Memórias ocultas - Perseguindo os sonhos. Andrea Laurence
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– Ambos tínhamos os nossos motivos para casar, mesmo que não fossem os melhores.
– A colaboração parece um bom negócio. Por que tens de casar comigo para fechar o negócio?
– Não é bem assim – insistiu Will. – A minha declaração não teve nada a ver com a empresa do teu pai. Isso só aconteceu depois. Foi só um incentivo para aguentar quando começaste a ser... «difícil», usando a mesma palavra que tu. O teu pai prefere trabalhar com família. Quando acabei contigo, fi-lo sabendo que o projeto ficaria em águas de bacalhau assim que ele soubesse.
– E se esta segunda tentativa não funcionar, isso não irá prejudicar a tua empresa?
– Não nos prejudicará. Mas também não ajudará, claro.
– Posso falar com ele. Sou a razão de termos acabado. Não deveria penalizar-te a ti e aos teus empregados por uma coisa que eu fiz.
– É uma oferta muito doce, mas acho que não preciso do teu heroísmo, por enquanto.
Will estendeu o braço sobre a mesa para pegar na sua mão. Ela sentiu o calor a envolvê-la e a subir pelo seu braço como um choque elétrico. Teria gostado de afastar os olhos e perder-se só nas sensações, mas o seu olhar tinha-a hipnotizado.
– O que te leva a pensar que esta segunda tentativa não vai funcionar? – perguntou ele. O seu sorriso quase a convenceu de que podia mesmo funcionar.
Quase.
Capítulo Cinco
Beijaste-a?
O grito incrédulo de Alex passou as paredes do escritório de Will e ecoou nos corredores da sede do Observer.
– Baixas a voz, por favor?
Will levantou-se, fechou a porta do escritório e trancou-a, para evitar interrupções.
– Queres que não fique emocionado por teres beijado a tua namorada?
– Para começar, já não é a minha namorada.
– Eu sou a única pessoa que sabe disso. Da última vez que falámos parecias convencido de que te irias embora assim que ela melhorasse. O que é que mudou?
– Nada. E tudo... – Will sentou-se, recostou-se e entrelaçou os dedos atrás da cabeça.
– Eu sabia. Quando vi o teu sorriso naquele jantar, soube que te tinha agarrado.
– Nunca tinha estado tão aparvalhado por uma mulher – confessou Will.
– Vais ficar?
– Não. Sim... Por enquanto. Mesmo se amanhã acordasse com o caráter de um cão de guarda, vou aguentar até estar recuperada. Decidimos começar de zero e ver o que acontece, mas tenho as minhas dúvidas. É caminhar para o desastre a longo prazo.
– Então, porque é que a beijaste?
– Porque quis – Will suspirou. – Há muito tempo que não me apetecia beijá-la. Mas agora parece que voltou a haver alguma química entre nós. Sinto uma corrente elétrica quando estou perto dela. E isso nunca tinha acontecido. É como estar com uma mulher completamente diferente. Uma relação nova com alguém doce e amável. Dá risadinhas, Alex!
– A Cynthia, a rir? – levantou uma sobrancelha.
– Mais do que uma vez. No início estava completamente perdida, mas agora que se habituou é pura excitação e júbilo. Como se estivesse a viver uma vida nova. Gosto de estar com ela. Sou feliz quando ela é feliz. Comprei-lhe uma máquina de costura.
– O quê? Porquê?
– Porque achei que ia gostar, e acertei. Tirou tudo o que estava relacionado com a publicidade do seu escritório e agora dedica-se a desenhar roupa.
– É isso que vai fazer no futuro?
– Acho que sim. Não pode voltar para a agência e fingir que sabe o que faz. Incentivei-a para que fizesse alguma coisa que a inspirasse, e seguiu essa direção. Está feliz assim.
– E isso faz-te feliz a ti – Alex assentiu. – Qual é o problema, então?
– Que é um erro! – gritou Will, dando um murro na secretária. Era um vulcão de energia sexual contida, confusão e frustração. – Está a absorver-me e eu queria libertar-me. Pergunto-me se o faz de propósito. Quando acabei o noivado, insistiu em que podíamos resolver as coisas. A Cynthia não queria passar por essa vergonha; até se recusou a tirar o anel até voltarmos a falar, depois da sua viagem. E se estiver a simular tudo para conseguir que fique?
– A simular a sua amnésia?
– Seria bem capaz. Não confiava nela antes e não tenho a certeza de poder confiar agora. Mentiu-me durante mais de um ano.
– Quase morreu num acidente aéreo. Nem mesmo a Cynthia seria capaz de premeditar uma coisa dessas.
Will franziu o sobrolho; sabia que seu amigo tinha razão. Estava a deixar-se levar pela paranóia. A desconfiança do passado embaciava-lhe o juízo. Era óbvio que ela não tinha planeado tudo, mas era mais fácil suspeitar do que confiar nela.
– Estou metido num bom sarilho.
– Queres beber alguma coisa? – Alex aproximou-se do bar.
– Não, serve-te tu – disse Will.
Alex serviu-se dois dedos de uísque escocês e aproximou-se da janela, que oferecia uma impressionante vista panorâmica de Nova Iorque.
– Acho que estás a conduzir mal a situação.
– Explica-me por que pensas isso.
– Ofereceste-lhe começar do zero, mas continuas a permitir que todos os males do passado te confundam a cabeça. Devias imitar a Cynthia, por dizê-lo de alguma forma. Esquece o passado com ela. Esquece o acordo com a Corporação Dempsey. Esquece que estão noivos.
– Está bem – Will olhou para o seu amigo, desconfiado. Eram muitas coisas para esquecer.
– Agora – continuou Alex, – depois de teres eliminado isso tudo da tua cabeça, faz-te só esta pergunta: deseja-la?
Will fez-se a pergunta. Só o som do riso dela já lhe fazia ferver o sangue. Fechava-se no seu escritório durante horas para ocultar a sua ereção e evitar fazer uma estupidez. A resposta era óbvia.
– Sim.
– Noutros aspetos da tua vida, o que fazes quando desejas alguma coisa?
– Consigo-a.
– Não a consegues sem mais nem menos – Alex abanou a cabeça, – lutas por isso. Quando querias ser delegado de turma, fizeste mais campanha do que ninguém. Quando quiseste ser capitão da equipa