Poder e sedução. Michelle Smart

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Poder e sedução - Michelle Smart MINISERIE SABRINA

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ombro. Para ele!

      Nunca ninguém olhara assim para ele. Sentira-se mal e descartara-a sem pensar duas vezes. Conseguia aguentar a rejeição, mas o desprezo…

      Parecera-se muito com a expressão do pai quando algum meio de comunicação social falava das suas aventuras com o sexo contrário. Os pais tinham querido que se casasse. Pietro encontrara uma mulher com quem assentar, embora tivesse demorado seis anos a casar-se com ela, e isso significara que era a vez dele.

      A sua vida era diversão sem dar explicações a ninguém. Se quisesse passar o fim de semana em Las Vegas, só tinha de entrar no seu avião privado e ir buscar alguns amigos pelo caminho. O seu irmão perfeito sempre se comportara lindamente e fora como um exemplo a seguir para ele. Tinham-no dado como exemplo quando ainda usava fraldas.

      Embora tivesse sido o último a rir-se. Fizera uma fortuna maior do que a pessoal de Pietro e a que herdaria juntas.

      Até ser o último a rir-se deixar de ser divertido.

      Pietro morrera num acidente de helicóptero e o homem que amara e desdenhara em igual medida, o irmão e rival, desaparecera. Estava morto.

      – Levo o meu trabalho a sério, senhor Pellegrini. Não estou aqui para me divertir – dissera Eva, como se fosse repugnante. – A sua sedução foi inadequada e a sua oferta de ir para a suíte, muito mais.

      Naturalmente, a irmã diria que era um masoquista por escolher uma mulher que o desprezava. Francesca não entenderia como era estimulante estar com uma mulher tão desafiante como Eva.

      O único perigo que Eva tinha era para a sua vaidade e até ele conseguia reconhecer que alguns desafios eram bons para a sua vaidade. Desprezava os homens suscetíveis e, se pensasse na sua reação quando Eva o rejeitara, poderia dizer-se que fora tão suscetível como o pior deles.

      – Pareceu-me que um jantar íntimo para dois num restaurante com estrelas Michelin era o lugar mais indicado para seduzir uma mulher bonita.

      Ela corou ligeiramente.

      – Vou-me embora se voltar a seduzir-me.

      – Sem ouvir o que tenho para te dizer…?

      – Isso depende de ti. Não será um inconveniente se não conseguires dominar a tua tendência natural de seduzir e não fores direto à questão.

      – Então, vou direto à questão. Preciso de uma esposa e quero que faças esse papel.

      – Isso não tem graça. O que queres realmente?

      – O que quero realmente é entrar no meu avião e sair daqui, mas preciso de uma esposa e tu, querida, és a mulher perfeita para esse emprego.

      Fez-se um silêncio de espanto tenso antes de ela se levantar.

      – És desprezível, sabias? Não quero saber dos teus joguinhos retorcidos e, para que saibas, não sou a tua querida.

      Eva agarrou na mala de lona e virou-se para sair do terraço e afastar-se daquele homem arrogante. Não dera dois passos quando ouviu que Daniele falava.

      – Antes de te ires embora, quero que vejas uma coisa.

      – Não tens nada que queira ver.

      – Nem sequer um milhão de dólares em dinheiro?

      Eva olhou para trás. Na mesa, ao lado da sua tigela de sopa, havia uma mala aberta. Pestanejou. Como se mexera tão depressa?

      A mala estava repleta de maços de notas. Olhou para ele nos olhos.

      – Chamei a tua atenção?

      Abandonara todo o bom humor, que lhe parecera uma fachada.

      Eva assentiu. Tinha a sua atenção, mas, em certo sentido, achava que estava a sonhar. Uma mala cheia de dinheiro só existia num sonho ou em filmes, não na vida real.

      Daniele Pellegrini também não existia na vida real. Era um multimilionário de uma família nobre e ancestral. A sua vida era tão irreal como se tivesse chegado da lua.

      – Se aceitares casar-te comigo, este dinheiro, um milhão de dólares, irá para as mãos da Blue Train Agency amanhã de manhã e é apenas o princípio.

      – O princípio…? – perguntou ela, em voz baixa, olhando para aquele dinheiro maravilhoso.

      – Se te sentares outra vez, explico-te.

      Eva voltou a sentar-se sem parar de olhar para Daniele.

      Ele acabou o copo de uísque, serviu outros três dedos e passou-o a Eva. Bebeu-o de um gole sem hesitar e sem se importar que os lábios dele tivessem estado no mesmo sítio há apenas um instante.

      – Se aceitares casar-te comigo, este dinheiro irá diretamente para a tua organização humanitária. No dia do nosso casamento, farei uma transferência de outros dois milhões para a conta deles e doarei três milhões por cada ano de casamento. Vou dar-te uma pensão de um quarto de milhão de dólares por mês para que faças o que quiseres, também vou dar-te um cartão de crédito ilimitado para que viajes ou te vistas enquanto estivermos casados.

      A cabeça dava voltas. Estava numa espécie de redemoinho que distorcia a realidade?

      – Posso beber um pouco mais de uísque? – sussurrou.

      Ele bebeu um gole e deu-lhe o copo.

      – Queres pagar-me para ser a tua esposa?

      – Sim.

      – Porque haverias de querer casar-te comigo?

      – Não quero, mas preciso de uma esposa.

      – Já o disseste, mas porque haverias de me escolher quando há centenas de mulheres que o fariam sem teres de as subornar? Porque haverias de te casar com alguém que nem sequer gosta de ti?

      – Esse é, precisamente, o motivo por que quero que aceites esse papel.

      – Perdi-me.

      – Não quero casar-me com alguém que vá apaixonar-se por mim.

      Capítulo 3

      Estava louco, tinha de estar. Nenhuma pessoa no seu juízo perfeito proporia uma coisa dessas.

      Então, observou-o e pensou que sabia muito bem o que estava a fazer. A sua expressão, em vez de a tranquilizar, aterrou-a e não era uma mulher que se assustasse facilmente. Aprendera a disfarçar e disfarçou nesse momento.

      – Isso é inimaginável – replicou.

      Ele encolheu os ombros, pegou no copo e serviu uma dose generosa.

      – Perfeito. Não quero uma esposa que tenha ilusões românticas. Não vou casar-me por amor, vou casar-me para herdar o património da família. O meu irmão morreu sem filhos. Sou o filho que resta, mas só posso herdar se estiver casado.

      –

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