Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5). Amy Blankenship

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Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5) - Amy Blankenship

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e sumarento coração de vaca ao pescoço e me ponho bem apetecível para a Misery para lhe perguntar eu mesma.”

      Ela arquejou e agarrou-se rapidamente ao tabliê quando Kane girou o volante, fazendo o carro guinar para a berma da estrada e subir o passeio. Ele carregou no travão e deslizou por uma zona de terra, fazendo um pião completo antes de derrapar até parar.

      Kane estava a pairar sobre ela antes de o carro se imobilizar. Tabatha não conseguia evitar olhar para cima para o seu rosto e admirar as linhas fortes do seu maxilar, a cor ametista dos seus olhos. O seu olhar desceu até aos seus lábios perfeitos e perguntou-se se eles seriam frios como gelo ou quentes como fogo.

      Kane estava mais que furioso e queria sufocar a mulher por pensar sequer nisso. Mordendo a própria língua, esperou até sentir o rápido fluxo de sangue para depois captar os lábios de Tabatha num beijo ardente. Em circunstâncias normais, ele mataria para poder fazer isto. Mas de qualquer modo, ela teria de estar sóbria para que isso contasse. A única razão pela qual a beijava agora de forma tão profunda era o facto de querer limpar a mente dela de quaisquer planos perigosos que o álcool lá tivesse colocado.

      Quentes, os seus lábios eram quentes e aquele agradável calor estava a descer por ela numa espiral até ao meio das suas pernas. Subitamente, Tabatha sentiu o medo que lhe faltara momentos antes. Surgia agora em ondas vingativas e ela sentiu os dedos dos pés encolherem-se exatamente ao mesmo tempo que sentiu o pânico chegar ao seu estômago. A sua mente escolheu o medo e ela começou a empurrá-lo com o máximo de força possível. Infelizmente, isso teve o mesmo efeito que uma formiga a tentar levantar uma casa.

      Kane sentiu as suas mãos a tentar empurrar o seu peito, mas já que este ia ser o último beijo dos dois, mais valia saborear um pouco mais o momento. Ele respirou no seu fôlego quente enquanto suavizou o beijo, para depois rapidamente o aprofundar novamente.

      Tabatha foi assaltada pelo sabor doce e salgado do sangue de Kane e a esmagadora necessidade de trepar por ele adentro superou o medo que restava. Essa necessidade intensificou-se quando a mão dele agarrou na anca dela e a ergueu do assento, puxando-a para si tanto quanto o espaço confinado do veículo permitia. As coxas dela estavam agora em chamas e, antes de se conseguir reprimir, uma das suas mãos deslizou pelo peito dele e em torno do pescoço, onde agarrou com força o seu cabelo branco como a neve.

      Kane estremeceu quando sentiu as unhas dela arranharem a sua pele sensível, criando um reflexo nas suas ancas e um grunhido no fundo do seu peito. Ele queria-a, mas mesmo muito. Uma buzina de um carro soou e Kane foi rapidamente relembrado de onde estavam. Foi preciso mais força do que ele julgava que tinha para libertar o corpo dela e praticamente se atirar de volta para o assento do condutor.

      “Já estás sóbria?” – perguntou ele. Os músculos dos seus maxilares estavam contraídos e os nós dos dedos estavam brancos enquanto agarrava no volante e continha o seu apetite.

      Tabatha levantou a mão para cobrir a boca enquanto pensava naquela estranha pergunta. Ao fim de alguns segundos, assentiu com uma expressão franzida. “Sim, és o quê, café instantâneo?”

      “O que és tu?” Kane gozou com ela. “Completamente louca, é o que tu és. A falar de corações de vacas e demónios.”

      Os olhos de Tabatha abriram-se mais quando um clarão de relâmpago captou a sua atenção ao iluminar a rua. Ela lambeu o lábio inferior, saboreando-o ainda, depois olhou para si mesma para se certificar de que as suas coxas não estavam mesmo a arder. O relâmpago surgiu de novo e ela inclinou-se para a frente, olhando para o céu à procura das nuvens da tempestade. Não vendo nenhuma, olhou de novo para Kane e percebeu que era ele que estava a provocar a tempestade.

      “Acho que é melhor acalmares-te. Eu estava errada. Não és café instantâneo, és uma tempestade instantânea” – proferiu ela, endireitando-se no assento do carro. Ela não tinha reparado nisso antes, mas quando Kane se inclinara sobre ela, o seu vestido tinha subido tanto que quase revelava a renda das suas cuecas.

      Kane esfregou as têmporas com os dedos e fechou os olhos…tinha de o fazer. “Faz-me só um favor. Mantém-te longe da Misery.”

      “Foi assim que me curaste no escritório do Warren?” Tabatha sussurrou, sabendo de alguma forma que o sangue dele tinha acabado de eliminar cada gota de álcool que ela tinha consumido nessa noite. Já sentia falta da ausência de inibições, mas não ia chamá-lo de corta-festas com a disposição em que ele estava. Mas, tinha de admitir, se ele não tivesse cortado o beijo, isso tinha levado a outras coisas.

      Dizer que ele estava instável seria um eufemismo se a forma como ele agarrava o volante fosse indicativo disso. Mas depois daquilo que ela estava prestes a fazer…talvez estivessem ambos instáveis.

      Como ele não lhe respondeu, mas apenas fixou o olhar em frente e encolheu os ombros, Tabatha deu por si a ficar novamente irritada. “Tudo bem, leva-me para casa então. Ou melhor ainda, desanda daqui. Eu posso conduzir agora.”

      Tabatha foi projetada para trás contra o assento quando Kane voltou a engrenar o carro e fez disparar o motor, quase saltando por cima da berma e entrando novamente no trânsito, ou no pouco movimento que havia àquela hora da noite.

      “Talvez devesses ir descobrir em que raio de ninho é que o Kriss se meteu e juntar-te a ele, já que os dois gostam tanto de esconder segredos de mim!” – disse ela de forma sarcástica.

      “Nunca ninguém te disse que não era boa ideia confrontar um vampiro?” Kane fez a pergunta numa voz ilusoriamente calma, ao mesmo tempo que se recusava a olhar para ela.

      “Ainda estou viva” – retorquiu Tabatha.

      “Por agora” – rosnou Kane, mas sentiu satisfação quando o resto da viagem foi feito num silêncio irritado.

      Tabatha estava sentada no lugar do passageiro, ainda com os braços cruzados sobre o peito. Ela recusava-se terminantemente a pensar naquele beijo e, claro, também não quis pensar em como ele estava sensual ao pairar sobre ela, furioso ou não.

      Assim que Kane encostou o carro junto à entrada dela, suspirou, passando a mão pelo cabelo quando ela saltou do carro e se afastou rapidamente como se tivesse sido mordida. Ele achou a ideia bastante irónica, tendo em conta que ele já a tinha mordido antes. Ao sair do carro, ele seguiu-a silenciosamente, mesmo sabendo que era errado.

      Tabatha batera com a porta do carro atrás de si e correra para a entrada do seu apartamento. Assim que fechou a porta em segurança atrás de si, virou-se e passou alguns segundos a trancar as quatro fechaduras e o trinco, depois acendeu a luz da sala.

      “Por agora, o caraças!” – olhou de relance para a porta, sentindo-se finalmente satisfeita por ter podido responder…até se ter virado. Tabatha deu um guincho quando viu Kane sentado no sofá como se fosse dono da casa e atirou-lhe um pequeno livro de bolso.

      “Não foste convidado!” – insurgiu-se ela, aguardando depois para ver se ele desaparecia. Até foi bom ele não ter desaparecido, pois o riso histérico que se seguiria não seria muito agradável para ela.

      “Raios, porque é que ainda estás aqui?” – exigiu ela saber, atirando os seus saltos altos na direção dele, satisfeita por ele ter tido de chegar uma perna para o lado para se desviar de um deles.

      Para seu espanto, Kane manteve-se sentado, especado a olhar para ela, com aquela expressão enfurecedora que parecia uma mistura de raiva e divertimento. Ele cintilou e desapareceu por um segundo, depois ela ouviu o baque de algo a bater numa porta de cada lado. Tabatha não se conseguia mexer, pois ele imobilizara-a contra a madeira atrás dela. Ela ouviu trovejar dentro de si e

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