Meu Irmão E Eu. Paulo Nunes
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Meu Irmão E Eu - Paulo Nunes страница 10
— Aidan, preciso conversar com o Marcus sobre isso. Não sei como papai vai reagir, entende? Tenho medo. Quero que me prometa que não vai falar nada com ele. Promete? — perguntei, aflito.
— Tudo bem. Se você quer assim...
Chegando à piscina, papai recepcionou Aidan com um abraço caloroso e perguntou porque ele não tinha avisado que iria passar as festas de fim de ano em Monte Carlo. E logo o intimou a voltar com ele e se hospedar em nossa casa. Aidan olhava desconcertado para mim e disse que aquela noite ficaria no hotel, mas no dia seguinte iria para nossa casa. Prometeu. Eu sabia que isso iria acontecer. Agora eu estou três vezes fudido, meu Deus! Por causa da presença de papai, Pablo e Aidan estavam comedidos ao falar, e eu, já exausto de tanta emoção, resolvi sentar ao lado do meu irmão. Recostei minha cabeça no ombro dele e não falei nada. Marcus me fazia um carinho na cabeça, enquanto perguntava baixinho se eu estava bem. Sussurrando, respondi que a conversa com Aidan tinha sido difícil e, ainda, que estava confuso. Encerrei, dizendo que precisava conversar com ele um assunto importante. Papai já tinha tomado três ou quatro cowboys, quando pediu ao garçom para trazer uma garrafa de The Macallan. Oh, meu Deus! Não acredito que ele pediu The Macallan! Pensei. Era seu uísque preferido. Só bebia em ocasiões especiais. Ele estava feliz! Papai, Aidan, Pablo e Juan conversavam empolgadamente, quando meus olhos pesaram e o sono me possuiu. Sabia que não devia ter bebido tanto. Era uma sensação gostosa estar no peito do meu irmão, com suas mãos tocando meus cabelos. Não resisti e fechei os olhos. Ouvi ao longe as vozes deles conversando, enquanto aproveitava alguns momentos sem pensar em nada. Meu repouso foi interrompido por papai, quando perguntou se eu estava bem. Respondi que me sentia um pouco cansado.
— Venha aqui, filho. Venha deitar no colo do papai — e intimou-me a trocar o peito do meu irmão pelo dele.
Papai puxou uma cadeira para perto de si e, com a mão, repousou meu rosto em seu peito. Ele afagava meus cabelos, quando disse baixinho que gostava dos dois filhos igualmente, mas que eu lembrava muito mamãe, pois tinha a mesma beleza, sensibilidade e o temperamento dela. Não aguentei e caí em um choro, quase desesperado.
— Meu filho, desculpe. Não deveria ter falado nela — comentou papai, emocionado, arrependido de ter me feito lembrar da morte de mamãe.
Marcus foi ao meu encontro e me salvou daquela situação.
— Papai, acho que vou levá-lo até a suíte de Aidan para descansar um pouco. Está emocionado e, ainda, bebeu alguns drinks hoje. Não tem o hábito de beber. Deve ser isso. Com licença.
Saí com meu irmão em direção ao hall do hotel sob os olhares curiosos.
Na suíte, abracei-o com força e pedi que ele me ajudasse. Marcus não entendia o que eu dizia e porque eu estava tão abalado. Expus que tinha medo de muitas coisas: de Aidan, Pablo e de papai. E, também, que sentia muito a falta de mamãe, e que não estava sendo fácil para mim suportar todas essas coisas. Ele tentava me acalmar, dizendo que eu não precisava ter medo, pois ele iria me ajudar em tudo que fosse preciso. Quanto mais o abraçava, mais eu chorava.
— Calma, maninho. Isso vai passar. Essas coisas acontecem na adolescência. Eu também passei por essas incertezas. Precisamos ter calma.
— Eu quero a minha mãe. Preciso dela. Traga-a de volta para mim, por favor — dizia, repetidas vezes, soluçando.
— Olhe! Eu acho que você bebeu um pouco demais hoje. Deve estar precisando de um banho.
Então, ele levou-me ao banheiro, tirou minha roupa e me pôs embaixo do chuveiro. Depois, secou meu cabelo e me cobriu com um roupão branco. Pediu para eu deitar na cama e tomou o telefone, ligando para a recepção do hotel.
— Por favor, preciso de dois cafés e um sorvete de tomilho com pinhões. Se possível, Berthillon. Para a suíte do Senhor Mettis. Obrigado! — e desligou.
Em seguida, deitou na cama comigo e me acarinhava os cabelos, enquanto eu me aninhava em seu peito.
— Maninho, o que está acontecendo com você? Está me deixando preocupado — perguntava, com a voz doce.
— Não sei. Estou sentindo coisas estranhas. E estou com medo. Gosto de Aidan, mas tenho receio de ter um relacionamento com ele. Nunca tive um relacionamento com ninguém, nem sei como é. Tenho medo da reação de papai, quando souber que sou gay. Sinto-me atraído por Pablo. E teve esse beijo hoje à tarde. Estou com saudades da mamãe. Às vezes acho que ela morreu por minha culpa. Sinto que estou enlouquecendo.
— Olhe, maninho. Precisa dar tempo para que as coisas aconteçam na sua vida. Realmente, são muitas emoções. Entendo que você se sinta assim, mas é importante saber que todos passamos por essas incertezas. Também passei por isso quando era jovem. Sou mais velho que você, por isso digo que cada coisa precisa ser olhada de uma forma. Você e o Aidan, por exemplo. Acho bonito o que ele sente por você. Nós dois já conversamos muito sobre isso. Eu ficaria mais tranquilo, se você se relacionasse com alguém que nós já conhecemos. Sobre papai, não posso enganar você, pois acho que ele não vai reagir bem a essa história de você ser gay. Nós o conhecemos bem. Ele é russo, veio de outra cultura, tem outro pensamento, não acompanha os tempos que vivemos hoje... Mas acho importante você mesmo conversar com ele. Penso que isso pode facilitar as coisas, entende? Posso falar com ele depois para ajudar, mas você que tem que contar. Sobre Pablo, foi só um beijo. Isso não significa muita coisa. Um beijo é só um beijo. Não precisa ficar se impressionando com essas coisas. Com relação à mamãe, isso está me preocupando. Não acho normal que depois de alguns meses você ainda esteja tão fragilizado. De repente, podemos conversar com alguém sobre isso. Um psicólogo, talvez? Mas só se você quiser — e beijou minha têmpora.
Eu estava em lágrimas e o abraçava com força. Sentia-me protegido pelo meu irmão. Sua voz soava em meus ouvidos como uma melodia harmônica. Era tranquilizador ouvi-lo. Ele me trazia paz e aquietava-me o coração. Instantes depois, alguém bateu na porta.
— O café chegou — comentou ele, levantando-se.
Tomamos o sorvete e o café, e falamos sobre a minha conversa com Aidan. Contei a ele que tinha pedido desculpas pelo que aconteceu com Pablo na piscina, que Aidan tinha se alterado, mas que, ao final da conversa, nós nos beijamos. Marcus sorriu e perguntou se eu tinha gostado. Respondi, dizendo que ele beija bem. E rimos, quando eu o abracei e pressionei seu corpo contra o meu. Estávamos ali, deitados, abraçados e conversando, quando eu abri dois botões da camisa dele e pus minha mão em seu peito. Passeava minhas unhas por entre seus pelos com movimentos suaves. Ele franziu a testa e me olhou, mas não disse nada. Com a outra mão, desabotoei os outros botões da camisa e a puxei para fora da calça. Olhei-o e pedi que trancasse a porta.
— Maninho, não somos mais crianças, não é? — perguntou, com meio sorriso nos lábios, meio envergonhado.
— Eu sei, mas você sabe que só faço com você. Vai, fecha logo a porta — sugeri, sorridente, provocando-o.
Ele levantou, trancou a porta a chaves e perguntou se queria que eu apagasse a luz. Respondi, mandando-o deixar acesa. Caminhando em minha direção, tirou seu paletó azul royal e a camisa branca. Sentou-se na cama e livrou-se dos sapatos, deitando ao meu lado. Eu estava de roupão, e ele estava apenas de calça. Era uma calça jeans de cor escura, quase preta. Quando passei a mão em suas coxas, logo percebi o tecido e o corte italiano. Tenho certeza de que é Dolce & Gabbana. Pensei. Logo abri o roupão e deixei meu tórax à mostra. Ele me olhava, enquanto desabotoava a calça. Levei minha mão até seu membro e o apertei por cima da cueca. Ele tocou-me e pôs-se