A noiva substituta. Jane Porter
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Читать онлайн книгу A noiva substituta - Jane Porter страница 4
Kassiani passeava pelo quarto luxuoso da vila em que se vestira para a cerimónia, tentando acalmar-se. Tinha a impressão de que tudo aquilo podia desmoronar-se de um momento para o outro. A cerimónia não serviria de nada a menos que o casamento fosse consumado e não conseguia imaginar Damen interessado em ir para a cama com ela. Francamente, também não queria fazê-lo e sentiu um calafrio ao recordar a sua frieza quando lhe dissera que não era dos que esqueciam e perdoavam.
Kass não duvidava.
E era por isso que estava no quarto, escondida e acovardada. Naquela manhã, encontrara coragem para ir para a capela e ocupar o lugar de Elexis, mas essa coragem desaparecera.
Por sorte, a cerimónia fora discreta, só com alguns amigos e familiares, mas o copo-d’água seria fabuloso, com centenas de convidados que tinham ido de todas as partes do mundo para serem testemunhas do casamento de Elexis Dukas e Damen Alexopoulos.
Kassiani parou de passear e dobrou-se sobre si própria, prestes a vomitar. Os convidados rir-se-iam ao vê-la. Uma coisa era fazer-se passar por Elexis numa capela escura, escondida sob camadas de renda e, outra muito diferente, fazê-lo à frente daqueles que conheciam a irmã.
Convencera-se de que conseguia fazê-lo, mas só pensara na cerimónia. Não pensara em aparecer em público como a esposa de Damen Alexopoulos.
A sua esposa.
Perdeu a força nas pernas e teve de se deixar cair na cama.
O que fizera?
Estava a limpar as lágrimas quando a porta se abriu e Damen entrou no quarto. Nem sequer se incomodara em bater à porta.
Esperou que ele dissesse alguma coisa, mas não disse nada. Olhava para ela em silêncio e esse silêncio era insuportável. Os segundos pareciam minutos, horas.
– Por favor, diz alguma coisa – murmurou finalmente.
– Os convidados estão à espera.
Kass imaginou o terraço cheio de mesas com toalhas brancas, copos do cristal mais fino e candelabros brilhantes…
Não, aquele não era o seu lugar. Não era o seu casamento, não eram os seus convidados.
– Não posso descer.
– Devo trazer os convidados para cá?
– Não, por favor.
– Queres que te leve ao colo?
– Não!
Kass nem sequer conseguia olhar para ele. O que lhe parecera um gesto de valentia naquela manhã, agora, parecia-lhe a pior ideia da sua vida.
– É um pouco tarde para voltar atrás.
– Estou de acordo – murmurou ela.
Damen deixou escapar um suspiro de irritação.
– Se esperas compaixão…
– Não espero nada.
– Melhor, porque isto é tudo culpa tua.
Kass ia dizer alguma coisa, mas fechou a boca e cerrou os dentes. Porque tinha razão. Como ia discutir?
– Não podes ficar aqui o dia todo.
Kass brincou com uma pérola bordada da saia do vestido.
– Não gosto de festas.
– Mesmo que seja o teu próprio casamento?
– Como ambos sabemos, não devia ser o meu casamento.
– E esse é o problema.
Kass levantou o olhar, mas ele deixava-a tão nervosa… Não se parecia com o pai ou com o irmão. Não se parecia com ninguém.
– O que pensavas que ia acontecer? – perguntou Damen, em voz baixa.
Kass odiava sentir-se tão patética, odiava sentir-se como um fracasso. Não se casara com ele para ser um fracasso.
– Não pensei no copo-d’água nem nos convidados – confessou, finalmente. – A verdade é que nem sequer me ocorreu. Só pensei na cerimónia e depois… – Kass respirou fundo e levantou a cabeça para olhar para ele nos olhos. – Pensei em tudo o resto.
– E o que é tudo o resto?
– Bom… ser a esposa adequada – respondeu Kass. – Sou grega e sei o que os homens gregos esperam.
– Foi isso que o teu pai te disse?
– Sim.
Algo no olhar especulativo de Damen fazia com que o seu coração acelerasse e não sabia como controlar sentimentos tão novos e tão estranhos para ela.
– E o que é que os homens gregos esperam?
Kass engoliu em seco, tentando não trair o seu nervosismo.
– Devo cuidar de ti, cuidar da casa… ou das casas. E devo dar-te filhos. Entendo e aceito essas responsabilidades.
– Pelo menos, uma das filhas do Dukas é responsável.
– A Elexis e eu somos diferentes.
– Gosta de festas.
– Teria gostado do copo-d’água, sim.
– E dos fotógrafos.
– A máquina fotográfica adora-a.
– Como é que o teu pai te convenceu a ocupar o lugar da tua irmã?
Kass franziu o sobrolho.
– Desculpa?
– Ameaçou-te ou trata-se de uma chantagem? Como conseguiu fazer com que fosses à capela e fizesses parte desta farsa?
– Não é uma farsa, casei-me contigo – contradisse ela, fazendo uma pausa. – Por vontade própria.
– Portanto, voluntariaste-te?
– Não, isso não, mas, quando o meu pai me explicou a situação, percebi que a minha família estava em dívida contigo. Não queria que os Dukas te humilhassem publicamente, portanto, aceitei ocupar o lugar da Elexis para que a fusão do negócio e das famílias acontecesse.
– Devo sentir-me agradecido por me terem forçado a casar-me com uma virgem?
Kass fez uma careta.
– Não estou a forçar-te a nada. Podemos anular o casamento hoje mesmo, se quiseres. Ou amanhã. Quando achares melhor – replicou, erguendo o queixo. – Desde que não consumemos o casamento, és livre para o anular a qualquer