Guerreiro Dos Sonhos. Brenda Trim
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— Maldito Rhys. — O sorriso dela se alargou quando ele puxou o celular do bolso da frente da calça preta. Não era um toque assim que ela teria imaginado para um cara grande e durão.
— Você deve ter uma queda por gatos — sorriu Elsie.
Zander e o detetive Reyes riram alegremente, fazendo com que o detetive Trovatelli erguesse os olhos do telefone. Ele balançou a cabeça, tristemente.
— Um colega meu gosta de mexer conosco alterando nossos toques. Ele é um pouco chato, mas eu tenho uma quedinha por gatos.
Apenas mostra que você não pode julgar um livro pela capa. Seu sorriso de Gato Risonho continha uma piada particular, e ela se perguntou se algum dia saberia qual era. Elsie balançou a cabeça. Por enquanto, confiaria neles. Afinal, era habilidosa com uma lâmina e podia se proteger.
— Quais são os próximos passos, detetives? — exigiu Cailyn. Elsie apreciou a interrupção da irmã. Sem dúvida, Cailyn queria ter certeza de que eles tinham um plano e não estavam mentindo na cara de Elsie.
— Primeiro, pode me chamar de Orlando, e esse cabeça oca é Santiago. — Orlando apontou para o parceiro. — E segundo, temos perguntas para Elsie, mas depois. Vamos comer, então poderemos conversar sobre o caso.
Cailyn concordou, balançando a cabeça afirmativamente. Elsie não fazia ideia do que pensar sobre aqueles caras. Não apenas estava inexplicavelmente atraída por um deles, como também sentia um parentesco inato com todos, e isso era perturbador. Olhando para a irmã, não conseguiu determinar ela sentia algo semelhante. Ela sempre se espelhou na irmã mais velha e poderia usar sua orientação agora. Elsie não fazia o tipo de acreditar no destino nem em algo instantâneo, mas suas crenças haviam sido desafiadas por sua camaradagem fácil com aqueles homens poderosos.
Capítulo Quatro
Elsie jogou sua comida não consumida no lixo. Fazia mais meses do que gostaria de admitir desde a última vez que havia feito uma refeição completa, e, naquela noite, não havia sido diferente. A ansiedade da conversa iminente a estava matando. Teria que ser cuidadosa. Aqueles homens poderiam parecer invencíveis, mas não faziam ideia dos monstros que andavam por aí. Não teriam chance contra os vampiros que mataram Dalton e atacaram os inocentes.
— Sobre o que querem conversar? — perguntou ela.
— Sabemos que tem sido difícil para você e realmente lamentamos sua perda — disse Orlando, enquanto seus olhos verde-esmeralda sustentavam o olhar dela, de alguma forma a paralisando.
A sinceridade na voz dele lhe disse que aquele homem conhecia dores angustiantes. Isso a confortou da maneira de que precisava, e a tensão em seu corpo diminuiu.
— Estamos seguindo as pistas que envolvem as crianças do orfanato. O que pode nos contar sobre elas? — perguntou Santiago.
Com essas palavras, ela sentiu muito mais compaixão e carinho por aqueles homens do que por qualquer pessoa anteriormente envolvida no caso. Era a preocupação sincera de um amigo, o que fez a situação ter um significado ainda maior. Eles haviam sido sinceros quando disseram sobre serem amigos agora.
Ela teria que escolher as palavras com cuidado. Havia tanta coisa que não foi capaz de compartilhar com eles. Eles a achariam louca se lhes contasse sobre a existência de vampiros. Encontrá-los e eliminá-los teria que ficar entre ela e outros membros dos SOVA.
— Não posso dizer muito, exceto que todos estavam com problemas, mas investigá-los é uma perda de tempo. Obviamente, quero que o responsável pela morte de Dalton pague pelo que fez. Só isso. Não acredito que haja algo que vocês possam fazer — disse ela com honestidade.
— Faremos tudo o que pudermos para ajudá-la, mas entenda que, depois de tanto tempo, as pistas foram perdidas e isso se torna muito mais desafiador. Agora, isso não significa que não colocaremos todos os nossos esforços para descobrir quem o matou. Posso lhe prometer que não deixaremos pedra sobre pedra — assegurou Santiago enquanto se aproximava para se agachar perto da sua cadeira. Ele estendeu a mão e apertou o ombro dela. Seu sorriso era sincero e reconfortante.
— Claro, você já está dando desculpas. Nenhuma surpresa aqui. E eu pensei que vocês seriam diferentes — respondeu ela, cruzando os braços sobre o peito.
Havia sido tola por pensar que a abordagem deles seria diferente. Na realidade, não havia nada que eles pudessem fazer para encontrar o vampiro responsável ou lidar com isso.
— Ei, espere — repreendeu Orlando. — Não estamos dando desculpas. Vamos encontrar as respostas…
Zander interrompeu Orlando.
— Elsie — apaziguou ele. O nome dela, saindo dos lábios dele, era uma carícia sensual com sotaque escocês. — Dou-lhe a minha palavra de que usarei todos os recursos à minha disposição, que são muitos. Encontraremos o culpado. Seu marido será vingado. — Ela estremeceu com a sinceridade na voz dele, e era impossível não acreditar no que ele disse.
Sua irmã entrou na conversa.
— El, não seja tão dura com eles. Escute-os antes de tirar conclusões precipitadas — insistiu Cailyn, enquanto fazia o papel de anfitriã para os homens ocupando espaço em sua casa. Ela amava a irmã e estava grata por Cailyn cuidar dela como era seu costume.
— Você está certa, Cai. Esta é sua chance, detetives, não a desperdicem. Vocês não vão conseguir outra — informou Elsie. Não estava muito animada, sabia o resultado, mas queria vê-los tentar. Algo que estava faltando até agora.
Zander se sentou em frente a ela, observando-a atentamente. A presença dele era tão enervante que ela se levantou e serviu uma taça de vinho. Ela tanto odiava quanto saboreava o efeito que ele exercia sobre ela. Elsie não queria desejá-lo, mas o desejo estava lá mesmo assim. Talvez porque ela nunca tivesse sido o foco da atenção de alguém tão completamente.
— Obrigado por não nos pressionar — provocou Orlando. — Começaremos com perguntas que já foram feitas a você, na esperança de que ouvidos diferentes possam colher novas informações. Os registros telefônicos revelaram que Dalton ligou para você pouco antes de morrer. O que ele disse?
Foi mais fácil conter as lágrimas ao se concentrar no cobertor laranja pendurado na parede, enquanto revisitava aquela noite.
— Não falei com ele. Ele me deixou uma breve mensagem de correio de voz dizendo… — ela engoliu a emoção que a sufocava — …que não tinha muito tempo e que me amava.
— Há algo mais de que você possa se lembrar sobre a mensagem? — acrescentou Santiago.
— Só que ele estava cansado e parecia sem fôlego. Sua voz estava triste… ele estava se despedindo de mim. Sei disso agora — murmurou Elsie enquanto sufocava as lágrimas. Falar sobre aquele assunto ainda a derrubava. Sempre derrubaria. Aquele vampiro roubou sua vida.
Orlando estendeu a mão e agarrou a dela, apertando-a para consolá-la. Chocada, ela o olhou. Percebeu compreensão e aceitação no olhar dele.
— Alguém tinha um motivo para querê-lo morto?