Poder e sedução. Michelle Smart
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Poder e sedução - Michelle Smart страница 8
– Sempre foste tão egocêntrico?
– Tive de exercitar durante anos, mas, finalmente, consegui. Além disso, ainda não negaste que te atraio.
– Não me atrais.
– Duas mentiras em dois minutos? Isso não está bem para uma mulher que vai ser a minha esposa.
– Não aceitei…
– Ainda, mas vais aceitar. Ambos sabemos.
– Quero deixar uma coisa clara, se aceitar casar-me contigo, não terei relações sexuais contigo.
– Eu também vou deixar uma coisa clara, quando nos casarmos, dormiremos na mesma cama. Se temos relações sexuais nessa cama ou não, depende de ti.
– Não vais impor os teus direitos conjugais?
– Não tenho de os impor. Podes negá-lo à vontade, mas há atração entre nós e aumentará quando estivermos na mesma cama.
– Vais tentar obrigar-me?
– Nunca. Não posso prometer que não tente seduzir-te, és uma mulher muito sensual e teria de ser um santo para não tentar, mas respeito a palavra «não». Assim que a disseres, viro-me e durmo.
Esteve prestes a perguntar se tencionava ter uma amante. O razoável era que, se não ia ter relações sexuais com ele, as tivesse com outra mulher.
No entanto, isso era um assunto diferente e a intuição dizia-lhe que era melhor deixá-lo como estava. Passara seis anos sem ir para a cama com alguém e não sentira a falta. Sentira a falta dos abraços, mas não do sexo, algo que, no fundo, sempre a defraudara. Não entendia como as pessoas lhe davam tanta importância, mas davam, e não esperava que Daniele se contivesse.
– Se aceitar, quererei continuar a trabalhar.
– Não precisarás de trabalhar.
– Vais deixar de trabalhar? Não precisas de trabalhar. Podias reformar-te neste momento e não te faltaria nada durante o resto da tua vida.
– Queres trabalhar? – perguntou ele.
– Adoro o meu trabalho.
– Já não poderás trabalhar no acampamento.
Ela ficou atónita. Adorava trabalhar no acampamento. Poderia dizer-se que o seu trabalho era administrativo, mas era útil. Aprendera coisas que não teria aprendido em nenhum outro lugar e, à sua maneira, fora crucial para muitas pessoas que tinham perdido tudo.
– Não posso deixá-lo – sussurrou ela.
– Porquê? A organização perderá uma empregada, mas ganhará três milhões de dólares por ano e o salário que vais perder será compensado com a pensão que vou dar-te.
– Não se trata do dinheiro.
– De que se trata?
Eva respirou fundo. Como podia explicar-lhe que o trabalho no acampamento lhe dera um sentido? Encontrara esperança no meio de tantas privações e exatamente quando achara que não restava esperança. Além disso, mesmo que encontrasse as palavras, Daniele não se importaria. Para ele, o dinheiro era o mais importante.
Isso fez com que tomasse uma decisão.
– Cinco milhões por ano. Essa é a quantia que terás de pagar à minha organização se quiseres que me case contigo. Além disso, quero-o por escrito, num documento legal.
– Fará parte do nosso contrato pré-nupcial – replicou ele.
– O meu advogado vai aprová-lo.
– Claro.
– Preciso de avisar com um mês de antecedência…
– Não – interrompeu ele. – É demasiado tempo. Temos de organizar muitas coisas e não podem esperar. Quero que nos casemos em Itália o mais depressa possível. Comunicarás aos teus chefes que vais despedir-te imediatamente ou fico com a mala e procuro outra esposa.
Viu a expressão de indignação dela depois do aviso.
– Vou fazer com que alguém apto ocupe o teu lugar até conseguirem encontrar um substituto permanente – acrescentou ele.
– E se não encontrares alguém?
– Encontrarei. Contudo, amanhã, assim que entregar o dinheiro, ficaremos noivos. Não poderás mudar de ideias.
– Não o farei, desde que o meu advogado aceite que o contrato pré-nupcial é inquebrável.
– Então, combinado? Vais casar-te comigo? Vais deixar o trabalho e acompanhar-me a Itália amanhã?
– Tenho de passar por minha casa antes de ir para Itália.
– Qual é a desculpa para isso?
– Tu és italiano, mas vão considerar-me uma forasteira. Trabalhei no ministério de Assuntos Exteriores e sei do que estou a falar. Tenho de passar por minha casa em Haia para ir buscar os documentos que as autoridades do teu país me pedirão.
– Mandarei alguém buscá-los.
– Não vou deixar que um desconhecido rebusque entre as minhas coisas.
– Muito bem, levo-te aos Países Baixos, mas mais nada, não vou permitir mais atrasos. Isto significa que estamos de acordo? Digo aos meus advogados para redigirem o contrato pré-nupcial?
Eva pigarreou e tentou não fazer caso a todas as objeções que lhe ecoavam na cabeça. O que importava que estivesse a aceitar um casamento frio e sem sentimentos quando passara seis anos numa vida fria e sem sentimentos? Casar-se com Daniele significava que a Blue Train Agency beneficiaria generosamente do seu dinheiro, algo muito mais vantajoso do que tê-la como empregada. Como Daniele dissera, casar-se com ele significava que todos saíam a ganhar.
No entanto, uma voz repetia-lhe na cabeça que, para haver um vencedor, também tinha de haver um perdedor.
Como podia ser a perdedora? Não ia dar o coração a Daniele, só a sua presença física. Não fez caso dessa voz e observou-o.
– Sim, estamos de acordo.
– Vais casar-te comigo?
Eva apagou a imagem de Johann que aparecera na sua mente e assentiu.
– Diz! – ordenou Daniele.
– Sim, vou casar-me contigo.
– Então, proponho que bebamos alguma coisa para afogar as mágoas.
Daniele olhou para o relógio e suspirou. O dinheiro estava nas mãos dos chefes atónitos da Blue Train Agency, tinham aceitado a substituta provisória