Os meus três amores - Tal como sou. Rebecca Winters
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Os meus três amores - Tal como sou - Rebecca Winters страница 3
Rachel tremeu ao perceber que havia toalhas e roupa suja por todos os lados. Metade do seu estojo de primeiros-socorros estava no lavatório. E também havia… um garfo?
Tentou ignorar o caos e a vergonha que estava a passar e dobrou-se para abrir a torneira da banheira. Quando a água começou a sair quente, ajoelhou-se sobre uma toalha que deixara ao lado da banheira da última vez que dera banho às crianças. Depois, pôs Jolie na água.
– Vigie os bebés – pediu a Sullivan, levantando-se. – Vou procurar toalhas limpas.
– Isso seria bom – respondeu ele, sem se incomodar em esconder o seu desdém.
Surpreendida, Rachel virou-se para o enfrentar, mas ele estava concentrado nas crianças. Hesitou durante alguns segundos; não sabia se devia tranquilizar-se ou desafiá-lo.
Por um lado, tinha de admitir que a casa estava muito desarrumada e, por outro, só estava há seis dias com as crianças. Como é que aquele tipo se atrevia a julgá-la?
Teria gostado de ver se ele era capaz de o fazer melhor.
Não, virou-se e foi buscar as toalhas. Era melhor não o desafiar, porque então levaria os gémeos e ela precisava de cuidar deles, estar lá para eles, já que não estivera lá para a sua irmã.
Se Sullivan pensava que ia deixar que os levasse tão facilmente, estava errado.
– Como conheceu Crystal? – perguntou Rachel, quando voltou para a casa de banho.
Ajoelhou-se ao seu lado, deixando bastante espaço no meio. Olhou para ele e tentou fingir que não via que as crianças lhe tinham molhado a t-shirt, que se colava ao seu peito impressionante.
– Ei! – gritou Cody, contente, e salpicou água com as duas mãos, molhando todos. Jolie afastou-se, caindo para um lado. Rachel tentou segurá-la, mas Sullivan chegou primeiro com as suas mãos grandes e competentes.
Segurou-a com tanto cuidado que a fez rir-se. Parecia muito calmo, apesar de, evidentemente, a situação o frustrar.
– Não conhecia Crystal – respondeu ele finalmente, enquanto coçava a barriga de Jolie. – Pelo menos, não a conhecia bem. Tony Valenti era o meu amigo. Trabalhávamos juntos.
– O pai dos gémeos?
– Sim.
– Também era militar?
– Sim – fez uma breve pausa. – Salvou-me a vida.
– Estou a ver – sim. E a coisa não tinha bom aspecto. Sullivan era um homem honrado e sentia-se obrigado a cuidar dos gémeos porque o devia ao seu amigo.
Uma hora mais tarde, os bebés já tinha tomado banho, já estavam vestidos e já tinham jantado. Rachel deixou Jolie no parque e deu-lhe alguns blocos de plástico. Tinha de admitir que mais duas mãos tinham feito com que as coisas fossem muito mais fáceis. E mais rápidas. Ela teria demorado quase o dobro do tempo a fazer tudo.
Virou-se para o sofá, onde Sullivan estava sentado, com Cody. O menino olhou para ele e sorriu, mostrando dois dentes. O homem passou-lhe um dedo pela face e pô-lo de joelhos.
Cody agarrou-lhe numa madeixa de cabelo.
Sullivan soltou-se com cuidado.
Dar-se-iam bem muito depressa.
Rachel cruzou os braços, não queria admitir que a imagem lhe parecia enternecedora. Dirigiu-se para o lado oposto do sofá e começou a dobrar a roupa limpa que havia no canto.
– Quais são os seus planos com os gémeos? – perguntou.
Ele arqueou uma sobrancelha, surpreendido por ela ser tão directa.
– Planeei cumprir com o que o meu amigo me pediu e levá-los para San Diego para que cresçam lá.
Rachel sentiu um aperto no coração ao ver os seus piores receios confirmados.
– Está bem. E eu?
– Muito simples. Espero que renuncie à custódia.
– Simples? – Rachel quase se engasgou ao repetir a palavra. – Como pode dizer que é simples com esse bebé ao colo?
Ele franziu o sobrolho e mudou o bebé de posição. Cody deitou a cabeça para trás e olhou para a cara deles. Os dois voltaram a comunicar-se em silêncio.
Depois, Sullivan olhou para Rachel.
– Entendo que não seja fácil para si. Mas é o melhor.
– Não entende nada. Falhei uma vez à minha irmã. Não voltarei a falhar. Quando morreu, o seu último desejo foi que eu criasse estas crianças. E é o que vou fazer.
Ele continuou a olhar para ela e, depois, inclinou a cabeça.
– A sua irmã nunca quis que os criasse.
Rachel deitou a cabeça para trás e, depois, para a frente, como se lhe tivessem dado um murro no queixo. Se Sullivan lhe tivesse batido, não a teria magoado mais.
Rachel sentiu uma culpa que tinha origem no passado, mas obrigou-se a afastá-la da sua mente. Crystal e ela tinham deixado o passado para trás quando os seus pais tinham falecido, há três anos, e Crystal fora viver com Rachel. Quando Crystal fora estudar para a Universidade de San Diego, tinham continuado em contacto por telefone e correio electrónico.
Rachel era a única família que Crystal tinha. Apesar do cansaço da semana anterior, Rachel sempre acreditara que a sua irmã queria que ela tratasse de Jolie e Cody.
Esfregou os braços, como se tivesse frio, mas quando percebeu que Sullivan a observava, cerrou os punhos e pô-los ao lado do corpo.
– Como pode dizer algo tão horrível? – perguntou.
– Eu só sei o que Tony me contou. Crystal não queria que ele nomeasse um tutor sem a consultar, foi por isso que a nomeou.
– O que demonstra que queria que eu criasse os seus filhos – replicou ela, ficando mais tranquila.
– Não. Não se ofenda, mas Tony não queria que alguém que fugisse da vida e das responsabilidades e que não fosse capaz de manter uma relação cuidasse dos seus filhos.
Rachel quis desmentir aquilo. Não podia acreditar que aquilo estivesse a acontecer. Mas era real. Ele estava ali, na sala dela, e não ia fazê-lo mudar de opinião.
– Não acredito. E se é uma brincadeira, parece-me de muito mau gosto.
– Não é nenhuma brincadeira – ele hesitou. Era evidente que tinha informação que não queria partilhar com ela. – Isso seria cruel. Ouça, eu pertenço a uma família muito numerosa e unida e Tony fazia parte dela. Ele queria que os gémeos também tivessem esses laços de união.
Sullivan