Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5). Amy Blankenship

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Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5) - Amy Blankenship

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Ele sentira uma premonição do perigo a aproximar-se na noite em que Tabatha e Kriss se conheceram. Por isso é que tinha atacado Tabatha no parque de estacionamento da Silk Stalkings. A sua intenção era avisá-la da ameaça, mas Kriss impedira-o, usando o seu próprio corpo como escudo dela, usando a obsessão de Dean contra ele.

      Kriss rolou, ficando de costas, e virou a cabeça para olhar para Dean. Olharam fixamente um para o outro durante o que pareceu uma eternidade, até que Dean encurtou agilmente a distância entre eles e roçou sensualmente os seus lábios em Kriss.

      Quando Kriss inspirou profundamente, Dean aproveitou e aprofundou o seu beijo, tornando-o mais exigente. Estava farto de estar deitado ao lado de Kriss, noite após noite, a lamentar-se por uma mulher que nunca poderia ter. Se pudesse, simplesmente inalaria a dor de Kriss e substitui-la-ia pelo amor frenético dos caídos.

      Kriss sentiu o fogo a alastrar-se pelas suas veias, mas a sua própria culpa fê-lo virar a cara, quebrando o beijo. Recolheu-se nos braços de Dean, envolvendo os seus próprios braços à volta do corpo de Dean antes de entrelaçarem as suas pernas.

      Dean olhou silenciosamente para o topo da cabeça de Kriss e suspirou mentalmente. O facto de Kriss se agarrar tão firmemente a ele era a única coisa que o acalmava. Sentia a tristeza diminuir um pouco e depois voltar em ondas. Já tinha decidido libertar Kriss das suas amarras de madrugada, mas, face à rejeição de Kriss, os olhos de Dean cintilaram e as amarras desapareceram.

      Num instante, Kriss virou-se e agarrou nos pulsos de Dean, pregando-os ao colchão e mantendo-os lá.

      Dean olhou calmamente para cima, para os seus perturbados olhos prateados, perguntando-se o que Kriss iria fazer, agora que estava livre para voltar para Tabatha. Como Kriss se limitava a mantê-lo ali, Dean levantou a cabeça do colchão e roçou suavemente os seus lábios na clavícula de Kriss, até ao arco do pescoço. Foi recompensado com um silvo agudo de Kriss e com a sua libertação.

      Várias horas depois, estavam deitados, entrelaçados, à medida que o dia nascia. Dean sabia, tal como Kriss sabia, que estaria ali quando Kriss acordasse de manhã. Ele estaria sempre ali.

      *****

      Kane vagueava pelas ruas da cidade tentando arejar as ideias em relação a tudo o que acontecera nas últimas semanas. Sentira mesmo vislumbres da sua antiga personalidade a vir à superfície por várias vezes… Sobretudo perto de Michael. Tinha de admitir que adorava o tipo.

      A rédea curta que mantinha nas suas emoções ao longo dos últimos dez anos estava a deslizar e ele já sentia a falta da segurança que aquelas barreiras imaginárias lhe proporcionavam. Tinha a certeza de que um desses psiquiatras trapaceiros que havia por aí diria que isso era algo bom, mas também tinha a certeza de que poderia fazê-los mudar de ideias em tempo recorde.

      Ele usava o torpor que tinha trazido consigo do túmulo como um escudo, mantendo-o a ele meio morto e protegendo as pessoas à sua volta. Tal como estava, esgotava todo o controlo de que era capaz para manter os seus sentimentos por Tabatha reprimidos e protegê-la de Misery ao mesmo tempo.

      Ainda se arrepiava ao pensar que Michael tinha finalmente percebido que tinha sido Tabatha a libertá-lo do seu túmulo. Se tivesse pensado com clareza, teria arranjado maneira de manter Scrappy afastado de Tabatha por mais algum tempo, enquanto tentava perceber como lhe contar. Se é que lhe ia contar.

      Na sua opinião, alguns segredos não deveriam ser revelados. A verdade é que ele nunca planeara contar a Tabatha.

      Kane rosnou, irritado com a interrupção dos seus pensamentos. Conseguia sentir olhos demoníacos sobre ele enquanto caminhava, a observar cada passo seu. Perguntou-se se teriam sido enviados por Misery. Não a sentia entre eles, o que aliás fazia todo o sentido. Porque é que aquela cabra o havia de seguir quando podia ter os seus lacaios a fazer isso por ela? A cidade estava agora repleta desses seres rastejantes, entidades negras que ele ajudara a criar.

      Ele acelerou o passo de tal modo que os faróis dos carros que vinham na sua direção seguiam agora subitamente na direção oposta atrás de si. O brilho vermelho das suas luzes traseiras iluminava a rua durante alguns breves segundos antes de desaparecerem por completo. Nunca tinha sido tão rápido antes, mas com a disposição que tinha ultimamente, andava a ignorar a escalada dos seus poderes.

      Naquele momento, só queria estar sozinho na sua própria bolha, em vez de estar perto de Michael e quem quer que o seu melhor amigo/irmão tivesse com ele. Não tinha a certeza se seria capaz de usar aquela máscara ‘Agora estou são’…não esta noite. A sua verdadeira personalidade estava próxima da superfície e isso era algo que Michael não precisava de ver.

      Enviando as mãos nos bolsos, Kane continuou o seu caminho numa tentativa de ignorar os espiões que o seguiam. Já tinha chegado a uma zona mais luxuosa da cidade e dirigia-se para a secção onde se situavam a maioria das discotecas. Precisava de uma boa bebida e talvez uma boa luta, mesmo que tivesse de ser ele a começá-la. As discotecas proporcionavam o líquido mentalmente entorpecedor e para o segundo fim, devia ser fácil localizar um ninho de vampiros.

      Ao virar da esquina para uma rua movimentada, Kane captou um aroma adocicado no vento e parou, focando-se novamente nas vistas e sons da cidade. Conseguia senti-la muito perto e olhou à sua volta para tentar determinar a sua localização. Inspirou profundamente, querendo mais dela, depois questionou-se se seria masoquista por se torturar a si mesmo.

      Ele sabia que devia manter-se longe dela, já que parecia atrair constantemente demónios, mas o seu lado negativo instantaneamente argumentou que a alma gémea tinha um talento especial para arranjar sarilhos sozinha. Se ela fosse suficientemente doida para andar numa zona infestada de demónios, talvez devesse refrescar-lhe a memória para a lembrar de como isso era má ideia.

      O seu olhar penetrante fixou-se numa discoteca chamada Silk Stalkings e franziu o sobrolho ao lembrar-se que era ali que o caído, Kriss, trabalhava como bailarino. Era uma opção de carreira interessante para um caído, mas Kane não se sentia em posição de julgar. Suspirando resignado, Kane atravessou a rua e entrou na discoteca para poder levar Tabatha a casa antes que ela se metesse em mais sarilhos.

      Capítulo 2

      Tabatha atravessou a entrada do Silk Stalkings e olhou em volta. Viera à procura de Kriss…e rezava para encontrá-lo. Ele tinha desaparecido há alguns dias e nem tinha ligado. E já andava a evitá-la ainda antes disso. Ela sentia falta dele e já estava a ficar preocupada. No passado, quando ele desaparecia durante algum tempo, pelo menos ligava-lhe e dizia-lhe que estava tudo bem.

      Nem que o visse só de relance, já era o suficiente para eliminar o receio de que Misery o tivesse comido ou trancado numa cave algures.

      Sentada numa das mesas altas, continuava a observar o palco na esperança de que Kriss aparecesse para dar o seu espetáculo. Só ao fim de quase uma hora é que percebeu que horas eram e que Kriss já deveria ter atuado. Um dos empregados passou por ela e ela tocou-lhe num braço para chamar a sua atenção.

      “Precisa de alguma coisa, menina?” – perguntou ele.

      Tabatha sorriu – “Espero que me possa ajudar. Estou à procura do Kriss Reed. Sabe dizer-me qual é o próximo turno dele?”

      O empregado suspirou e abanou a cabeça – “Já é a sexta mulher a perguntar por ele esta semana. Infelizmente, ele despediu-se há uns dias e nunca mais ninguém o viu.”

      Tabatha sentiu-se como se tivesse levado um estalo na cara. Um sentimento de aflição surgiu no fundo do seu estômago e ela baixou a cabeça para esconder as lágrimas que se começavam a juntar. Tinha perdido o melhor amigo.

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