Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5). Amy Blankenship

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Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5) - Amy Blankenship

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porque é que não tinha possuído a sua alma gémea assim que a encontrara. Quanto mais não fosse, lutava contra o instinto de a possuir contra a porta, de forma brusca e rápida.

      Os deuses até os podiam ter ligado entre si, mas tinham errado na sua combinação. Para o bem dela, eles só podiam estar errados. Quando ele se inclinou para trás o suficiente para ver o rosto dela, ficou satisfeito por ver que a sua ira e medo ainda estavam presentes.

      Tabatha sentia a franja do seu cabelo mexer com cada respiração dele enquanto que ele a olhava de cima com aquele olhar escaldante. Ela ficou extasiada ao ver as suas pupilas ametista aumentarem e depois começou a sentir desilusão a estremecer pelo seu corpo. Ela não queria esquecer.

      “Antes que faças o teu passe de mágica…diz-me a verdade” – sussurrou ela – “Uma verdade real e sincera.”

      “Uma verdade, querida?” Kane desceu o olhar para os lábios dela e baixou a cabeça até que os seus lábios quase roçavam os dela…não num beijo, as algo muito mais íntimo. “Sou mais perigoso para ti do que algum demónio alguma vez poderá ser.”

      Tabatha pestanejou para evitar a luz do sol que espreitava pela janela e sentou-se na cama. Puxou os joelhos para si e abraçou-os, admirando a luz do dia que quase parecia fazer troça dela. Grunhindo para si mesma, bufou as repas para cima.

      “Perigosíssimo” – resmungou. É tão perigoso que até me aconchegou na cama antes de sair.”

      *****

      Zachary olhava para o mapa na parede com a cabeça inclinada para o lado. Tinham assinalado cada evento estranho ocorrido nos últimos meses, tentando ver se algum padrão se formava. Tinham começado com apenas alguns pinos coloridos, mas à medida que foram encontrando mais documentação, os pinos tinham começado a formar um padrão.

      Angelica pegou num marcador peto e desenhou um círculo em torno dos bairros e zonas circundantes. “A Misery tem operado dentro desta zona” – afirmou ela. “As outras ocorrências que encontrámos parecem corresponder a outros demónios que andam a ganhar coragem e a sair dos seus esconderijos.”

      “E o que aconteceu na Love Bites?” Perguntou Trevor. “Essa não se encaixava propriamente no MO dela.”

      “Poderemos ter de alargar a zona dela em breve” – propôs Chad. “E o corpo que encontrámos hoje?”

      Todos estremeceram ao relembrar a cena. Tinham recebido uma chamada da polícia sobre o facto de terem encontrado um corpo de um jovem e acharem que eles deveriam vê-lo. O homem teria cerca de vinte anos de idade e usava vestígios de uma t-shirt com o nome da universidade local.

      Quando lá chegaram, a polícia tinha isolado a zona com um raio adicional de cerca de cem metros. Chad achara aquilo estranho e fora falar com dois dos seus colegas das autoridades. Quando voltou, o seu rosto estava visivelmente mais pálido.

      “O que foi?” Perguntara Zachary.

      “Eles disseram que temos de ver por nós mesmos…é tão mau como o que tu descreveste no outro dia sobre o autocarro.”

      À medida que os quatro se aproximavam, Trevor teve de respirar pela boca para evitar ficar maldisposto com o cheiro. O pior é que ele conseguia sentir o sabor acre e isso era igual ou pior. Zach dera-lhe uma máscara cirúrgica do bolso do seu casaco. Mantinha sempre umas à mão para situações como esta. Quando viram o corpo, até Zachary teve de se virar e respirar fundo algumas vezes.

      O corpo tinha sido completamente dilacerado e tudo o que devia estar dentro estava virado para fora. O pior é que conseguiam ver onde é que algo tinha andado a comer partes, pois via-se que pedaços inteiros tinham sido arrancados. Longas marcas de garras cobriam a pouca carne que restava e os ossos estavam expostos, alguns deles partidos e espetados para fora.

      As órbitas oculares também eram aterradoras, os olhos tinham sido arrancados. Parte do escalpe tinha sido arrancado e crânio tinha sido perfurado, com matéria cerebral ainda a escorrer lentamente pelo buraco. A boca tinha sido escancarada e deixada assim, tendo a língua sido devorada.

      Grandes pedaços tinham sido puxados para fora do corpo e o estômago estava aberto. Angelica afastou-se da cena e cobriu a boca com uma mão para evitar a náusea. Não estava a ajudar.

      “Pobre coitado” – sussurrou Zachary, ajoelhando-se junto do rapaz. Esta última semana tinha passado a voar com um frenesim de atividade demoníaca e ao que parecia, não estava prestes a abrandar tão cedo. “Qual é o termo oficial?”

      “A polícia diz que foi um ataque animal.” Respondeu Chad.

      Angelica abanou a cabeça. “Não foi um animal que fez isto” – retorquiu ela de forma áspera e dirigiu-se de volta ao carro. “Foi o túmulo.”

      Zachary sacudiu a memória e tirou os olhos do mapa para olhar para Angelica. “O que queres dizer com isso, foi o túmulo?”

      Angelica tinha uma expressão fechada – “Foi só isso que consegui sentir do corpo. Os ferimentos são quase demasiado antigos para eu conseguir detetar. Não sei como descrever melhor do que dizendo que foi o túmulo que o matou.”

      Zachary afastou-se do mapa e foi até ao seu portátil que estava pousado na mesa do café. Fazendo ligação à PIT, enviou uma mensagem a Storm documentando os últimos acontecimentos. A sua resposta foi imediata.

      “Parece que o Storm está a chamar os melhores jogadores da PIT.” Zachary informou os outros e fez uma pausa antes de olhar de novo para os colegas. “Ele chamou o famoso Ren, ele já está aqui.”

      Trevor estremeceu visivelmente com a referência ao nome de Ren. Ren fora sempre o fantasma do grupo, mais uma lenda do que uma pessoa real, pois Storm fora o único com quem se encontrara. Uma vez, perguntara a Storm quem era o membro mais poderoso da PIT e Storm nem sequer hesitara na sua resposta. Mas se Storm ia enviar o seu segundo homem no comando, isso significava que iria enviar um exército logo a seguir.

      Zachary e Trevor ambos sabiam o que isso queria dizer – a guerra ia começar.

      Capítulo 3

      Durante a sua adolescência, Ren tinha adquirido o hábito de aceder à base de dados da Equipa de Investigação Paranormal para se manter a par dos últimos acontecimentos. Também era suficientemente inteligente para depois destruir o computador que utilizasse para que não pudesse ser rastreado até ele. Era empolgante violar as firewalls definidas numa divisão do governo que supostamente nem existia.

      A equipa de investigação paranormal, também conhecida como P.I.T., sabia que Ren seguia as suas missões e subtraía as suas informações encriptadas, mas até ao momento nunca o tinham apanhado e nunca tinham encontrado uma firewall suficientemente resistente para o manter afastado do seu sistema privado. Ren não só lhes roubava dados, mas ainda deixava para trás informações das suas próprias investigações paranormais.

      Ao fim de vários anos, o diretor da PIT tinha começado a deixar mensagens a Ren por trás das mais resistentes e encriptadas firewalls que ele já tinha visto. Foi por trás dessas barreiras que Ren se juntou secretamente ao esquivo grupo da PIT, mas apenas nos seus próprios termos: que ele pudesse trabalhar sozinho.

      Quem quer que fosse que estivesse por trás dessa barreira não só sabia o seu nome, como também mais algumas coisas sobre ele que mais ninguém sabia. Como o facto de ele não ser totalmente humano. Só quando ele enfrentou um demónio de nível sete que começara um culto carnívoro no

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