Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5). Amy Blankenship

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Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5) - Amy Blankenship

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a máscara de pestanas. “Sim, estou ótima. Mas pode trazer-me um Malibu de ananás?”

      O empregado fez um olhar inquisidor antes de suspirar e voltar para o bar. Ele reconhecera Tabatha como uma das amigas próximas de Kriss e percebera que Kriss tinha saído da cidade sem lhe dizer. Era vergonha também. Ela parecia ser uma boa rapariga e o facto de Kriss ter desaparecido, obviamente, magoara-a.

      Tabatha retirou a sua caixa de pó compacto da carteira e examinou a sua maquilhagem. Ele tinha ido embora sem sequer dizer adeus. Ele tinha prometido, quando foram à Florida com Devon e Envy, quer nunca a deixaria. Tinham ficado ainda mais próximos desde o rapto dela…muito mais.

      “Aqui está” – anunciou o empregado e pousou a bebida à frente dela.

      Tabatha baixou a tampa do pó compacto e sorriu-lhe. “Pode abrir cartão, vou ficar mais um pouco”.

      O empregado acenou e começou a circular pelas suas mesas, verificando se toda a gente estava atendida, olhando ocasionalmente para a sua mais recente cliente para se certificar de ela não se embebedava para além do razoável.

      Tabatha esvaziou rapidamente o copo e pousou-o na mesa. Mas afinal porque é que ela estava preocupada? Kriss era um dos caídos. Ele tinha coisas mais importantes para fazer do que lidar com humanos. Muito menos com humanos que eram amigos. Ela detestava estar amuada e zangada ao mesmo tempo! Era uma sensação perturbante.

      Tinham colocado outra bebida à sua frente e ela engoliu-a rapidamente também. Cerca de seis bebidas depois, já estava bem tocada. Espreitando o palco, amuou vendo um tipo novo a sair com apenas uma tanga prateada e umas asas. Perguntou-se onde estaria um Guru para gente bêbada e chorona quando mais se precisava e cerrou os olhos, olhando com desdém para o bailarino que inconscientemente gozava com ela.

      “Mais uma antes de ir embora?” – perguntou ela ao empregado, que pairava por perto desde que ela se sentara.

      O empregado sorriu docilmente e abanou a cabeça. “Acho que já bebeu o suficiente. Quer que lhe chame um táxi?”

      “Não” – retorquiu Tabatha, levantando-se e agarrando a carteira. “Quero que diga ao Kriss para quando se lembrar de quem são os amigos dele, me ligar.”

      Claro que ela não falava a sério, mas naquele momento estava muito irritada com o Kriss, magoada por ele não ter em consideração a sua amizade, nem sequer para lhe dizer que se ia embora…ou que tinha sido raptado. Abrindo a bolsa, tirou a carteira e tentou pagar as suas bebidas, mas o empregado abanou de novo a cabeça.

      “A sua conta já foi paga”, disse ele. “Agora vá para casa e durma sobre o assunto. Tenho a certeza de que ele lhe vai ligar em breve.”

      Tabatha pescou as chaves do carro na bolsa e deixou-as cair ao chão. “Raios partam!”, sibilou, querendo sair antes que fizesse alguma coisa estúpida, como chorar em público.

      Dobrou-se para as apanhar do chão, mas uma outra mão chegou lá primeiro e apanhou-as. Tabatha seguiu a mão até ver o braço e depois o ombro. Os seus olhos arregalaram-se quando o seu olhar se cruzou com o belo rosto de Kane.

      “Anda, querida” – disse ele ao ver a forma como as luzes se estilhaçavam no interior dos seus olhos azuis claros. Ela estava à beira das lágrimas. Ao que parecia, ele não era o único com má disposição nessa noite. “Vamos levar-te a casa.”

      O lábio inferior de Tabatha tremeu quando ela olhou para cima para ele e se agarrou ao seu braço, sentindo instantaneamente a sua força. O seu maior perseguidor tinha vindo à sua procura e, pela primeira vez, ela ficara contente por tê-lo ali.

      Kane acenou ao empregado por cima da cabeça de Tabatha e encaminhou-a para a saída. Rosnou algo para dentro, pois sabia porque é que ela escolhera aquela discoteca. Ela queria encontrar o bastardo caído que andava a esconder-se dela.

      Será que Kriss não se importava com o que a sua negligência estava a fazer a Tabatha, ou será que ele se considerava como o seu potencial inimigo, em vez do melhor amigo dela? Kane envolveu os ombros de Tabatha com o seu braço e segurou com força o outro braço dela quando ela quase tropeçou nos seus saltos altos.

      “Viste-o?” Tabatha fez a pergunta olhando para cima para Kane.

      Kane abanou tristemente a cabeça – “Não, não o vi.” Conteve-se para não lhe contar que da última vez que tinha visto Dean conseguia sentir nele o cheiro de Kane. O caído estava ótimo.

      “Ele desapareceu.” Tabatha limpou de forma pueril a lágrima que finalmente conseguiu escapar. “E se a Misery o comeu?”

      Kane tentou não dar uma risada em resposta à sua questão ébria, mas sincera. “A Misery acha que os caídos sabem mal.” – ele recitou as próprias palavras de Misery.

      “Então porque é que ele não se despediu?” Tabatha olhava para o chão enquanto caminhavam.

      Kane não lhe chegou a responder enquanto colocava Tabatha no seu carro e o contornou para entrar para o lugar do condutor. Imagens de como seria arrancar aquelas macias asas aveludadas das costas de Kriss passavam descontroladamente pela sua cabeça, mas Kane afastou-as. A vingança podia esperar. Agora, ele precisava de levar o seu anjo pessoal a casa em segurança antes que a sua personalidade em constante rotação voltasse para o lado negro.

      Tabatha manteve-se quieta enquanto seguiam viagem, com as luzes azuladas do painel do carro a criar um suave brilho que parecia convidá-la a olhar para o homem que o conduzia. Ela nunca era pessoa de recusar um desafio e, embora aguentasse o álcool melhor que as pessoas comuns, as bebidas ajudavam bastante a suprimir um medo saudável.

      Ela virou lentamente a cabeça e olhou de forma corajosa e direta para Kane. “Porque é que a Misery disse que eu te pertencia?”

      A cabeça de Kane girou rapidamente, fixando nela um olhar ríspido. Não era suposto ela lembrar-se do que acontecera naquela noite. Ele tinha retirado aquilo das memórias dela. Como raio é que ela se tinha lembrado de algo que deveria esquecer? Ao ver luzes de carros no rosto dela, ele olhou de novo para a estrada e desviou-se mesmo a tempo de evitar bater num carro que se aproximava.

      A mão dela agarrou no fecho da porta por instinto quando viu a reação dele à sua pergunta, mas manteve-se estática. Não estava suficientemente bêbada para saltar de um carro em movimento. A pontada de medo que lhe subiu pelas costas apenas serviu para fazer escalar o seu nível de coragem até ao ponto da estupidez.

      “Escolhe uma faixa” – gozou Tabatha, piscando em seguida os olhos como se quisesse bater em si própria. ‘Raios!’ – pensou mentalmente. ‘Boa, estúpida, irrita o tipo com os dentes pontiagudos.’

      “Lembras-te dessa noite?” Kane fez a pergunta antes de perder a coragem.

      “E então?” – pensou, encolhendo os ombros mentalmente. “Lembro-me, grande coisa. “Bem, da maior parte. Talvez não sejas tão bom a dominar pessoas como pensas que és.”

      “Talvez da próxima vez não seja tão simpático.” – avisou Kane, vendo-a estremecer com as suas palavras sombrias.

      Tabatha estreitou o olhar na sua expressão estoica. Como se atrevia a responder à sua falsa indiferença.

      “Bem, antes de tentares novamente fazer-me uma lavagem cerebral, que tal dizeres-me a resposta ao enigma da Misery?” – exigiu ela e cruzou os braços sobre o peito, sabendo que estava a descontar em Kane a sua raiva pelo abandono de Kriss.

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