclusive enviou-as a um auditor – replicou Meg. – Não sei, talvez não te tenha dito nada porque sabia que não estarias de acordo.

      Mas, quando os seus olhos se encontraram, algo aconteceu. Sempre tinha pensado que Gianni era muito bonito. Agora, com o sol a brilhar nas suas feições e nos seus olhos, essa palavra não lhe fazia justiça.

      – Espero que o meu pai não te tenha feito pensar que sou um canalha – a sua voz era um murmúrio rouco, tão lânguido como o ar no interior da estufa. – Pelo contrário, posso ser o mais generoso dos homens em muitas circunstâncias e com a mulher certa – disse-lhe.

      – Eu sei. Quando estava em Londres, vendi-te todas aquelas plantas para as tuas namoradas, lembras-te? – Meg tentava que a sua voz soasse firme, embora começasse a sentir-se enjoada. A proximidade de Gianni e o cheiro do perfume dele, misturado com o cheiro da terra e do musgo, provocaram-lhe um calafrio.

      E, sem se dar conta, andou um pouco para a frente, desejando tocar-lhe.

      – Então, sabes o que vou dizer?

      Ela mexeu os lábios, mas não saiu nenhum som da sua garganta. Sabia o que queria ouvir, mas abanou a cabeça.

      – Decidi que, afinal, as estufas são um bom legado. Fizeste bem em sugeri-lo… Muito inteligente, Megan – a voz de Gianni era suave e convidativa.

      – Obrigada.

      – Mas vão custar-me uma fortuna.

      – Isso depende do que quiseres. Estamos na Toscana e aqui tudo cresce sozinho.

      – E tudo tem o seu preço – Gianni olhou para ela, esperando pelo efeito das suas palavras.

      – Preocupa-te assim tanto?

      – Não estou preocupado, só fiz uma observação. Há muito mais coisas em jogo do que o dinheiro quando se refere ao futuro da minha família. Os Bellini são uma família antiga, porque sempre fomos capazes de escolher um vencedor. E foi por isso que o meu pai não voltou a casar-se depois da morte da minha mãe, graças a Deus!

      Meg não disse nada, mas estava nervosa. E acalorada, embora não tivesse nada a ver com a temperatura da estufa.

      – Talvez te pareça uma frase dura, Megan, mas sei do que estou a falar. Quando se referia a assuntos do coração, o meu pai sabia que não podia confiar no seu bom senso – uma brisa entrou pela porta, despenteando-o e dando-lhe um aspecto perigoso de pirata.

      – Certamente, o teu pai fez uma coisa bem. Estaria muito orgulhoso de ti, Gianni.

      Ele virou-se para ela e, quando recebeu o impacto daquele olhar, soube que, se decidisse conquistá-la, ela não conseguiria resistir. Era um sonho perfeito, mas algo a que não podia arriscar-se. Aquele trabalho significava muito para ela e para a sua família, e não estava disposta a desperdiçá-lo só por causa de um capricho. Embora o capricho fosse tão arrebatador como Gianni Bellini.

      – Eu esperava que estivesses orgulhoso de mim, foi por isso que decidi continuar em frente com a ideia das estufas – disse ele, pensativo. – O meu pai e eu não nos dávamos bem e sei que lhe dava muitos desgostos. O mínimo que posso fazer é respeitar os seus desejos, agora que morreu. Esperemos que nunca tenha de escolher entre o meu coração e a minha herança – Gianni franziu o sobrolho, como se estivesse a recordar uma coisa que lhe doía muito.

      – E porque haverias de o fazer? – perguntou Meg, inocentemente.

      – Várias «princesas» locais estão desejosas de se tornarem minhas esposas – suspirou ele. – Com o objectivo de o apelido Bellini não acabar comigo, devo escolher entre uma delas para ter filhos, mas isso é uma coisa medieval. O mundo mudou e agora as pessoas já não se casam só pelo sentido do dever ou da honra. Tudo são acordos pré-nupciais para garantir as posses depois do inevitável divórcio.

      Ouvi-lo a falar do casamento como de um acordo sem importância decepcionou Meg.

      – Não deveria haver nada de inevitável no divórcio e ninguém deveria casar-se por outra razão que não fosse o amor – disse-lhe, passando os dedos pela folha carnuda de uma miltónia. – Agora, as mulheres trabalham, têm a sua própria vida e o casamento já não é tão importante para elas. Não são parasitas que querem viver à custa dos seus maridos, Gianni.

      – Eu adoro mulheres, não te enganes, mas as aristocratas italianas não me dizem nada.

      – Então, terás de procurar outro tipo de mulher.

      – Para quê? Todas as mulheres que conheço têm o mesmo objectivo.

      Ela, ocupada a segurar o caule de uma orquídea particularmente pesada, disse, sem pensar:

      – Eu não.

      Gianni suspirou.

      – Isso é o que dizes agora, mas…

      Era um comentário tão sincero que Meg levantou o olhar, surpreendida. Estava muito sério e todas as suas fantasias, inclusive as mais perigosas, pareciam reflectir-se nos olhos escuros dele.

      Não conseguia desviar o olhar… E não queria fazê-lo.

      E então, de repente, estava entre os seus braços.

      Beijaram-se com uma paixão abrasadora. Gianni segurava-a pela cintura, enquanto ela afundava os dedos no seu cabelo. Era tudo o que tinha sonhado, tudo o que precisava e queria, mas… era um erro. Tentando controlar a paixão, Meg inclinou a cabeça para trás.

      – Não, Gianni, espera…

      Alarmado, ele largou-a.

      – O que se passa?

      – Nada… Não pode acontecer nada.

      – Bom, talvez tenhas razão – ele apertou a sua cintura, rindo-se, um som irresistível.

      – Não! Não tens sentido de ética, de moral?

      – Quando se trata de uma rapariga tão bonita como tu, não – inclinando a cabeça, Gianni começou a beijar o seu pescoço.

      Meg tinha de agir depressa. Nas suas fantasias, Gianni era irresistível, mas agora, perante a realidade, estava a chegar a um ponto sem retorno.

      Lutando contra o desejo de se derreter entre os seus braços, apoiou as mãos nos seus ombros e recuou.

      – Como pude esquecê-lo? Claro que não sabes nada de ética, nem de moral! Afinal de contas, tu és Gianni Bellini, o famoso mulherengo, não és?

      Gianni não parecia um homem que se deixasse amedrontar por ninguém e muito menos por uma rapariga de um metro e sessenta. Mas, embora não a tivesse largado, Meg reparou que já não estava zangado.

      Pelo contrário, sorria e o seu encanto deveria torná-lo mais perigoso, mas sabia que já não era uma ameaça para ela… Pelo

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