Pintar Com O Dragão. Olga Kryuchkova

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Pintar Com O Dragão - Olga Kryuchkova

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marido responde-lhe: "Pensei nisso no caminho. E lembrei-me do Chyumaru, que vive no sótão."

      Pensativa a mulher de Chyube disse: "Claro que sim ele é um bom rato. Mas o gato é o seu único vizinho. E se acontece alguma coisa? Preocupamos-nos depois..."

      Foi aí que Chyube disse: "E que tal o Chyukuro da lixeira? Mas obteve a mesma resposta da sua mulher: "O furão vive mesmo ao lado dele, sabes o quão perigoso é!"

      E o casal pôs-se a pensar quem seria o par ideal para Ochyu? Durante muito tempo pensaram, mas não se conseguiam decidir. De repente lembraram-se do seu mordomo chamado Chyuske. Desde sempre os servira e não notaram qualquer característica maliciosa nele, e era conhecido de Ochyu desde os seus tempos de infância. Chamaram Chyuske de imediato e logo o informaram da sua decisão. A felicidade era clara nas suas expressões. Depois chamaram Ochyu que também foi informada da decisão. Também ela ficou bastante feliz.

      Os pais da Ochyu ajudaram o Chyuske a arranjar a sua própria casa e a abrir uma loja. Foi aí que escolheram um dia auspicioso com a ajuda de um astrólogo para celebrar o casamento, onde a noiva passou a integrar a família noivo. É hoje o dia da dita cerimónia! Todos nós fomos convidados para o casamento!"

      Foi assim que o rato deu por terminada a sua história. Durante algum tempo Ōi ficou a olhar surpreendida para o animal falante. Mas, entretanto, decidiu dizer-lhe:

      "Eu percebo o que me está a contar Sr. Rato... Mas por certo não compreendo como cheguei até aqui! Eu estava a jogar às escondidas com os meus amigos e fui esconder-me num espaço entre duas casas! E do nada, sem qualquer razão, vou dar comigo aqui!"

      "Eu ouvi a minha avó contar-me que de tempos a tempos as pessoas caiem no nosso mundo!" respondeu-lhe o rato. "Mas menina já que aqui está, porque não assistir ao casamento de Ochyu e Chyuske? Para nós ratos é considerado um bom presságio um humano testemunhar um casamento de ratos! Eu acho que os pais da noiva também vão ficar muito felizes!"

      "Eu adoraria ficar para ver o casamento, mas como é que faço para regressar a casa depois?" Questionou a Ōi que por esta altura já estava um pouco mais calma. "É claro que os meus pais e amigos vão ficar preocupados... Tal como a minha irmã, muito embora ela seja ruinzinha."

      "Oh, não te preocupes! Vais regressar em breve! Os humanos não podem aqui ficar muito tempo."

      "Então vou assistir alegremente a este casamento de ratos," sorriu a menina.

      E assim seguiu o rato falante, que lhe contou tudo. Pouco depois chegaram a uma rua, parecida com Edo, mas sem uma única pessoa. Mas sim vastas populações de ratos lotavam as ruas sem quaisquer pessoas. Todos olhavam para um palanquim que estava nas próximidades adornado com várias joias.

      Os ratos olharam para a Ōi com uma surpresa impossível de esconder, o que fez com que a menina se sentisse um pouco desconfortável. Contudo, os pequenos animais não mostravam quaisquer sinais de agressividade. Apenas sussurravam:

      "Uma pessoa, uma pessoa! Está aqui uma pessoa!"

      "Sim, é uma menina!"

      "É um sinal auspicioso, não é?"

      Mas em pouco tempo, a atenção dos ratos focou-se na noiva que emergia do buraco dos ratos. Involuntariamente a Ōi abriu os seus olhos maravilhados. Ela não esperava ver um vestido de noiva tão pequenino, mas ao mesmo tempo tão detalhado e elegante! Numa palavra apenas, a noiva Ochyu era deveras lindíssima, parecia-se com um desenho animado de um conto de fadas.

      "Eu quero desenhar isto," foi o primeiro pensamento de Ōi. "Quando chegar a casa vou certamente desenhar isto! Eu não sei desenhar tão belas imagens quanto o meu pai, mas vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para enaltecer parte desta beleza!"

      A noiva caminhava para o palanquim onde se sentou, enquanto isso, a menina observava-a admirada. Depois disso os ratos carregaram o palanquim para a casa do noivo.

      Os ratos começaram a sussurrar novamente:

      "Quando as raposas se casam, no céu ou está um calor abrasador ou chove! Mas quando os ratos se casam está bom tempo!"

      "É verdade o tempo está ótimo!"

      Talvez a Ōi teria tomado mais atenção às conversas dos ratos não fosse o facto dos ratos à sua volta começarem a desaparecer tão subitamente quanto o seu surgimento. E mesmo ela própria se apercebeu de que num piscar de olhos ela já não estava no casamento dos ratos, mas sim na mesma falha onde tinha entrado pra se esconder. Estava de tal forma perplexa que nem se mexia isto até ouvir Shotaro a gritar de alegria:

      Encontrei-te Ōi! Onde estavas? Estavas a esconder-te noutro sítio? Já tinha aqui vindo à tua procura antes!"

      "Eu estive num casamento de ratos," disse a Ōi orgulhosa.

      O Shotaro pensou que ela estava a brincar e apenas abriu os olhos mostrando o seu espanto.

      "Mas afinal o que é um casamento de ratos? Estiveste num sítio com muitos ratos? Oh, já percebi! Escondeste-te no celeiro dos nossos vizinhos eles estão sempre a queixar-se dos ratos! Mas como é que lá entraste? Afinal de contas o celeiro está fechado... Onde estiveste? A Satsuki e eu já andámos á tua procura!"

      "E por acaso desapareci por muito tempo?"

      "Não muito."

      "Quem é a contar agora?"

      "Provavelmente é a Satsuki encontreia primeiro."

      Entretanto apareceu a Satsuki.

      "Ōi! Onde estiveste? O Shotaro e eu andámos á tua procura!" exclamou ela.

      "Eu estive no casamento dos ratos!" respondeu novamente.

      "O quê?" abrindo os olhos de espanto.

      Ōi riu-se. Ela já se tinha apercebido que os seus amigos nunca iriam acreditar em si. Então ela disse:

      "Quem é que vai contar agora? És tu Satsuki? Então começa a contar que eu e o Shotaro vamos nos esconder!"

      Satsuki suspirou tristemente, fechou os olhos e começou a contar. Entretanto a Ōi e o Shotaro foram a correr esconder-se. Mas a filha do artista pensou para si própria que iria certamente desenhar o casamento dos ratos.

      E ao anoitecer quando chegou a casa decidiu dar vida á sua ideia. Era mais do que óbvio o que é que a criança estava a pintar. Estava a esforçar-se de tal forma, que Hokusai a elogiou e disse-lhe:

      "Ōi um dia serás uma artista fantástica! Podes ajudar-me?"

      "Com todo o gosto!" disse ela

      Nem ela nem o seu pai sabiam o quão proféticas seriam estas palavras...

       Capítulo 2 . Encontro com o Dragão

       No vigésimo segundo ano do reinado do Imperador Kōkaku. 11

      Passaram-se três anos desde o dia do casamento dos ratos. A Ōi é agora uma menina de dez anos de idade. Neste período muitas coisas mudaram. Pouco depois do casamento dos ratos o Shotaro ficou doente. Pensa-se

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