Magia, Caos & Assassinato. January Bain
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— E você é? — Nem uma sugestão de um sorriso naquele rosto sério. Aposto que ele tinha todos os criminosos prontos para se renderem. Um olhar para os ombros musculosos extra-largos e para a mandíbula de granito e eles desistiriam.
— Encanto McCall. Minhas irmãs e eu administramos o café Chá e Tarô na Rua Principal.
— Bem, Encanto McCall, acho que é melhor sairmos daqui. Lá vem o urso. — Ele apontou para uma forma grande que avançava, apenas visível nos cantos dos meus olhos.
— Oh, droga! — Ativei o modo de sobrevivência. Corra. Nunca se finja de morto para um urso-negro — eles vão achar que você decidiu se tornar um lanche de alta proteína. Dei um salto para dentro do jipe em tempo recorde. Uma explosão de atividade do meu lado direito provou que o homem da lei teve um pensamento rápido parecido. Liguei o motor, engatando a marcha do veículo.
— Se segure!
Nós viajamos em alta velocidade durante alguns minutos insanos antes de chegarmos na estrada principal de volta para a cidade. Aliviei meu pé no acelerador e olhei para o meu passageiro. Ele parecia um pouco pálido.
— Você está bem?
— Sim, claro. — Ele soltou os dedos do painel e endireitou o chapéu que havia caído para frente. — Você sempre dirige assim?
— Não. Somente quando um urso quer um pedaço da minha bunda. — Olhei para ele e o peguei me checando. Ele parecia ter vinte e poucos anos. Sim. Perfeito.
— Você deveria vir para o café. Tome um pouco de café e uma sobremesa por conta da casa. Eu te devo — pela resposta rude à sua tentativa de me ajudar.
— Desculpe, hoje não. Talvez outra hora.
Decepcionada, fiz a curva para a Rua Principal. Com o cheiro do spray de pimenta se dissipando, eu podia detectar uma fragrância diferente por baixo. Um cheiro amadeirado fresco. Bom. Cheirar bem sempre é algo bom.
— Onde posso deixar você?
— No destacamento. Vou voltar para buscar minha caminhonete mais tarde. De qualquer maneira eu preciso entrar.
— Certo. — Fiz a curva no Tesourada com sua tesoura enorme empoleirada no telhado. Tinha até uma história, de quando o estranho artefato tinha caído na calçada durante uma tempestade de gelo anos atrás. Ela havia sido fixada de forma mais segura desde aquilo, graças à deusa. O salão de beleza ficava ao lado do nosso café e era bem movimentado. Parei na primeira entrada de garagem à direita. — Você gosta de música country? — Perguntei quando ele saiu do banco da frente.
— Sim, claro. — Ele me deu um olhar questionador, fechando a porta barulhenta do passageiro. Duas vezes. Ela nunca fechava na primeira tentativa.
— Ótimo. Venha ao Botas e Renda hoje à noite. É a noite dos homens. A primeira bebida é grátis. E minha irmã Estrela vai cantar, o que é algo incrível.
— Você tem mais família na cidade? — Ele descansou a mão na parte de cima da janela aberta do jipe. Ele se curvou para ficar da minha altura, seu belo rosto preenchendo o espaço de uma forma alarmante.
— Sou uma de três trigêmeas. A mais velha por um dia, então estou no comando.
— Eu aposto que você está — ele murmurou.
— Desculpe, eu não ouvi.
— Eu disse que adoraria ir.
— Excelente! Eu te apresentarei à cidade. Este é seu primeiro trabalho?
— Não. Passei três anos em Vancouver após completar meu mestrado em criminologia.
— Sério? Eles mandaram um homem com suas credenciais para cá? Sem ofensa, oficial, mas o Lago Nevado não é um centro de crime. O que você fez?
— Aparentemente, minha atitude notável em ajudar os outros que não viam o quadro completo durante a aplicação da lei não era o bônus que eu esperava que fosse.
— Não é a primeira vez que alguém foi rebaixado por saber demais. Detecto um pouco de sotaque do sul na sua voz?
— Culpado da acusação. Passei minha infância em Lexington, Kentucky, antes que meus pais, eu e meus dois irmãos nos mudássemos para o Canadá. Meu pai é um professor universitário e minha mãe é uma cientista especializada em virologia.
— Impressionante. Bem, amanhã é o Festival da Vizinhança, o que significa que você pode se vingar de mim pelo spray de pimenta. Vou ficar no tombo molhado.
— Sério? — Um sorriso genuíno apareceu. — Que horas?
— Ah, das uma às duas.
Ele parecia inteiramente presunçoso agora.
— Sabe, eu poderia ter levado você de volta ao seu veículo. — Estreitei os olhos, pensando em uma viagem de volta para depositar a doce bunda dele nas proximidades do grande urso-negro.
— Não, obrigado. Eu valorizo meu pescoço.
E com aquela última frase, ele saiu confiante, todo alto e forte para a entrada da frente do destacamento, exatamente como Marshall Raylan Givens do programa de sucesso, Justified que vovó e tia T.J. insistiram em comprar todas as temporadas em DVD. Exibido.
Fiz uma volta abrupta, aproveitando a nuvem de poeira que meus pneus grandes demais jogaram no edifício baixo que abrigava toda a força policial de um dígito da cidade, depois acelerei pela curta distância para casa.
Pegando um balde de bagas em cada mão, bati na porta da frente com a minha bota. Tulipa a abriu. — Há mais dois no jipe — grunhi passando por ela para depositar as frutas em uma mesa para clientes.
Estrela apareceu já vestida para o show da noite no Botas e Renda.
— Você está bonita — eu disse, admirando o vestido de cowgirl branco com franja e as botas de couro vermelhas.
— Você acha! — Ela girou, fazendo a franja dançar.
— Terminou a fornada?
— Ah, sobre isso…
Eu gemi alto. — Não me diga.
Tulipa voltou com os outros baldes de bagas, passando seu olhar entre nós e entendeu o que estava acontecendo.
— Eu vou ficar e terminar os biscoitos.
— Você queimou uma fornada de novo? — Fixei meu olhar em Estrela. — Se você tiver queimado, você vai ficar e terminar. Não Tulipa.
— Eu não tenho tempo. Tenho que ir até o hotel. Jerry ligou e disse que precisa de ajuda com a passagem de som.
— E sua família não precisa?
— Não foi minha culpa. Fiquei ocupada com um cliente