Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5). Amy Blankenship

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Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5) - Amy Blankenship

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incidia da forma certa. Mas, mesmo sem sol, não era possível passar ao lado das suas espessas madeixas prateadas que davam a Ren um aspeto mais rebelde. A juntar a isso, o brinco com cruz pendente e o facto de ele usar sempre roupa preta formavam uma combinação bastante marcante. Para potenciar ainda mais o efeito, as íris de Ren eram como prata polida, com realces azulados, e um aro negro à volta. Ele usava sempre óculos escuros devido à sua excentricidade.

      O que mais o deixava perplexo em relação a Ren era o facto de os computadores serem uma das coisas que deixavam Ren feliz no que tocava aos seus poderes. Ren era um súcubo em todos os sentidos. Se ele estivesse perto de um computador, ele alimentava-se da energia do computador quase como se de uma transferência se tratasse. Mas esta forma de súcubo também lhe permitia obter os poderes de alguém e usá-los para seu próprio benefício.

      Por exemplo, se estivesse próximo de um ser metamórfico, também ele poderia realizar metamorfose. Se estivesse perto de um demónio, teria todos os poderes que aquele tipo de demónio tivesse, mas a desvantagem é que seria como usar um espelho. Não poderia retirar os poderes do demónio. Ambos os lados teriam os mesmos poderes, por isso nem sempre era uma situação vantajosa. Sobretudo se o adversário tivesse os poderes há mais tempo e soubesse usá-los melhor.

      Uma forma de Ren usar isso a seu favor era quando havia mais de um poder paranormal ao seu alcance, podendo assim usá-los todos em seu proveito.

      Outra falha era o facto de Ren não se dar bem com os outros, por isso recusava um parceiro, o que era mesmo lamentável. Storm poderia tê-lo apresentado a pessoas poderosas e ele poderia ter espelhado qualquer um deles. Mesmo agora, se Ren se quisesse teletransportar para o outro lado do mundo e cinquenta anos para o passado, poderia fazê-lo. Felizmente, não se interessava por esse tipo de coisa. Ele via a luz nos olhos de Ren esmorecer enquanto voltava do mundo do ciberespaço.

      Ren piscou os olhos e afastou as mãos do teclado para se inclinar para trás na sua cadeira giratória. “Ninguém sabe que estou aqui?”

      “Só o Zachary” – Storm admitiu que sabia que iria ter de se debater com Ren em relação a isto. “Vou pedir ao Zachary que vigie a maioria daqueles que já cá estão”.

      “Porque é que isso não me soa nada bem?” Ren estreitou os olhos, mas teve a sensação de que não valia a pena lutar nessa batalha. “Qual é a cena da mansão e deste cenário todo? Porquê o suborno?”

      Storm levantou uma sobrancelha. “É um bocado difícil subornar alguém que pode chegar a um multibanco e pedir-lhe dinheiro.”

      “Estás a evitar a pergunta.” – atalhou Ren.

      “Deixei-te esconder das equipas de investigação paranormal durante este tempo todo. Aliás, até me juntei a ti na solidão mais vezes do que devia.” Storm levantou a mão quando Ren começou a rebater. “Sempre disseste que me ficavas a dever um favor. Estou a cobrá-lo agora.”

      “E o que seria esse favor?” – a voz de Ren perdera a sua dureza devido à sua honra. Storm tinha razão, tinha uma dívida de vida para com ele e Storm não a cobraria por motivos frívolos.

      Storm começou a caminhar de um lado para o outro em frente à secretária. “A única resposta verdadeira que te posso dar agora é que estás aqui para me ajudar a lutar. Estou a cobrar muitos favores com isto. Vou trazer os melhores elementos das equipas PIT aqui para a cidade e tu acabaste de ser promovido a segundo comandante.”

      “Que sorte a minha.” O facto de isto ter sido dito sem qualquer emoção foi ignorado por ambos.

      “O Zachary ficará no comando caso nos aconteça alguma coisa” – Storm fez questão de adicionar. “E mais cedo ou mais tarde, vocês os dois vão ter de trocar informações, sobretudo se não for possível contactar-me.”

      “Isso também não me soa bem” – Ren ficou em silêncio enquanto ponderava porque é que Storm não tinha já as respostas às suas próprias questões. Para alguém que conseguia viajar para o futuro, era estranho não saber quem sairia vitorioso de uma batalha.

      “Não vou estar por aqui durante algum tempo porque vou ter de ir caçar a maioria das equipas. Embora trabalhem aos pares, têm o irritante hábito de desaparecer do radar e formar as suas próprias missões quando passam por eles.” Passou as mãos pelo cabelo. – “Até para mim vai ser difícil localizá-los.”

      “E quando os largares aqui, vou ter de tomar conta dessa gente?” Perguntou Ren à espera de esclarecimento.

      “Não” – Storm abanou a cabeça, sorrindo com a ideia. “Estas pessoas não são crianças. O trabalho delas é o mesmo que o teu: proteger a cidade. Se comunicam entre vocês ou não já será problema vosso. Mas com os teus poderes, podes fazer uma grelha da cidade e informá-los onde são os pontos de conflito. Esta é só a base de operações por agora. Tu e o Zachary serão os únicos que me poderão contactar se eu não estiver aqui.”

      “A sério?” Ren balançou a cadeira para trás e para a frente, começando a ficar intrigado com todo aquele mistério. “E eu que pensava que eu é que era o antissocial de nós os dois” – apontou Ren. “Estás a planear desaparecer?” Era suposto ser uma piada, mas quando notou a hesitação de Storm, parou de balançar a cadeira.

      Storm esfregou o pescoço, tentando ser cuidadoso com as palavras: “Sou um viajante no tempo nesta dimensão, mas se houver uma zona em que as paredes dimensionais tenham sido estreitadas ou rompidas, elas rejeitam o meu poder.” Isto era um eufemismo.

      A leitura de Storm tinha-se tornado uma ciência para ele e Ren percebeu subitamente a razão pela qual Storm não sabia quem venceria a batalha. “Estou a seguir-te, para já” – disse.

      Storm dirigiu-se à enorme janela virada para o mar e bateu no vidro. “Este vidro é mais do que à prova de bala.” Suspirou enquanto se virava e encostava a ele. “Mas não é à prova de maldade.” Ele acenou a cabeça na direção do sofá de onde tinha acabado de sair e sussurrou palavras há muito esquecidas pela história.

      Ren inquietou-se quando o teto e o chão se acenderam num vasto círculo que abrangia todo o lado direito da sala, com o sofá mesmo no centro. Até via as paredes de barreira luminescentes a fazer a ligação entre o círculo do teto e o círculo do chão.

      “O que é isso?” – tentou disfarçar o assombro na sua voz, mas falhou miseravelmente.

      “Em termos leigos…é uma armadilha de demónios.” Storm respondeu aproveitando o facto de ter oficialmente surpreendido Ren, o que era algo difícil de conseguir. “Vai lá…passa através da barreira. Não te vai magoar.”

      Ren esticou o braço, mas parou antes de tocar nela. “Devo esperar um visitante demoníaco?”

      Storm inclinou a cabeça – “Deixa-me lembrar-te de uma coisa. Se um filho dos caídos se aproximar de ti, és tu que te transformas no demónio.” Ele baixou a voz, tornando-a arrepiante ao dizer “o demónio”. Ele e Ren não estavam bem de acordo sobre esse assunto. Ren ainda tinha preconceitos em relação a tudo o que não compreendesse.

      Ren deu um passo atrás enquanto pensava no que Storm acabara de dizer. Até demorou alguns segundos a pensar numa boa resposta para lhe dar. “Pelo menos serei eu a saber onde está a chave da jaula. A questão é: como é que os ponho lá dentro? Ponho biscoitos de demónio no sofá?”

      Storm sorriu e empurrou Ren na direção do círculo.

      Ren girou e voltou a vir na direção de Storm,

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