O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas. Christina Hollis

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O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas - Christina Hollis Ómnibus Geral

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style="font-size:15px;">      – Vim para trabalhar na villa Castelfino, não para me tornar uma fonte de entretenimento para ti – advertiu-o, caso houvesse alguma dúvida.

      Ele não disse nada, limitou-se a enfiar as mãos nos bolsos das calças.

      – Devo entender que estás de acordo?

      – Tenho de o aceitar, dadas as circunstâncias – disse Gianni então, brincalhão.

      – Não há maneira de discutir contigo, pois não?

      – Não, receio que não. Mas, como em breve descobrirás, Megan, quando se trata de trabalho, as coisas fazem-se à minha maneira ou não se fazem. Só queria saber até que ponto desejavas este emprego.

      Apesar do tom desenvolto, Meg percebeu o significado sinistro daquelas palavras.

      – Quer dizer que vais despedir-me?

      Gianni olhou para ela, surpreendido.

      – Não, claro que não! Isso seria ilegal. Mas, sobretudo, seria imoral. Estamos no século XXI e eu sou teu chefe, mas isso não significa que possa tomar certas liberdades. Quem achas que sou? Eu estou sempre interessado em passar um bom bocado, mas agradar às mulheres é do que mais gosto, Megan – Gianni estendeu uma mão para afastar a franja da sua cara, descendo-a depois com evidente desinteresse. – A chantagem não tem lugar na minha vida. Se não quiseres ir para a cama comigo, parece-me bem. É uma pena, mas parece-me bem.

      Meg sentiu-se novamente desconcertada. Desejava atirar-se novamente nos seus braços, mas não conseguia mexer-se.

      – Na verdade, estou aqui para te advertir que a cozinheira virá em paz. Não quer um segundo assalto, portanto, não descarregues nela a tua frustração sexual, está bem?

      E, depois de dizer aquilo, virou-se, deixando Meg boquiaberta.

      Mas, enquanto se afastava, apercebeu-se de uma verdade terrível: ela queria ir para a cama com Gianni Bellini.

      Desejava-o mais do que tudo na sua vida.

      A partir daquele momento, a emoção de trabalhar na villa Castelfino passou para segundo plano. Meg não deixava de pensar em Gianni Bellini. Tinha-a enfeitiçado. Sendo tão atraente em todos os sentidos, o feitiço que exercia sobre ela não se dissipava.

      Apesar de o seu sonho se ter tornado realidade, o poder que Gianni tinha sobre ela aumentou em vez de desaparecer.

      Embora quase não se vissem, Meg estava nas sete quintas. Não parava de recordar aquele beijo tórrido, mas, quanto a Gianni, era como se não tivesse acontecido nada. Não mostrava sinal algum de querer repetir a experiência. Passava os dias trancado no escritório, enquanto ela estava o tempo todo no jardim, mas isso não evitava que tentasse procurá-lo.

      Não deixava de recordar as suas palavras: «agradar às mulheres é do que mais gosto».

      Gianni tinha-a acusado de estar sexualmente frustrada, mas, se fosse assim, a culpa seria sua. Com uma única relação séria na sua vida, Meg não era especialista em romances. Tinha usado os estudos para não ter de se dar com as pessoas… e, até ao seu encontro com Gianni, não se dera conta do que estava a perder. Ele tinha acendido a chama do seu desejo e agora a única coisa que queria era que acontecesse outra vez.

      Gavin, o seu único namorado, era um bom rapaz, mas sempre quisera mais do que ela podia oferecer-lhe. Além disso, pretendia monopolizar o seu tempo, quando o que ela queria era estudar.

      Depois de ver os seus pais a lutar para chegar ao fim do mês, Meg sabia o valor dos estudos e não tinha intenção de deixar a sua carreira para se casar antes do tempo. Ou assim tinha pensado no passado…

      Porque Gianni Bellini tinha aparecido na sua vida, arrasando todos os seus planos. Não se parecia com nenhum outro homem que tivesse conhecido, mas estava sempre nos seus pensamentos.

      Por vezes, tinha-o visto a passear pelos ciprestes, a falar ao telemóvel. E, dessas vezes, observara-o. Era muito melhor do que vê-lo a passear pela propriedade com o administrador ou com algum dos empregados que se encarregavam dos vinhedos.

      À noite, Meg enfrentava um dos seus grandes prazeres e também uma das piores torturas. O pavilhão onde se hospedava não ficava longe da entrada e sabia sempre se Gianni tinha saído ou se continuava em casa, dependendo de o Ferrari estar ou não à porta.

      Da primeira vez que ouvira o rugido do motor, tinha-lhe caído um prato de biscoitos. Era mais estrepitoso do que o ruído dos aviões da RAF a fazer testes em Inglaterra.

      Depressa se habituara, mas, quando Gianni voltava para casa às tantas da madrugada, era impossível que pudesse voltar a conciliar o sono. Sentindo-se culpada, levantava-se da cama para espreitar pela janela e escondia-se entre as sombras, com a esperança de o ver. E continha a respiração quando o via a sair do carro, para subir os degraus da entrada, receando sempre que aparecesse com uma mulher ou um harém delas. Nunca fora assim. Voltava sempre sozinho.

      E deveria sentir-se aliviada, se não fosse um facto perturbador: Gianni olhava sempre para o pavilhão onde se hospedava antes de entrar em casa. Como é claro, Meg escondia-se atrás da cortina, mas era indiferente. Gianni olhava para a janela do seu quarto, quase como se olhasse directamente para ela.

      Alguma coisa devia tê-lo alertado, mas nunca lhe tinha dito nada a esse respeito. E isso era estranho. Agora, conhecia-o o suficiente para saber que não guardaria para si mesmo uma coisa assim, mas não dizia nada e Meg sofria em silêncio. Claro que a alternativa era deixar as suas vigílias, algo que não estava disposta a fazer.

      Meg viveu numa agonia de incerteza durante vários dias, enquanto fiscalizava a construção das estufas magníficas que tinha desenhado… Sem mais visitas de Gianni. Só aconteceu quando estava a dar os últimos retoques ao interior de uma delas.

      O seu telemóvel interrompeu-a quando estava a plantar orquídeas.

      – Menina Imsey? O conde de Castelfino quer vê-la no seu escritório – era um dos assistentes pessoais de Gianni e o coração de Meg começou a dar saltos.

      – Muito bem. Quando?

      Do outro lado da linha houve silêncio e Meg apercebeu-se de que devia ser a primeira vez que alguém fazia Gianni Bellini esperar.

      – Imediatamente – respondeu o homem, muito seco.

      Não precisava de mais avisos. Percorrendo a distância entre o jardim e a casa a toda a velocidade, ainda estava a tirar folhas das calças de ganga quando entrou na recepção. E todos os ruídos cessaram imediatamente.

      Os olhares das secretárias e dos assistentes cravaram-se nela, das calças de ganga sujas de terra às botas de trabalho. Uma mulher, tão bela como uma ave-do-paraíso, afastou as folhas com o pé, enquanto outra dava um passo em frente, para pôr um plástico sobre o tapete persa que cobria o chão de madeira.

      – Entra, por favor.

      Meg achava que estava nervosa, mas, ao ouvir a voz de Gianni, teve de engolir em seco.

      Sentado a uma secretária enorme de mogno e de costas para a janela era uma figura imponente. Sem saber o que fazer, olhou para trás, mas uma das secretárias tinha fechado a porta, impedindo qualquer possibilidade

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